Um dos textos que explica claramente a situação do ser humano diante de Deus e, que, infelizmente, também recebe as piores interpretações, sendo usado por quem gosta de exigir além dos limites dos outros — chefes exploradores, professores abusivamente rigorosos, e mesmo autoridades civis que creem que o povo é que deve servir ao Estado, e não o oposto.Tais pessoas leem e citam apenas a última parte da passagem relativa aos chamados “servos inúteis”: Qual de vós, tendo um escravo arando a terra ou apascentado as ovelhas, assim que ele chegar do campo, o convidará:‘Podes vir agora mesmo, reclina-te junto à mesa para cear’?Ao contrário. Conforme o costume direis a ele:‘Prepara o meu jantar, apronta-te devidamente e então vem e serve-me enquanto como e bebo; depois tu, comerás e beberás também’.Porventura, deverá agradecer ao escravo porque este fez o que lhe havia mandado?Assim igualmente vós, depois de haverdes realizado tudo quanto vos foi ordenado, dizei:‘Somos servos inúteis, pois tão somente cumprimos o nosso dever!’. (Lucas 17:7-10 – KJA) Diante desse último versículo, alegam que Jesus afirmou que “quem só faz o que é obrigado, é um servo inútil, portanto, você tem de fazer mais do que é obrigatório em sua função”.No entanto, o sentido do texto, ao ser analisado todo o contexto — sem se isolar um versículo — mostra-se totalmente diferente, tanto que Jesus fala sobre um senhor que simplesmente ocupa seu lugar de direito, sendo ele a prioridade e sendo, por isso mesmo, o primeiro a sentar-se à mesa, para só depois então permitir que os servos façam sua refeição.E o fato de os servos terem cumprido sua obrigação, como diz Jesus, não é algo que ele tenha de agradecer, pois é algo inerente à sua função. O sentido do texto remete à situação do ser humano diante de Deus: criado para ser servo de seu Criador, ele tem a atribuição de glorificar a Deus e não a si mesmo, pois sem o Criador, ele nada é, como o próprio patriarca Abraão reconheceu ser apenas pó e cinza diante do Senhor. Argumentou Abraão:“Eu me atrevo a falar ao meu Senhor, eu que sou poeira e cinza”. (Gênesis 18:27 – KJA) Em suma, o que é dito neste texto é que: mesmo que o ser humano vivesse sua existência 100% para glorificar a Deus, sem jamais falhar nem nunca ter um só momento de egoísmo ou egocentrismo e nunca colocar suas prioridades e vontades acima das do Criador… ainda assim ele nada teria feito além daquilo para o que foi criado.Infelizmente, a verdade é que nem mesmo a obrigação que tem sobre si o ser humano é capaz de realizar: nem o cristão mais fervoroso, abnegado, sincero e dedicado consegue alcançar a perfeição que o padrão que a lei divina exige!Tiago afirma: Porquanto, quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas uma das suas ordenanças, torna-se culpado de quebrá-la integralmente. (Tiago 2:10 – KJA) O que chama a atenção neste versículo é a palavra “tropeçar”, significando que não é necessário cair, ou seja, cometer um pecado deliberado: mesmo que um pecado seja cometido na ignorância — porque a pessoa nem sabia que era pecado — isso já a torna culpada de toda a Lei de Deus.Não é difícil entender o porquê disso. Usando um exemplo prático: se uma pessoa passa por uma sala em que outra esqueceu a carteira por 49 vezes sem tocá-la, mas na 50ª vez ela pega o dinheiro que está lá dentro, isso anula totalmente os seus 49 atos de honestidade anteriores e essa pessoa não é 49 vezes melhor do que um ladrão, porque basta um roubo para que ela o seja.É o mesmo caso de, por exemplo, abrir-se um buraco em uma cerca.De nada adianta todo o restante dela estar inteiro, porque, com apenas um rombo, ela já não oferece mais nenhuma segurança a quem está do lado de dentro. Portanto, nem mesmo a obrigação — devido à natureza decaída em pecado — o ser humano é capaz de cumprir.O ser humano é ainda pior diante da Lei de Deus, portanto do que o “servo inútil” ao qual se refere a parábola, pois nem mesmo o que é de seu dever ele faz. É exatamente por causa dessa total incapacidade do ser humano em alcançar a perfeição da Lei por seu esforço pessoal que Jesus foi enviado como o substituto de toda a humanidade no cumprimento da Lei divina e Ele próprio o afirma, dizendo que não viera para revogar a Lei, mas para cumpri-la (veja Mateu 5:17-18).Ele fez o que nenhum ser humano decaído em pecado poderia fazer: cumprir a Lei divina com perfeição.E, como profetizou Isaías 700 anos antes da crucificação, a justiça da Lei de Deus tinha de ser totalmente satisfeita: Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si;e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades;o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho;mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. (Isaías 53:4-6 – ACF) Cristo, tomando para si o que Ele não merecia (o castigo dos pecados), fez por nós o que não podemos (cumprir a Lei) e conquistou para nós o que não merecemos (a graça divina).Desse modo, de servos ainda inferiores aos inúteis da breve parábola, Jesus nos tornou filhos de Deus, sendo ele próprio o primogênito entre muitos irmãos (vide Romanos 8:29). Não há qualquer mérito de nossa parte, pois nem mesmo nossa obrigação nós cumprimos…Na eternidade, no entanto, adoraremos a Deus com perfeição, reinando junto com Cristo por toda a eternidade… e tudo por mérito d’Ele, não nosso.Bendito seja o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Uma das obrigações dos cristãos seria meditar nas escrituras o tempo inteiro, porém vivemos em um tempo no
O Exemplo De Moisés
Em sua essência, a fé de Moisés não era diferente daquela que os cristãos têm hoje: para ele o Salvador ainda viria, para nós… já veio!
