Aplicações Espirituais

Você Conhece Schrödinger?

Tempo Estimado de Leitura: 18 min

Se o sigilo relativo ao jejum, tratado na última publicação, permitiu que algumas questões (bastante pertinentes por sinal) fossem formuladas, creio que seria adequado realizar uma abordagem rápida e objetiva sobre as outras duas formas de “negócios espirituais”, tão importantes que mereceram ter as instruções citadas pelo próprio Senhor Jesus Cristo.
Longe de querer aplicar qualquer perspectiva comercial às coisas espirituais, escolhi o termo “negócios” apenas para fins didáticos e são eles a oração, a esmola (doação) e o jejum: enquanto a oração constitui uma relação inteiramente espiritual, o jejum pode ser considerado como uma “transação” entre matéria e espírito e a doação, apesar da aparência inteiramente material, também pode alcançar repercussão espiritual.

É primordial esclarecer que o assunto aqui tratado não tem, inicialmente, relação com os famosos “galardões celestiais”, porém com as diversas possíveis recompensas — livramentos, curas e bênçãos diversas — preparadas e entregues pelo próprio Senhor Deus; perceptíveis de forma pública e nunca forjadas com finalidades de iludir, manipular, extorquir ou dominar outras pessoas.

A REGRA É CLARA, MAS NÃO ÓBVIA

Além de disposição para não se entregar à leituras desatentas (como normalmente fazem os analfabetos funcionais), para um perfeito entendimento do que será explicado a seguir é fundamental reconhecer que todas as passagens expressando falas de Jesus Cristo são axiomas, ou seja, verdades absolutas cuja oposição, acréscimo ou extensão contraditória de interpretações normalmente revelam pessoas ávidas por ostentar o título de “cristão” sem que de fato o sejam.
Isto posto, vamos conhecer o que Ele disse:

Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles;
aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus.
Quando, pois, deres esmola,
não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens.
Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita;
Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente.
E, quando orares, não sejas como os hipócritas;
pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens.
Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto;
e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.
E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.
Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.

(Mateus 6:1-8 – ACF)

Conforme mencionado na introdução, é o próprio Cristo quem está especificando os rígidos procedimentos através dos quais as “aplicações espirituais” serão recompensadas publicamente pelo Pai que — informação evidenciada pela repetição — vê em secreto e não deixa de ser interessante, para efeito e analogia ilustrativa, apresentar (ou relembrar) aos leitores um conceito chamado de…

O GATO DE SCHRÖDINGER

Também chamado “paradoxo do gato na caixa” é uma representação hipotética, feita para questionar as interpretações da mecânica quântica no início do século XX, e, em subsequente inferência, os limites de aplicabilidade dos fenômenos da mecânica quântica ao mundo macroscópico.

Chamado de Gato de Schrödinger em homenagem ao seu criador — Erwin Schrödinger, um dos físicos mais importantes na área da Quântica —, o experimento consiste em colocar um gato dentro de uma caixa e fechá-lo lá dentro. Junto ao gato, dentro da caixa, é colocado um frasco contendo um gás venenoso, um elemento radioativo emissor de partículas alfa e um dispositivo composto de um martelo e um detector de radiação. Se o detector registrar a presença de pelo menos uma partícula alfa, o martelo é acionado e quebra o frasco, liberando o gás venenoso e, consequentemente, matando o gato.

Mas vamos considerar que a fonte radioativa possa liberar partículas alfa dentro de um intervalo de tempo determinado, e que também possa não liberar essas partículas nesse tempo: existe 50% de chance de que o elemento libere a partícula e 50% de chance de que ele não libere.
Se ele não libera a partícula, o gato não morre, ou seja, o resultado será “gato vivo”.
Porém se o veneno é liberado, o resultado do experimento será “gato morto”.

Então podemos dizer que temos 50% de gato vivo e 50% de gato morto, mas não poderemos ter certeza se o gato está vivo ou não se não abrirmos a caixa para olhar dentro e é aí que vem o mais estranho: para a mecânica quântica, o gato pode estar nos dois estados, vivo e morto!
Ora, sabemos, na prática, que um gato só pode estar vivo ou estar morto, mas não ambos e, deixando de lado as minúcias e incertezas do campo científico , temos certeza de que uma vez morto, o gato não voltará a viver.

AS ESMOLAS DE SCHRÖDINGER

Da forma parecida à experiência do gato e a despeito do valor, qualquer doação simplesmente deixará de contar galardões junto ao Pai que está nos céus a partir do momento em que for realizada diante de outras pessoas, ainda mais se feita na intenção de receber qualquer tipo de glorificação: ainda que o valor tenha sido entregue, a simples visibilidade do ato o torna nulo ou, usando a ilustração, é um gato que parece vivo… mas já nasceu morto!
E não pense que estou me referindo apenas aos tantos analfabíblicos que, atualmente, costumam alardear suas esmolas pela internet ou em programas de TV: entre os maiores praticantes de doações vazias continuam figurando os “hipócritas nas sinagogas” ou, atualizando, os que ainda não entenderam ser gentios na Graça e pensam que fazer filas dentro de suas empresas eclesiásticas para emular a lei judaica de “entregar os dízimos e ofertas” é uma forma válida de agrado ao Senhor Deus…
Só perdem em ignorância das Escrituras para as próprias empresas eclesiásticas que divulgam coisas absurdas como listagens de ouro, prata ou bronze para categorizar os “dizimistas fiéis” conforme o volume dos valores entregues por cada um.

