O Perigoso Brilho Das Sombras

Parece Anjo De Luz, Mas É Só Agente Do Inferno…

Tempo Estimado de Leitura: 8 min

Quando se fala em demônios, em satanismo, em adoração ao diabo, o que vem à mente de muitas pessoas é uma imagem de uma sala escura, em geral com adornos também nas cores preta e vermelha, pentagramas, velas e sacerdotes com vozes e comportamentos intimidadores para com os presentes.
Ainda que tais coisas realmente existam, atualmente são mais procuradas por pessoas que já não se importam em ter uma relação com Deus e cujo objetivo é a satisfação dos próprios desejos e inclinações.

Os que vão a esses lugares não se importam com nada além da própria vontade, não ligam para o seu destino eterno e, alguns, nem mesmo creem que o poder de Satanás, embora seja grande, não é nada diante do poder do Criador: para as pessoas que buscam conscientemente tais coisas, os demônios podem se expor em um grau um pouco mais explícito do que para aqueles que não os aceitam.
Lembro de uma história que ouvi há muito tempo:

Em um baile numa determinada cidade, entrou no meio da pista de dança um rapaz que ninguém conhecia.
Tratava-se de um homem imponente, de uma beleza ímpar, que logo despertou a atenção de todas as garotas no local, que desejavam dançar com ele, convites que ele pronta e gentilmente aceitou.
Depois de agradar às garotas, um estranho cheiro de enxofre começou a exalar de seu corpo, seus pés se tornaram em cascos e um par de chifres apareceu em sua cabeça, tudo isso acompanhado de uma gargalhada sardônica: o pânico se instalou, alguns dos presentes conseguiram fugir, mas o salão foi misteriosamente incendiado e a maioria dos que estavam presentes no baile acabou morrendo no incêndio.
O que não mencionei inicialmente é que ouvi essa história, com pequenas variações de um lugar para outro, em praticamente TODAS as cidades do interior onde estive, mas sempre com os elementos aterrorizantes sendo mantidos. Em outras palavras, isso obviamente, está muito mais para folclore do que para realidade.

Mesmo biblicamente tal manifestação grosseira e assustadora dos demônios é muito improvável… ao menos em um ambiente “normal”, fora dos olhos de seus adoradores declarados, embora não possa ser descartada. O mais provável é que aconteça em ambientes e diante de pessoas abertamente consagradas ao satanismo.
Quando, porém, se trata de ludibriar pessoas, mesmo que não sejam cristãs, mas especialmente as que são, a estratégia do diabo e de seus anjos é bem diferente: como diz Paulo:

Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo.
E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.
Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.

(2 Coríntios 11:13-15 – ACF)

Por se tratar do pai da mentira (como dito por Jesus em João 8:44), o diabo pode ter todos os defeitos do Universo, mas burro ele não é!
Infelizmente, como diz o adágio popular, “mais sabe o diabo por ser velho do que por ser diabo”.
Seus milênios de assédio à humanidade — tentando aliciá-la contra o Criador e fazê-la aceitar a sua figura como seu “deus” — o fazem conhecer muito bem as fraquezas e paixões humanas: não erra quem afirma que apenas Deus conhece o ser humano melhor do que o diabo.
Dessa forma, ao se apresentar a pessoas que sabem de sua natureza nefasta, sejam elas cristãs ou não (a crença em uma entidade maligna não é exclusiva do Cristianismo), ele não é tolo para se mostrar de forma assustadora, intimidadora: mostra-se de forma indireta, por meio de tentações, de atiçamento ao pecado, de fomentação da cobiça no coração humano e especialmente, como diz Paulo, por meio de

FALSOS APÓSTOLOS.

Nada é mais eficiente para desviar pessoas da fé cristã verdadeira (ou para impedi-las de ser alcançadas por ela) do que a pregação daquilo que hoje se conhece como “o evangelho da porta larga”.
Tal “evangelho”, com letras devidamente minúsculas, tem várias facetas, porém, as mais conhecidas são a do “evangelho da prosperidade” e a do “evangelho da hipergraça“, também conhecido como o “evangelho” que só repete que “Deus é amor”…

Muitos são atraídos pelas promessas dos evangelistas da prosperidade, acreditando em seu discurso de que, como são (ao menos nominalmente) “filhos de Deus”, têm direito ao melhor desta Terra, pois são filhos do dono de tudo o que existe.
Os resultados são tremendas desilusões, frustrações e a visão de que apenas os pregadores e líderes dessa teologia falsa de fato alcançam a prosperidade que pregam aos outros.