Doces Mentiras, Venenosas Ilusões
Tem se tornado moda a pregação chamada “Coach”, ou seja, um tipo de pregação que adota princípios de mentalidade e postura que visam obter o sucesso na vida terrena.Pregadores desse tipo costumam usar frases como “Deus pôs você como cabeça e não como cauda”, “seu sucesso só depende de você”, e “como filho de Deus, você tem direito ao melhor desta Terra”.É bem verdade que nem todos os propagadores dessas ideias são teólogos de fato: muitos são apenas palpiteiros, que nunca se preocuparam em ler a Bíblia com uma visão devocional, mas apenas em extrair dela supostas bases para conceitos já preestabelecidos, apontando para o sucesso que julgam que o cristão tem direito a alcançar na sua vida terrena, sucesso esse medido de acordo com os padrões do mundo. Conhecedores da Bíblia ou não, um versículo que certamente esses coaches ignoram é Jesus lhe respondeu:“As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos,mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça”. (Mateus 8:20 – KJA) A resposta de Jesus ao escriba que disse desejar segui-lo mostra que o que o verdadeiro seguidor de Jesus pode esperar deste mundo não é o que tais pregadores alardeiam: se o próprio Jesus viveu uma vida humilde, em meio a rejeições, traições e tendo apenas o básico para se manter, tal como também aconteceu com os apóstolos, é tolice imaginar que os cristãos de hoje terão vida fácil e obterão a satisfação de seus desejos. Existem outras passagens ainda mais claras a respeito do que o seguidor de Jesus pode esperar neste mundo: Então disse Jesus aos seus discípulos:Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;(…)E odiados de todos sereis por causa do meu nome;mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo. (Mateus 16:24 / 10:22 – ACF) A verdade é que tais ideias não apenas não encontram respaldo na Bíblia, como sequer no dia a dia! Um dos grandes erros que esses pregadores e seus seguidores cometem é acreditar que o sucesso depende apenas do esforço pessoal. Isso não é verdade, não depende apenas da dedicação de cada um, por maior que ela possa ser: alcançar o sucesso envolve circunstâncias e oportunidades que, na maioria das vezes, não estão sob o controle da própria pessoa e um exemplo disso é Bill Gates Não se trata de nada que desmereça a sua genialidade no mundo da computação, porém ele admitiu que, quando iniciou a sua trajetória, ele teve uma vantagem que a imensa maioria das pessoas não tem, a saber, o acesso a computadores.Nos anos 70 os computadores eram, além de exorbitantemente caros e, portanto, inacessíveis à maioria das pessoas, reservados a ambientes ao qual nem todos tinham acesso, como Universidades: Gates, porém, morava próximo a uma Universidade onde era possível, por uma pequena taxa, acessar e trabalhar nos computadores locais.E ele morava tão próximo à mesma, que podia ir e voltar a pé. Assim, caso ele não tivesse tido tal vantagem (que, como foi dito, não anula de maneira alguma a sua genialidade), a Microsoft sequer existiria hoje. Portanto, é perfeitamente lógico imaginar que inúmeros outros talentos, muitos certamente geniais, nunca despontaram e apareceram para o mundo.E por que isso aconteceu? Por falta de empenho de quem os possuía?Não necessariamente: pode ser simplesmente devido ao fato de que a circunstâncias não lhes foram favoráveis, fazendo com que as oportunidades não surgissem e, por isso, as portas do sucesso nunca lhes foram abertas. ROBÔS Outro erro da pregação “coach” é crer que, para se obter o sucesso, é preciso “estar sempre focado e alcançar as metas necessárias em todas as chances que aparecerem”.Qualquer pessoa de bom senso sabe, de antemão, que tal coisa é humanamente impossível: ninguém consegue estar focado em um objetivo por todo o tempo, muito menos ser bom em tudo e sempre bater as metas.O ser humano tem limitações, não é uma fonte inesgotável de energia e muito menos de perfeição. As pessoas se cansam, precisam ter seus momentos de repouso e, além disso, não vão acertar sempre, ser o tempo todo boas naquilo que realizarem. Tal ideia transforma o ser humano em um tipo de robô, negando suas próprias limitações e fazendo com que os que aceitam tal parâmetro acabem por perder a própria saúde, por não terem os momentos nos quais possam “baixar a guarda”, muito necessários para evitar o estresse permanente, que pode até acabar com suas vidas.A própria palavra “robô” — derivada de “robota”, na língua tcheca — significa “serviçal”, ou mesmo “escravo”, sendo originária dos tempos do feudalismo, em que os camponeses eram forçados a jornadas de trabalho extremamente longas e pesadas, como condição para poderem viver nas terras de seus suseranos.Não é de se surpreender que a maioria dos “robotas” morressem cedo: uma grande parte sequer chegava aos 40 anos!E muitos hoje acabam por se enveredar pelo mesmo caminho, pagando o preço de sua ambição arruinando sua saúde e, em casos extremos, até perdendo a própria vida.A título de curiosidade, no Japão já existe inclusive um termo para isso, “Karoshi”, que pode ser traduzido como “morte por excesso de trabalho”, devido à alta incidência de casos desse tipo nas últimas décadas. A ILUSÃO DO SUCESSO Por fim, outro erro a ser destacado é algo que não se restringe à mentalidade do mundo “coach” infiltrado no mundo Gospel: NEM SEMPRE O SUCESSO TERRENO É UMA COISA BOA.Por mais estranho que isso possa parecer, há casos em que o sucesso arruína a vida de uma pessoa. Na série “Autópsia de Famosos”, do Discovery Channel, por exemplo, há um caso — a saber, o de Kurt Cobain — que ilustra bem essa realidade: desde a adolescência o líder do Nirvana desejava tão ardentemente ser uma estrela mundial da música que empregou todo o seu tempo e energia para alcançar isso.Tendo sido criado como cristão, era frequentemente advertido pelos membros de sua família e igreja (no caso, a Presbiteriana) a
A Minha Paz Vos Dou