AS ESMOLAS VERMELHAS

Se a ignorância de todos os que foram citados até agora ainda lhes permite a ilusão de que suas colaborações financeiras serão multiplicadas na terra com ecos na eternidade, muito piores que eles são os que simplesmente se rebelam contra os decretos de Deus e decidem se unir para estabelecer um “paraíso na terra”, supondo que atributos humanos serão suficientes para tal realização…
Tendo sido as Escrituras inspiradas por Deus, basta prestar atenção no que está registrado! Me permitam apresentar um apanhado: neste mundo teremos aflições. vamos comer o pão do “suor de nosso rosto”, ou seja, do mesmo trabalho ao qual foi dada uma alternativa simples e direta a quem não quiser realizar: não coma!
É claro que existem situações limitantes que realmente impedem algumas pessoas de trabalhar e as torna passíveis de receber auxílio, porém é quase impossível crer que a graça de Deus moverá pessoas a colaborar conforme for proposto, multiforme e sobrenaturalmente, em seus corações… então para muitos, inclusive alguns “cristãos”, é mais fácil abandonar qualquer perspectiva de fé e obrigar que todos repassem ao governo valores uniformes para que este possa sabiamente utilizá-lo em projetos de auxílio financeiro generalizado e impessoal!

Citando a segunda parte da série “A Bíblia Vermelha”, me permitam parafrasear a passagem de Mateus 6 para ratificar minhas afirmações:
Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti como fazem os governantes de esquerda através de seus projetos e bolsas, especialmente porque estes não estão verdadeiramente usando seus próprios recursos, mas metendo a mão no bolso alheio para fazer uma caridade impessoal para serem glorificados pelos homens e escravizar qualquer um que dela se valha, de modo a ampliar e perpetuar o domínio de nossa ideologia política nesse mundo… e que se dane esse tal Deus, pois nós iremos implementar um paraíso aqui na terra mesmo!

Ainda mais dramático é constatar que não são apenas os líderes que puxam os anzóis que se cravam na carne de quem cai em suas armadilhas: os próprios outros escravos se encarregam de perpetuar a miserabilidade.

AS VERDADEIRAS ESMOLAS E BOAS AÇÕES

Muito antes da existência do “PIX”, o irmão Hélio de Menezes já havia registrado algumas considerações sobre a melhor forma de auxiliar algum irmão em necessidade e eu tomei a liberdade de atualizar e ampliar:

Pôr um envelope com dinheiro e anônimo por baixo da porta dele — 0 pessoas lhe glorificarão — é melhor que;
Dar-lhe pessoalmente, pedindo-lhe segredo (seria o caso do PIX) — 1 pessoa glorificará a você — é melhor que;
Pedir a um irmão (de outra igreja?) que leve sua oferta a ele, sem lhe revelar a fonte — 1 pessoa glorificará a você — é melhor que;
Pedir seu pastor ou um oficial que leve sua oferta a ele, sem lhe revelar a fonte — 1 pessoa glorificará a você — é melhor que;
Pedir a todo o corpo de oficiais que leve sua oferta a ele, sem lhe revelar a fonte — 8 pessoas glorificarão a você — é melhor que;
Dar-lhe diante de toda a igreja, fazendo-se anunciar pelo microfone — 1000 pessoas glorificarão a você… e isso já é uma coisa horrível, haja vista que até mesmo alguns incrédulos são capazes de dadivar anonimamente — e isso só não é pior que;
A despeito de ter proposto em seu coração enviar determinado valor a uma pessoa específica, você se recusa a atender esse mover e prefere entrar numa fila para depositar dinheiro envelopado num gazofilácio, na expectativa de que o valor a alcance. Algum tempo depois descobre que o irmão não recebeu qualquer auxílio porque o valor de todos os envelopes depositados naquele dia (muitas e muitas vezes contabilizado a menor) foi utilizado para despesas administrativas — inclusive para ressarcir “por fora” ao pastor pelo valor de IR abatido na fonte em seu salário! — 1000 pessoas glorificarão a você por sua aparência de piedade naquela fila, a multiforme graça de Deus será solenemente ignorada e a pessoa a ser auxiliada… simplesmente continuará desamparada!