Acreditando que quanto mais ofertarem e mais se desprenderem de seus bens (em favor do líder), mais Deus os retribuirá, finalmente acabam não só não realizando seus sonhos (acreditaram em uma promessa que Deus nunca fez e ficando até sem o que tinham antes de acreditarem nessa mentira), mas — pior e não raro — muitos se revoltam contra Deus por causa disso, sendo que o erro não foi da parte de Deus, mas de quem tomou o seu nome em vão, usando-o para proveito pessoal.
Essa teologia da prosperidade já perdeu muito crédito e muitos adeptos, pois foram décadas de discurso vazio sem que o mesmo se confirmasse na prática, mas ainda — em menor escala do que já foi no passado — representa risco para a fé cristã.

Porém, a teologia da hipergraça ganha mais força a cada dia que passa.
Essa é incomparavelmente mais perigosa do que a pregação da prosperidade, pois não precisa ser confirmada na prática, uma vez que afirma coisas que todos podem fazer e realizar: por “hiper” entenda-se “graça acima do anunciado” ou “maior do que o esperado”, “que suplanta o imaginado”, “que entrega mais do que o prometido”…
Na prática, é a pregação de um “evangelho” que não confronta, não fala sobre arrependimento nem mudança de vida e que deixa o pecador à vontade com o pecado.

UNIVERSALISMO

Uma das suas vertentes é o que se conhece como “universalismo“, doutrina segundo a qual todos serão salvos: na eternidade, segundo essa doutrina, independente de terem ou não aceitado a Cristo, todos serão perdoados.
Carlton Pearson, cuja história é contada no filme “A Caminho da fé”, de 2015, é um dos seus pregadores mais conhecidos.
Originalmente pastor de uma denominação cristã pentecostal nos EUA, acabou expulso da mesma por recusar-se a ensinar sobre a condenação eterna, alegando que Deus enviou o Salvador para todos e que, por isso, todos serão salvos (ignorando que a salvação é só para os que creem em Cristo, conforme João 3:36).
Criou a denominação com os que o apoiaram na pregação desse “evangelho da porta larga”, chamada “Higher Dimensions Family Church”, ou, em português, “Igreja da Família das Dimensões Superiores”, cujo número de adeptos não para de crescer desde sua fundação: o ponto principal a ser destacado é que a pregação dessa denominação não nega a existência do castigo pós vida, mas nega sua eternidade!
Segundo Pearson, o tempo do castigo é desconhecido, mas essa punição é Restauracionista, medicinal, não punitiva:
“Seja dez minutos ou dez milhões de anos” — diz ele — “o castigo não é para sempre”.

É evidente que tal ideia é muito agradável aos que desejam viver suas vidas para si mesmos, em vez de para Cristo, como a Bíblia diz ser o esperado (vide 2 Coríntios 5:15), afinal, isso levaria ao paraíso até mesmo uma pessoa do naipe de Hitler e, portanto, os que se consideram “menos piores” do que o ditador nazista — o que certamente inclui praticamente todos os seres humanos: ninguém vai pensar que é pior do que o Führer — iriam para o paraíso mais rapidamente do que ele… e mesmo ele próprio acabaria indo para lá mais cedo ou mais tarde!
No entanto, não há brecha alguma na Bíblia para que se afirme que o castigo eterno é meramente temporário.
Jesus, por exemplo, no sermão escatológico, descreve tanto a vida quanto o castigo como “eternos”, e o termo grego usado em ambas as circunstâncias é “AIÔNIOS” (veja Mateus 26:46), de modo que, se o castigo dos ímpios não é eterno, tampouco o paraíso dos salvos o será, ideia totalmente absurda à luz do ensino bíblico.

TEOLOGIA INCLUSIVA

Outra vertente da hipergraça é a chamada “teologia inclusiva“, que igualmente não confronta o pecado, em especial das relações homoafetivas, condenadas tanto no Antigo (Levítico 18:22) quanto no Novo Testamento (Romanos 1:18-32; 1 Coríntios 6:9-10).
Vemos muitas dessas chamadas “igrejas inclusivas” sendo abertas pelo mundo afora, mas um dos pioneiros foi o americano Troy Perry, homossexual assumido, fundador da ICM — Igreja da Comunidade Metropolitana — em 1968: atualmente essa denominação é possivelmente a mais famosa do mundo e tem templos em cerca de 30 países, inclusive no Brasil, mas, infeliz e obviamente, não se trata da única denominação que adota a hipergraça e a teologia inclusiva.