Dois pintores competiam em uma exposição a respeito de quem pintaria o quadro que melhor representasse a ideia de “paz”.O primeiro deles pintou um quadro em que se via um lago sereno situado no alto de uma montanha onde sequer o vento se movia, de modo que no lago não havia ondas, também nem um pássaro ou borboleta ou libélula… tudo estaria, assim, segundo o autor, no mais perfeito silêncio: para ele, essa era a ideia de “paz”. O segundo pintor apresentou um trabalho cujo contraste com o do concorrente era impressionante: seu quadro mostrava uma cascata fortíssima, lançando enormes quantidades de água para um lago.Ao lado dela, quase ao alcance da espuma e da furiosa água, em um galho de um carvalho, um pardal estava repousando tranquilamente em seu ninho, sem qualquer preocupação com a fúria da cascata logo ao seu lado. Os jurados foram unânimes em dizer que o segundo quadro representava melhor a ideia de “paz”.E, sabendo ou não, o pintor vencedor do concurso expressou a ideia de uma paz que o mundo não conhece: a paz de Cristo. Na véspera de sua crucificação, Nosso Senhor, já declarando a seus discípulos e futuros apóstolos o que estava para lhe acontecer, e que logo ele se ausentaria fisicamente de sua presença, declarou: Deixo-vos a paz; a minha paz vos dou.Não vo-la dou como o mundo a dá.Não permitais que vosso coração se preocupe, nem vos deixeis amedrontar. (João 14:27 – KJA) A ideia de ter “paz”, dita a pessoas de quem ele já tinha conhecimento que seriam perseguidas e martirizadas cruelmente no futuro, pode parecer um completo absurdo, porém faz todo o sentido quando se leva em conta o detalhe de que a paz aqui anunciada não é a que o mundo conhece, mas a do próprio Cristo, que não é dada como o mundo a dá. O mundo só conhece uma paz que depende das circunstâncias: quando as coisas vão bem e não há guerras, problemas, angústias (situações sobre as quais não é preciso pensar muito para se constatar que são muito raras), o mundo e os indivíduos em geral sentem que existe “paz”. Porém, tal paz é extremamente frágil, fugaz e, ao primeiro sinal de adversidade, ela se desfaz, permitindo que a realidade cruel do mundo afastado de Deus volte a invadir a vida: a sensação de insegurança, de incerteza, o fardo de enfrentar problemas e sensações desagradáveis toma conta do espírito humano e a sensação de “paz” logo é esquecida.E se isso, em se tratando de pessoas que não são perseguidas ou discriminadas por conta de sua fé, já é a realidade em quase todo o tempo, como esperar que os cristãos, a quem o mundo odeia, possam ter “paz”, como diz Jesus?É exatamente esse o ponto em questão: a paz de Cristo não é como a do mundo Diferente da paz que o mundo oferece, a de Cristo não depende de circunstâncias externas, sendo algo interior, baseado não em acontecimentos do presente, mas no maior de todos os eventos, a obra do próprio Salvador. O cristão, tendo certeza de que sua existência não está limitada à sua vida terrena, tem em seu coração um grande “trunfo” para encarar o que quer que lhe aconteça com outra perspectiva, a de que tudo que possa surgir em seu caminho até o Pai é passageiro.Por piores que sejam as circunstâncias, o cristão sabe que, no final, tudo será deixado para trás, para afinal tomar posse do reino que está preparado aos salvos desde a fundação do mundo. Então, dirá o Rei a todos que estiverem à sua direita:‘Vinde, abençoados de meu Pai!Recebei como herança o Reino, o qual vos foi preparado desde a fundação do mundo.’ (Mateus 25:34 – KJA) Quem, de fato, conhece esta paz, ainda que não esteja livre de tristezas e dores, pois o mundo ainda está sob o jugo do pecado, tem a certeza de que nada, por mais terrível que possa ser, irá fazê-lo perder tudo o que realmente importa: a eternidade junto com Jesus Cristo, na Nova Jerusalém. Pode-se comparar a paz de Cristo com a sensação de um aluno no último dia letivo: ele não se importa em ter de levantar-se cedo, ir à escola, ter as últimas tarefas para realizar, mesmo que sejam as mais pesadas… ele sabe que esta será a última vez e que logo desfrutará de suas férias. Jesus não ignorava o fato de que tanto seus discípulos quanto os que viriam a crer passariam por enormes dificuldades e angústias nesta Terra, mas fez questão de ressaltar que a fúria do mundo, do pecado e do diabo contra aqueles que o amam era algo que já estava vencido, e que nele, todos teriam paz: Eu vos preveni sobre esses acontecimentos para que em mim tenhais paz.Neste mundo sofrereis tribulações; mas tende fé e coragem!Eu venci o mundo. (João 16:33 – KJA) Assim, quer a paz de Cristo guarde nossos corações e mentes, a fim de um dia desfrutarmos da plenitude dessa mesma paz, na eternidade, onde não há mais morte, nem luto, nem pranto e nem dor. Ele lhes enxugará dos olhos toda a lágrima;não haverá mais morte, nem pranto, nem lamento, nem dor, porquanto a antiga ordem está encerrada! (Apocalipse 21:4 – KJA) A turbulência que se agiganta por sobre o “lago do mundo” e impõe sofrimento aos cristãos não é ilusória!É apenas mais um indício de que os tempos finais estão se configurando vez mais rapidamente e, antes que o Senhor volte como um ladrão na noite, é necessário que o profetizado reinado do anticristo se consolide não apenas no Brasil, mas por todo o mundo!Na fase 2023 d’O Pior evangelho decidi lançar mão de novos formatos na expectativa auxiliar a aumentar o alcance dos conteúdos relacionados às Escrituras — stories, vídeos, textos mais curtos, autores convidados… — e essa publicação, onde tomei a liberdade de realizar revisão e ilustração, é parte desse projeto.Obrigado por ter lido até aqui.Continuo necessitando de toda colaboração
Em Meio À Dor, Com Cristo
A aflição chega a todos nesta terra.Desde que a humanidade se afastou de Deus, ainda no jardim do Éden, sobre ela recaiu a tribulação e a dor, alcançando cada indivíduo independentemente de quais sejam suas características e peculiaridades: a vida terrena traz dores e angústias porque o ser humano vive em uma terra sobre a qual, através do pecado, ele próprio trouxe a maldição de Deus. Desde que essa tragédia — que foi a maior da humanidade — aconteceu, um rio de lágrimas e sangue corre pela terra.Foi o pecado que trouxe toda a desgraça para a humanidade, a começar pela maior delas: a incapacidade de reconciliação com Deus pelas próprias forças: o caminho até Deus não existe mais de uma forma que o próprio homem possa percorrer.O destino natural do ser humano é a condenação, o castigo de Deus, tanto na vida terrena quanto na eternidade. A maldição que caiu sobre a terra faz também com que a angústia não poupe o lar de ninguém, nem mesmo o do cristão!Estamos sujeitos a problemas de todo tipo, desde os financeiros, passando pelos de relacionamento e podemos até mesmo, também ser vítimas da violência!Ninguém está livre do sofrimento por ser cristão: as dores e aflições podem manifestar-se na vida de um cristão da mesma forma que ocorre na vida de qualquer outra pessoa, mas há quem não aceite nem consiga entender o porquê do cristão — aceito, por adoção, como um filho de Deus — sofrer indistintamente, passando por preocupações, decepções, doenças… E por que isso acontece?Porque, como Deus deixou claro logo após a queda, o pecado amaldiçoou a terra e alcançou cada ser humano que, desde então, carrega o pecado em si e sofre as consequências disso… e o cristão não é diferente. Então voltou-se para o homem e ordenou:“Porque escutaste a voz de tua mulher e comeste da árvore que Eu te proibira comer, maldita é a terra por tua causa!Com sofrimentos obterás do solo o teu alimento, todos os dias da tua vida”. (Gênesis 3:17 – KJA) Mas o que pensar? Como encarar essa triste realidade da vida terrena?Muitas vezes parece que Deus, a quem a Bíblia chama de amor (vide 1 João 4:8), está frio e distante, ignorando a aflição de seus filhos, que parece não terminar nunca.Mas isso não é verdade e eis uma passagem que podemos destacar para mostrar a preocupação e o cuidado de Deus para com cada um de seus filhos: Porém Sião diz:Já me desamparou o SENHOR, e o meu Senhor se esqueceu de mim.Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre?Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti. (Isaías 49:14-15 – ACF) Esta parte final é o que realmente chama a atenção e consola, onde Deus afirma que é mais fácil uma mãe abandonar um filho recém-nascido do que ele abandonar o seu povo, ou qualquer um de seus filhos.E esse não é apenas um discurso vazio de significado ou que Deus não provasse ser verdade: o próprio Deus, na pessoa de seu Filho amado, Jesus Cristo, conheceu a dor, o sofrimento e a privação.Isaías já falava a respeito do servo sofredor, que era homem de dores e que sabia o que é padecer (vide Isaías 53:3). E seu padecimento não foi somente na sexta-feira, quando foi crucificado: Ele viveu uma vida humilde, como poucos viveram, inclusive não havendo quem hospedasse seus pais terrenos na noite de seu nascimento!Ele nasceu em um estábulo, foi enrolado em panos, colocado em uma manjedoura, cresceu em uma família humilde e, na vida adulta, pregava ao ar livre, andando de cidade em cidade, sem ter onde reclinar a cabeça, ou seja, sem ter sequer a segurança de um lar fixo (vide Mateus 8:20). E, para assumir essa vida, vejamos de que Ele abriu mão.Diz a Bíblia que ele se esvaziou simplesmente da glória celestial, fazendo-se servo, obediente, até a morte de cruz (conforme Filipenses 2:5-8).Ele deixou de lado, por anos e anos, a sua glória e viveu como poucos suportariam viver neste mundo.E, no fim, ainda foi submetido à dor e morte da crucificação! E tudo isso por quê?Para salvar a todos, para providenciar o perdão e a reconciliação com Deus, que nos eram impossíveis por nós mesmos. Ele amou quem não merecia ser amado e salvou quem não merecia salvação.E Ele pagou um preço altíssimo… incalculável: o seu sangue divino.Diante disso, entenda que Ele compreende muito bem o que é sofrer, não apenas por olhar, mas por ter sentido em seu corpo e sua alma o que é o sofrimento. Ele conhece a dor e os anseios do coração de cada um.Portanto, mesmo em meio às dores e tristezas, estejamos firmes, pois Ele sabe que temos aflições na nossa vida terrena, por também tê-las sentido, mas Ele venceu todas elas, venceu o mundo e destaco a seguinte passagem como base desta reflexão: Eu vos preveni sobre esses acontecimentos para que em mim tenhais paz.Neste mundo sofrereis tribulações; mas tende fé e coragem!Eu venci o mundo. (João 16:33 – KJA) Estejamos firmes e com ânimo, mesmo em meio às dores, pois temos um Deus que está conosco e nos compreende, pois Ele próprio sentiu as dores que sentimos, e o fez por amor a nós todos. A percepção de que o mal se agiganta por sobre o mundo e impõe sofrimento aos cristãos não é ilusória!É apenas mais um indício de que os tempos finais estão se configurando vez mais rapidamente e, antes que o Senhor volte como um ladrão na noite, é necessário que o profetizado reinado do anticristo se consolide não apenas no Brasil, mas por todo o mundo!Na fase 2023 d’O Pior evangelho decidi lançar mão de novos formatos na expectativa auxiliar a aumentar o alcance dos conteúdos relacionados às Escrituras — stories, vídeos, textos mais curtos, autores convidados… — e essa publicação, onde tomei a liberdade de realizar revisão e ilustração,
Cargas Insuportáveis
Quantas vezes não caímos no erro de carregar em nós as cargas, as consequências e mesmo as culpas dos pecados que outras pessoas cometeram?Muitas, sem dúvida. Uma ofensa, uma injustiça cometida pode despertar o que existe de pior em nossa natureza: alguma malcriação recebida por parte de alguém, que desperta o ressentimento, a raiva que não quer passar, que realmente aprisiona o coração e tornam a vida amarga.Lembranças ruins sobre as consequências de alguma maldade que sofremos por parte de outra pessoa, as quais são remexidas em cada encontro, em cada conversa, ardendo como brasas encobertas pela cinza… brasas que não apagam, que continuam alimentando esses maus sentimentos. Também pode haver quem tenha sofrido alguma agressão física que deixou marcas no corpo e na alma.São mais e mais brasas ardendo no coração de quem as recebeu: queimam e deixam o coração em amargura e dor, que podem ser carregadas por anos e anos a fio… quem sabe pela vida toda.No entanto, o que é realmente, a que se pode comparar essa atitude por parte de quem de nós sofreu a injustiça, o dano, a agressão? Esse modo de agir nada mais é do que aceitar uma carga que não é nossa, que nos foi colocada por um pecado cometido por outra pessoa.