É evidente que o cristão — sendo ele próprio também pecador e nem um pouco melhor do que ninguém — não deve discriminar uma pessoa por sua orientação sexual, mas o caso dessa teologia vai muito além do combate à discriminação: nesse meio, o pecado não é mais considerado ou chamado de “pecado”, sendo apresentado como algo aceito e até agradável a Deus, pois o “deus” apresentado nessas comunidades inclusivas é apenas “amor”, mas sem qualquer justiça!

O interessante é que os adeptos da hipergraça (sejam de que vertente forem) aceitam tranquilamente o pecado que eles próprios ou seus parceiros de denominação praticam, mas não costumam ter essa tolerância com os que discordam de suas posições, frequentemente acusando-os de “fundamentalistas” e de “propagadores de discurso de ódio”… eis aí como o diabo se manifesta mais costumeiramente no mundo!
Tal como diz Paulo, ele se transforma em anjo de luz, evitando assim que suas pretensas vítimas vejam quem de fato está por trás do “evangelho da porta larga” que é pregado no mundo.

E uma pergunta que precisa ser respondida é: como identificar uma pregação de origem satânica?
O próprio Jesus dá a resposta:

Ai de vós, quando todos vos louvarem!
Porquanto, foi assim também que agiram os vossos antepassados com os falsos profetas.

(Lucas 6:26 – KJA)

Os falsos profetas que, conscientemente ou não, trabalham para a causa do inimigo, podem ser facilmente identificados pelas reações que recebem: tanto aqueles a quem o mundo elogia e enaltece quanto aqueles que têm espaço no meio secular para pregar e recebem palavras de reconhecimento e exaltação; esses devem ser aqueles que mais desconfiança despertam nos cristãos verdadeiros.
Os verdadeiros profetas são os que o mundo odeia, difama, persegue e calunia, conforme Jesus diz em Mateus 5:10-12, porque são esses os que pregam o verdadeiro Evangelho, aquele que confronta o pecado e chama ao arrependimento.

Estejamos atentos, portanto, às ciladas que o inimigo prepara.
Não nos submetamos à cultura anticristã que se espalha no mundo, porque isso terá um fim tão logo a trombeta soar, anunciando o fim da existência terrena que conhecemos e levando todos os que creem e perseveram, a entrar na Nova Jerusalém, onde o diabo nunca mais poderá fazer nada contra nós.

Nos Laços do Calvário

TÍTULO ORIGINAL: O DIABO DISFARÇADO DE ANJO DE LUZ

Parece que os tempos finais estão se revelando cada vez mais rapidamente e, antes que o Senhor volte como um ladrão na noite, já podemos observar indícios do profetizado reinado do anticristo se consolidando não apenas no Brasil, mas por todo o mundo!
Na fase 2023 d’O Pior evangelho decidi lançar mão de novos formatos na expectativa auxiliar a aumentar o alcance dos conteúdos relacionados às Escrituras — stories, vídeos, textos mais curtos, autores convidados… — e essa publicação, onde tomei a liberdade de realizar revisão e ilustração, é parte desse projeto.
Obrigado por ter lido até aqui.
Continuo necessitando de toda colaboração possível: comentários, compartilhamentos e reações ajudam a divulgar este conteúdo que foi integralmente produzido na intenção de colaborar para a edificação do Corpo de Cristo no mundo.

Tenho vergonha de pedir.
Odeio incomodar os leitores e passei o ano de 2023 inteiro apenas publicando comentários, como os acima, em letras castanhas sem qualquer pretensão de ser incisivo em meus pedidos. Fiz isso porque ainda depositava uma pequena parcela de credibilidade na justiça e aguardava que ela, diante de minha incontestável deficiência, intimasse a seguradora a honrar o seguro funcional que me vendeu.
Só que deu tudo errado e nem os mais altos graus dos juízes deste país recusam suborno!

De súbito, fui lançado numa situação de extrema necessidade financeira e tanto os links imediatamente acima quanto o vídeo ao lado podem esclarecer o nível de desespero que me acomete e me traz a publicar esse apelo ao final da maioria de minhas publicações.

Peço perdão pelo incômodo, mas peço que, por favor, assista e ajude não apenas a manter esse site, mas também o próprio editor e sua família, com vida e saúde: eu realmente sentiria muita vergonha de expor tudo isso se não fosse a mais pura realidade.

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Agradeço pela atenção e rogo a Deus que, independente do valor ofertado, multiplique as bênçãos e livramentos nas vidas daqueles que se se dispuserem a colaborar.

Parafraseando o apóstolo Paulo em Efésios 6:23-24, que a graça e a paz sejam conosco, todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade, hoje e para todo o sempre!

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