É aceitar carregar um peso que não temos obrigação de carregar. É amargurar a nossa vida com algo com que não temos de nos importar: a vida que Deus nos concedeu tem acontecimentos infelizes, injustos, não porque Ele a tenha concedido a nós para isso, mas acontecem por causa do pecado que carregamos e, também, porque não há ninguém sobre a terra que esteja livre dessa triste condição. Diante disso, eventualmente nos perguntamos se existe solução, se há algo que possa apagar estas brasas no nosso interior, fazer com que esse sentimento ruim passe e a vida possa seguir livre, sem esse peso que a torna amarga. Se tu, SENHOR, observares as iniquidades, Senhor, quem subsistirá?Mas contigo está o perdão, para que sejas temido. (Salmos 130:3-4 – ACF) A passagem que está destacada acima fala sobre o perdão: é em Deus que está o perdão, diz o salmista.Se Deus tivesse uma natureza como a nossa, ele também observaria e se ressentiria de cada pecado, de cada falta que cometemos: mesmo quando o pecado traz alguma consequência para nós próprios ou para o nosso próximo, a verdade é que ele é primeiro cometido contra Deus e, só depois, contra a pessoa que é vitimada por ele.Isto disse o rei Davi, quando escreveu o Salmo 51, após ser repreendido pelo profeta Natã, por seu adultério com Bate-Seba: Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista. (Salmos 51:4a – ACF) Mas Deus não é assim: Ele sabe o quanto somos fracos e inconstantes e o quão difícil é para nós dar o perdão e largar as cargas que os pecados de outros nos impõem. Difícil, mas não impossível para quem conhece o seu amor.Amor esse que fez com que Ele, na pessoa de Jesus, tomasse os nossos pecados sobre si, carregasse o peso que nós nunca suportaríamos carregar, a fim de dar a cura de nossas almas, o Perdão divino, a reconciliação consigo.Ele é quem carregou esse peso, que não era d’Ele, mas nosso, e o tirou de todos nós, perdoando, e oferecendo o perdão para toda a humanidade, pelo sangue de Jesus Cristo. Assim, nós não temos de carregar mais o peso da culpa de nossos pecados… e muito menos o do pecado dos outros!Há pessoas, por exemplo, que pela vida toda carregam algum problema de relacionamento com seus pais na infância; outras tantas carregam em seus corações as palavras negativas, depreciativas, que ouviram de um irmão.Suas vidas se tornam amarguradas porque não desejam (ou acham que não conseguem) perdoar o que lhes foi feito.Eis o que é carregar o peso do pecado alheio: amargura, raiva e coisas que ficamos remoendo, impedindo a alegria e o prazer de viver… ressentimentos que causam desgosto e apenas destroem, sem que nada seja ganho em troca. Mas com Cristo em seu coração, qualquer pessoa pode e consegue superar esse ressentimento, fazer o que muitas vezes é tão difícil, ou mesmo impossível, através de suas próprias forças: dar o perdão a quem tanto as fez sofrer.Sim, perdoar é algo que vem de Deus.Não temos de amargurar nossas vidas, pois Deus nos concede o perdão de nossos pecados em tal medida que podemos até partilhá-lo com os demais!Isso tanto é possível que na oração ensinada pelo próprio Jesus, o Pai-Nosso, em Mateus 6:9-13, há um pedido neste sentido: E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. (Mateus 6:12 – ACF) O que Deus quer é que saibamos seguir o exemplo de Jesus, cujas primeiras palavras, após ser pregado na cruz, foram: E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. (Lucas 23:34a – ACF) Esse exemplo não é fácil de ser seguido e, sem a ajuda de Deus, seria até mesmo impossível.Mas a transformação no interior daqueles que conhecem e sentem o amor de Deus em suas vidas é impressionante: mais do que desejo, muitas vezes os cristãos têm NECESSIDADE de perdoar o seu próximo!Isso é algo que não vem deles, mas do Espírito de Deus que habita neles. E não é sem razão que Deus pede para que aprendamos d’Ele, que tem o perdão, a perdoar o nosso semelhante.Quem já teve a experiência de perdoar uma grave ofensa sabe que o perdão dado faz mais bem do que o perdão recebido, pois quem perdoa ganha ainda mais do que aquele que é perdoado.A amargura e os ressentimentos somem e a vida se torna mais feliz.Com Deus está o perdão que nos tira tanto o peso dos pecados dos ombros quanto a carga que os pecados dos demais insistem em nos impor. TÍTULO ORIGINAL: POR QUE CARREGAR ESSE PESO? Há algum tempo aprendi a lição de que perdoar é indispensável à vida
O Perigoso Brilho Das Sombras
Quando se fala em demônios, em satanismo, em adoração ao diabo, o que vem à mente de muitas pessoas é uma imagem de uma sala escura, em geral com adornos também nas cores preta e vermelha, pentagramas, velas e sacerdotes com vozes e comportamentos intimidadores para com os presentes.Ainda que tais coisas realmente existam, atualmente são mais procuradas por pessoas que já não se importam em ter uma relação com Deus e cujo objetivo é a satisfação dos próprios desejos e inclinações. Os que vão a esses lugares não se importam com nada além da própria vontade, não ligam para o seu destino eterno e, alguns, nem mesmo creem que o poder de Satanás, embora seja grande, não é nada diante do poder do Criador: para as pessoas que buscam conscientemente tais coisas, os demônios podem se expor em um grau um pouco mais explícito do que para aqueles que não os aceitam.Lembro de uma história que ouvi há muito tempo: Em um baile numa determinada cidade, entrou no meio da pista de dança um rapaz que ninguém conhecia.Tratava-se de um homem imponente, de uma beleza ímpar, que logo despertou a atenção de todas as garotas no local, que desejavam dançar com ele, convites que ele pronta e gentilmente aceitou.Depois de agradar às garotas, um estranho cheiro de enxofre começou a exalar de seu corpo, seus pés se tornaram em cascos e um par de chifres apareceu em sua cabeça, tudo isso acompanhado de uma gargalhada sardônica: o pânico se instalou, alguns dos presentes conseguiram fugir, mas o salão foi misteriosamente incendiado e a maioria dos que estavam presentes no baile acabou morrendo no incêndio.O que não mencionei inicialmente é que ouvi essa história, com pequenas variações de um lugar para outro, em praticamente TODAS as cidades do interior onde estive, mas sempre com os elementos aterrorizantes sendo mantidos. Em outras palavras, isso obviamente, está muito mais para folclore do que para realidade. Mesmo biblicamente tal manifestação grosseira e assustadora dos demônios é muito improvável… ao menos em um ambiente “normal”, fora dos olhos de seus adoradores declarados, embora não possa ser descartada. O mais provável é que aconteça em ambientes e diante de pessoas abertamente consagradas ao satanismo.Quando, porém, se trata de ludibriar pessoas, mesmo que não sejam cristãs, mas especialmente as que são, a estratégia do diabo e de seus anjos é bem diferente: como diz Paulo: Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo.E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras. (2 Coríntios 11:13-15 – ACF) Por se tratar do pai da mentira (como dito por Jesus em João 8:44), o diabo pode ter todos os defeitos do Universo, mas burro ele não é!Infelizmente, como diz o adágio popular, “mais sabe o diabo por ser velho do que por ser diabo”.Seus milênios de assédio à humanidade — tentando aliciá-la contra o Criador e fazê-la aceitar a sua figura como seu “deus” — o fazem conhecer muito bem as fraquezas e paixões humanas: não erra quem afirma que apenas Deus conhece o ser humano melhor do que o diabo.Dessa forma, ao se apresentar a pessoas que sabem de sua natureza nefasta, sejam elas cristãs ou não (a crença em uma entidade maligna não é exclusiva do Cristianismo), ele não é tolo para se mostrar de forma assustadora, intimidadora: mostra-se de forma indireta, por meio de tentações, de atiçamento ao pecado, de fomentação da cobiça no coração humano e especialmente, como diz Paulo, por meio de FALSOS APÓSTOLOS. Nada é mais eficiente para desviar pessoas da fé cristã verdadeira (ou para impedi-las de ser alcançadas por ela) do que a pregação daquilo que hoje se conhece como “o evangelho da porta larga”.Tal “evangelho”, com letras devidamente minúsculas, tem várias facetas, porém, as mais conhecidas são a do “evangelho da prosperidade” e a do “evangelho da hipergraça“, também conhecido como o “evangelho” que só repete que “Deus é amor”… Muitos são atraídos pelas promessas dos evangelistas da prosperidade, acreditando em seu discurso de que, como são (ao menos nominalmente) “filhos de Deus”, têm direito ao melhor desta Terra, pois são filhos do dono de tudo o que existe.Os resultados são tremendas desilusões, frustrações e a visão de que apenas os pregadores e líderes dessa teologia falsa de fato alcançam a prosperidade que pregam aos outros. Acreditando que quanto mais ofertarem e mais se desprenderem de seus bens (em favor do líder), mais Deus os retribuirá, finalmente acabam não só não realizando seus sonhos (acreditaram em uma promessa que Deus nunca fez e ficando até sem o que tinham antes de acreditarem nessa mentira), mas — pior e não raro — muitos se revoltam contra Deus por causa disso, sendo que o erro não foi da parte de Deus, mas de quem tomou o seu nome em vão, usando-o para proveito pessoal.Essa teologia da prosperidade já perdeu muito crédito e muitos adeptos, pois foram décadas de discurso vazio sem que o mesmo se confirmasse na prática, mas ainda — em menor escala do que já foi no passado — representa risco para a fé cristã. Porém, a teologia da hipergraça ganha mais força a cada dia que passa.Essa é incomparavelmente mais perigosa do que a pregação da prosperidade, pois não precisa ser confirmada na prática, uma vez que afirma coisas que todos podem fazer e realizar: por “hiper” entenda-se “graça acima do anunciado” ou “maior do que o esperado”, “que suplanta o imaginado”, “que entrega mais do que o prometido”…Na prática, é a pregação de um “evangelho” que não confronta, não fala sobre arrependimento nem mudança de vida e que deixa o pecador à vontade com o pecado. UNIVERSALISMO Uma das suas vertentes é o que se conhece como “universalismo“, doutrina segundo a qual todos serão salvos: na eternidade, segundo essa doutrina, independente de terem ou não aceitado
O Importantíssimo Irmão… Quem?
Paulo, em sua primeira epístola aos Coríntios, ressalta um ponto interessante na condição do ser humano, especialmente os convertidos à fé em Cristo para serem suas testemunhas: a maioria dos salvos, daqueles que fazem parte da verdadeira Igreja de Cristo (aquele que não se vê através dos olhos físicos, mas pela fé) não são pessoas de grande projeção ou famosas, nem de origem abastada: sua maioria é formada por pessoas que, aos olhos do mundo, são anônimos, humildes, e até irrelevantes à sociedade. Irmãos, contemplai a vossa vocação!Pois não foram convocados muitos sábios, de acordo com critérios humanos, nem muitos poderosos, nem tampouco nobres.Pelo contrário, Deus escolheu justamente o que para o mundo é insensatez para envergonhar os sábios, e escolheu precisamente o que o mundo julga fraco para ridicularizar o que é forte.Ele escolheu o que do ponto de vista do mundo é insignificante, desprezado, e o que nada é, para reduzir a nada o que é, com o objetivo de que nenhuma pessoa se vanglorie perante Ele. (1 Coríntios 1:26-29 – KJA) O próprio Paulo, que escreve esse texto, era uma exceção a essa regra, tratandos-e de uma figura muito incomum, quase única no mundo em seu tempo: era cidadão romano, judeu da classe dos fariseus e versado na cultura grega, sendo, portanto, alguém com um status social elevado e livre acesso a três culturas diferentes. No entanto, não foram chamados muitos como ele — como ele próprio admite — e, como fica claro no texto destacado, isso tem uma razão: mostrar que o único critério de Deus para chamar alguém para ser parte de seu Reino é a sua própria graça. Não existe qualquer mérito humano nisso! Assim como Deus não se importou com a aparência dos irmãos mais velhos de Davi ao escolher o jovem pastor de ovelhas para ser o rei de Israel, mas sim para o coração do futuro monarca (vide 1 Samuel 16:6-7), aquilo que o mundo considera valioso não significa nada para o Senhor dos céus e da Terra.O autpor da epístola aos Heberus também ressalta esse ponto: Algumas mulheres receberam por meio da ressurreição os seus mortos de volta à vida.Uns foram martirizados e não negociaram seu livramento, a fim de poderem conquistar uma ressurreição ainda mais excelente;muitos enfrentaram zombarias e torturas, outros ainda foram acorrentados e jogados aos cárceres; apedrejados, serrados ao meio, tentados, mortos ao fio da espada.Andaram sem rumo, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, angustiados e maltratados.Caminharam como refugiados, vagando pelos desertos e montes, pelas cavernas e buracos na terra.Pessoas das quais o mundo não foi digno! (Hebreus 11:35-38 – KJA) Essas pessoas foram a tal ponto agraciadas por Deus que receberam a força até mesmo para suportar perseguição, sofrimento e morte, tudo pela fé que tinham de receberem a recompensa final, a ressurreição para a posse do reino eterno compartilhado com Jesus.E, como se percebe, os nomes de tais pessoas — de nenhuma delas! — são sequer citados: o autor simplesmente diz que “o mundo não era digno deles”. E nada disso é mérito, mesmo porque, como diz Paulo, essas pessoas, em sua maioria, não eram pilares da sociedade, nem tiveram seus nomes registrados na história, como diz o autor da epístola aos Hebreus.Tudo isso é dependente de uma só coisa: de Deus usar a sua misericórdia, como o próprio Senhor disse a Moisés em Êxodo 33:19 e é repetido, por Paulo, em Romanos 9:15-16.Nada há, portanto de mérito humano em se pertencer a Jesus e ser salvo. Tudo é por graça divina. Seja cada um de nós constantemente lembrado que “mérito” é algo que apenas Jesus possui, nenhum outro tem nada a apresentar diante da santidade do Pai.E que essa humildade permeie todo o nosso ser, fazendo-nos seguir a vontade daquele que por nós morreu e ressuscitou, não para alcançar a salvação, mas como fruto daquele que sabe que está salvo.Nunca por seus próprios mérito, sequer se vangloriando… mas sempre e somente pela graça e misericórdia divinas. Nos Laços do Calvário TÍTULO ORIGINAL: NÃO SE VANGLORIE NA PRESENÇA DE DEUS Parece que os tempos finais estão se revelando cada vez mais rapidamente e, antes que o Senhor volte como um ladrão na noite, já podemos observar indícios do profetizado reinado do anticristo se consolidando não apenas no Brasil, mas por todo o mundo!Na fase 2023 d’O Pior evangelho decidi lançar mão de novos formatos na expectativa auxiliar a aumentar o alcance dos conteúdos relacionados às Escrituras — stories, vídeos, textos mais curtos, autores convidados… — e essa publicação, onde tomei a liberdade de realizar revisão e ilustração, é parte desse projeto.Obrigado por ter lido até aqui.Continuo necessitando de toda colaboração possível: comentários, compartilhamentos e reações ajudam a divulgar este conteúdo que foi integralmente produzido na intenção de colaborar para a edificação do Corpo de Cristo no mundo.
Tesouros No Céu
Muitas pessoas buscam a aquisição de bens e dinheiro com tamanha obsessão que acabam fazendo isso se tornar a prioridade, a essência de suas vidas.E, ao agir dessa forma, acabam parecendo verdadeiros “sacos sem fundo” de ambição e cobiça, nunca satisfeitos com o que já possuem, mesmo que seja mais do que suficiente para ter uma vida regalada e estendê-la para várias gerações da própria família.Não raro, o desejo por tais coisas as leva a adquirí-las até por meios ilícitos, como fraudes e corrupção. Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.Porque onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração. (Mateus 6:19-21 – ACF) Isso não significa que a posse de bens seja, por si só, seja algo ruim: tudo o que se adquire com honestidade e esforço é merecido, porém, existe algo — constante no conhecido “sermão do monte” de Jesus — a ser destacado nesta passagem: a afirmação de que onde está o tesourro de alguém (ou seja, aquilo que a pessoa considera o mais importante em sua vida), aí está também o seu coração.Isso se conecta diretamente a outra passagem bíblica: Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males;e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. (1 Timóteo 6:10 – ACF) O dinheiro em si, como se vê, não é o problema.Problemático é AMAR o dinheiro!O amor ao dinheiro gera tanto a infelicidade no coração daquele que o tem (por nunca estar satisfeito), quanto traz males aos que o rodeiam,E podemos perfeitamente ver isso nos atos de corrupção praticados por vários políticos inescrupulosos e nas prejudiciais consequências que trazem sobre milhões de pessoas. Tal como disse Jesus, se os bens da Terra são aquilo em que a pessoa põe o seu coração, ela está erigindo a sua existência sobre algo muito frágil, e mesmo nocivo.A fragilidade dos bens terrenos fica bem clara na mesma passagem do sermão do monte: “a traça e a ferrugem consomem e os ladrões escavam e roubam”.Na época de Jesus, muitos dos “tesouros” em Israel consistiam em tecidos finos e valiosos, que geralmente eram adquiridos por serem fáceis de guardar e transportar, mas que estavam sujeitos à deterioração e ao ataques das traças, caso não fossem bem protegidos (o que era difícil de se fazer, porque, por exemplo, ainda não existiam materiais plásticos).Da mesma forma os utensílios metálicos — particularmente a prata, material sujeito à oxidação — cujo valor acabava afetado nas futuras negociações.Portanto, faz todo o sentido Jesus falar em traças e ferrugem, além, obviamente, do risco de roubo, que existe desde que o mundo foi afetado pelo pecado do ser humano. Assim, tanto hoje quanto naquela época, o dinheiro e os bens terrenos, embora tão cobiçados, não são garantia de absolutamente nada.Podem proporcionar alegria e satisfação por algum tempo, mas não preenchem a necessidade de sentido para a existência humana e, além disso, não podem resolver o maior de todos os problemas: o fim da vida terrena.Nem é preciso pensar muito ou fazer grandes divagações para se constatar tanto que o dinheiro não evita a morte quanto nada do que se tenha, em termos materiais, será levado para depois desta vida… isso, incluive, também está registrado no verso 7 do mesmo texto do apóstolo Paulo anteriormente citado: “nada temos trazido para o mundo e é manifesto que nada levaremos dele”. Então, o que são os “tesouros do céu” — que não podem ser destruídos nem roubados — aos quais se refere o Senhor Jesus?Como em quase tudo, os critérios celestiais são muito diferentes dos terrenos: os tesouros do céu não podem ser manipulados ou sequer tocados, pois estão em um patamar extremamente mais elevado que o dos efêmeros tesouros da Terra.O próprio Jesus, também no sermão do monte, já fala sobre alguns destes tesouros: Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. (Mateus 5:14-16 – ACF) As boas obras são parte do tesouro do céu, algo que é reafirmado em Apocalipse: E ouvi uma voz do céu, que me dizia:Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor.Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem. Outro ponto que pode ser destacado é a afirmação de Daniel: Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento;e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente. (Daniel 12:3 – ACF) A sabedoria de ser testemunha fiel do único Deus verdadeiro, da pessoa e da obra de Jesus Salvador, também é parte do tesouro do céu.Jesus também afirma algo que pode parecer até chocante, mas que é parte importantíssima do tesouro do céu, também no sermão do monte: Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus;porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós. (Mateus 5:10-12 – ACF) Os sofrimentos suportados por amor ao Senhor não são um castigo, mas um privilégio que iguala o cristão atual aos profetas que viveram antes, que também eram perseguidos e desprezados por anunciarem a justiça, o juízo divino sobre o pecado no Antigo Testamento e a primeira vinda do Salvador, tal como hoje é anunciada a segunda, para o juízo final. Os tesouros do céu não podem ser tocados e, por
Contemos Nossos Dias
Bem conhecida por aparecer em muitas camisetas, uma estampa que acabou dando nome até a algumas empresas e marcas apresenta a expressão “CARPE DIEM”, frase que muitos usam sem sequer saber o que significa ou a razão pela qual, no passado, era pronunciada.Sua origem remonta aos mosteiros medievais, onde era utilizada como cumprimento e obtinha, como resposta, outra fase em Latim: quando um monge encontrava o outro, cumprimentava-o dizendo “CARPE DIEM” e o outro, por sua vez, respondia “MEMENTO MORI”.Vamos apresentar (ou relembrar) o significado literal desse breve diálogo:— Carpe Diem! (Aproveite o dia!)— Memento Mori. (Lembre-se de que vai morrer). Embora tal cumprimento e sua resposta possam, para a nossa cultura atual, parecer um tanto mórbidos, apenas expressam uma verdade a qual poucos se atentam: a vida neste mundo NÃO É ETERNA.“Aproveitar o dia”, no contexto dos monges, seria meditar, fazer suas rezas… enfim, tudo o que acreditavam ser importante para ter uma espiritualidade viva, uma relação com Deus. Biblicamente falando, tal pensamento é equivocado, mas isso não vem ao caso agora, pois o ponto central desta reflexão é algo que pode ser visto em um dos Salmos mais conhecidos, o único atribuído a Moisés no Saltério: Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando.Quem conhece o poder da tua ira?Segundo és tremendo, assim é o teu furor.Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios. (Salmos 90:10-12 – ACF) Apesar de parecer muito, especialmente na infância e na adolescência, os setenta ou oitenta anos que, de fato, são a média da vida de grande parte das pessoas — e, curiosamente, quem escreveu essas palavras chegou a 120 anos de vida (conforme Deuteronômio 34:7) — a verdade é que isso, na perspectiva divina, é o mesmo que nada. Há alguns anos, o conhecido pregador Paul Washer, em um sermão dirigido aos estudantes da Universidade Mackenzie, iniciou o assunto com as seguintes palavras:“Dentro de 4 ou 5 anos a maioria de vocês estará se formando. Dentro de 15 anos você verá que a maioria dos seus sonhos, das suas expectativas, não se tornaram e nem se tornarão realidade. Dentro de 20 anos você sentirá a sua beleza e a sua força sendo consumidas. Dentro de 30 anos você vai estar começando a pensar na morte. Dentro de 100 anos todos vocês estarão mortos. E aqueles que os tinham em suas memórias também vão morrer.”Embora pareça que Paul Wahser estava sendo um tremendo desmancha-prazeres ao dizer isso a centenas de jovens na casa dos 20 anos, ele não disse nenhuma mentira.Na juventude, realmente temos a tendência de nos sentirmos invencíveis e capazes de tudo, de alcançar qualquer coisa que desejemos, nos esquecendo facilmente de olhar para os mais velhos e ver que, entre eles, os que realizaram seus sonhos são a exceção, e não a regra… e, pior ainda, não costumamos pensar muito na realidade do envelhecimento e da morte.Houve um caso, bem conhecido em minha igreja de origem, que ilustra muito bem a precipitação e impetuosidade características da juventude: Quando se discutia o projeto para a contrução de um templo, isso nos idos da década de 1950, com a maioria dos membros sendo pessoas na casa dos 20 ou 30 anos, foi aprovada a planta que previa uma escada de 30 degraus como acesso, para o culto, à nave do templo.A alegação era de que, com o templo mais alto, seria visto de mais longe, como um tipo de “convite” à vizinhança para visitá-lo. Os mais velhos reclamaram, dizendo que isso dificultaria sua locomoção, mas foram votos vencidos e o templo foi construído com a enorme escadaria.Nos anos 90, porém, com todos os mais velhos votantes da década de 1950 já tendo partido deste mundo, a reclamação do tamanho da escadaria passou a partir dos que, na época da construção, eram jovens, devido ao esforço necessário para se entrar no templo…Qual foi o equívoco cometido?Simples: os jovens dos anos 50 esqueceram que ELES PRÓPRIOS TAMBÉM FICARIAM VELHOS no futuro! Paul Washer não errou ao lembrar os jovens universitários de que a vida é passageira e se isso mudou algo na vida deles, só o Espírito Santo sabe.Moisés, por sua vez, ressalta essa realidade de forma muito clara e faz a melhor recomendação possível neste caso: QUE DEUS NOS ENSINE A CONTAR OS NOSSOS DIAS! “Contar os dias” é uma referência a lembrar de tudo o que já vivemos e o tempo que já se passou, tempo esse que não vai mais voltar e nunca mais viveremos outra vez.Com essa “contagem”, somos lembrados tanto de que o tempo que nos resta neste mundo diminui a cada momento que passa quanto de que a existência terrena não permanece para sempre.O livro de Eclesiastes mostra, de forma muito clara, a futilidade de se passar a existência concentrado nas coisas da Terra: o rei Salomão — após ter satisfeito todos os desejos de seu coração e, inclusive, haver se afastado momentaneamente de Deus ao adorar ídolos — reconhece, no fim de sua vida, que tudo neste mundo é “vaidade”, ou, na tradução literal, “Bolha de Sabão”. Tal como uma bolha — que é colorida e bela por fora, mas vazia por dentro e estoura com um simploes toque — as alegrias da Terra podem acabar de forma repentina e instantânea: quem não conta seus dias, não se apercebe que o fim chega para todos. O sábio, por isso, os conta.E isso é consequência da verdadeira sabedoria, que é o temor de Deus, algo dito também pelo próprio Salomão: O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria,e o conhecimento do Santo a prudência. (Provérbios 9:10 – ACF) Sabendo que o encontro com Deus é algo de que ninguém poderá fugir, o verdadeiro sábio procura se preparar para esse encontro, não focando sua existência em coisas que ficarão na Terra quando ele partir, porém, tal