Comentário sobre trecho do estudo “Dizimar x Dadivar”, de Brian Anderson

Também creio ser muito importante e difícil registrar que, além de o mais anônimas possível, as doações devem ser realizadas sem qualquer pretensão de conquistar domínio, influência, mudança de atitude ou, como ocorreu certa vez comigo, silenciar quem as recebe:

Pois se amais os que vos amam, que galardão pode haver nisso?
Porquanto, até mesmo os ímpios amam aqueles que os amam.
E se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é o vosso mérito?
Até os infiéis agem deste mesmo modo.
E ainda, se emprestais àqueles de quem esperais receber de volta, qual é a vossa recompensa?
Também os incrédulos emprestam aos incrédulos, a fim de receberem seu retorno desejado.
Concluindo, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem se desesperar por receber de volta.
Então, sendo assim, grande será o vosso prêmio, e sereis filhos do Altíssimo.
Porquanto Ele é bondoso até mesmo para com os ingratos e ímpios.

(Lucas 6:32-35 – KJA)

Além desta “quebra” de qualquer expectativa de vínculo, a outra razão pela qual o modelo vermelho de caridade institucional — tão inútil quanto as “marchas para Gezuz” realizadas por seus opositores — se torna completamente desprezível é que a própria promessa de Eternidade não tem nada de socialista ou comunista, pois tanto a salvação quanto os galardões são benefícios absolutamente individuais e isso pode ser verificado através das promessas de teor profético que, por sinal, também deveriam ser suficientes para aterrorizar qualquer um que ouse agir fraudulosa ou indevidamente ao pedir auxílio:

De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.
(…)
Quem é injusto, seja injusto ainda; e quem é sujo, seja sujo ainda;
e quem é justo, seja justificado ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.
E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo,
para dar a cada um segundo a sua obra.

(Romanos 14:12 / Apocalipse 22:11-12 – ACF)

Talvez seja necessário esclarecer que não estou aqui querendo fomentar alguma rebelião que possa levar cristãos a deixar de dar a César o que é dele, a despeito de que tais valores acabem sendo empregados para custear o sacrifício de inocentes bebês ainda no ventre ou, como se Deus pudesse errar, procedimentos para “mudança de gênero” em hospitais públicos.
O fato é que não podemos atribuir a qualquer outra entidade — individual, eclesiástica ou governamental — a responsabilidade de, independente do valor em questão, doar, esmolar ou praticar quaisquer boas ações que só a nós mesmos cabe a realização, conforme proposto em cada coração e sempre da forma mais sigilosa possível.

Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto;
pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos.
O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem,
e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal,
porque da abundância do seu coração fala a boca.

(Lucas 6:44-45 – ACF)

Tirar alguém do vício é muito bom e elogiável, porém esta NÃO É A PRINCIPAL FUNÇÃO DO EVANGELHO!!!
Para isso existem muitos programas de auxílio de diversas origens e de forma alguma podemos confundir ações sociais com a obra do Senhor Deus, senão muito em breve estaremos convencidos que qualquer organização beneficente — como LBV, espiritismo, maçonaria… — também é cristã e evangelística!
A partir do momento que assumimos um compromisso com o verdadeiro evangelho, temos que mudar nossas perspectivas e aprender a discernir as coisas que são comuns (seculares) das que são sagradas e para a vida eterna, pois se a fé sem obras é morta, as obras, por mais grandiosas que sejam, nunca serão garantia de ingresso para a salvação:

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé;
e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie.

(Efésios 2:8-9 – ACF)

Desse modo e sabendo que apenas dizer “Jesus te ama” passa longe de ser verdadeiramente evangelismo, de nada adianta alimentar, oferecer educação, custear tratamentos de saúde, adotar órfãos ou abandonados sem que tais boas ações sejam oportunidades de condução à única e verdadeira fé:

De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.

(Romanos 10:17 – ACF)

Fora disso, a despeito da aparência de piedade que reveste as boas ações, apenas se estará prolongando a existência da criatura no mundo, pois viver uma vida inteira em negação da fé é como usar um paliativo ou placebo, sem qualquer poder real para impedir a inevitável e pior condenação de todas:

Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos que se prostituem, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos,
a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre;
o que é a segunda morte.

(Apocalipse 21:8 – ACF)

AS ORAÇÕES DE SCHRÖDINGER

Talvez a melhor forma de iniciar esse tema seja confessando um erro que eu próprio cometi — por conta de fatores como excesso de zelo, erro de interpretação e um toque de desatenção — há um bom tempo atrás: por quase um ano evitei dizer que iria orar pelas pessoas!
Isso de forma alguma significa que eu não tenha orado por elas, mas eu não dizia que faria com medo de parecer triunfalista… e isso durou cerca de um ano, até que conheci os loucos que falam “eu profetizo!” em relação às intenções de seu coração: ver celebridades profetizando vida diante de multidões — e ainda por cima em nome de Deus! — para pessoas que encontraram a morte no dia seguinte é suficiente para tornar incrédulo e cético qualquer um que desconheça as Escrituras.
Como já escrevi anterior e claramente sobre o tema (basta clicar nesses dois últimos links), o objetivo aqui não é explicar que falsos profetas como esses se fazem automaticamente servos do diabo e passíveis de morte, mas sim para não deixar dúvidas que a arrogância de qualquer oração pública irá torná-la imediatamente sem qualquer efeito!

E, quando orares, não sejas como os hipócritas;
pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens.
Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.

(Mateus 6:5 – ACF)
EXIBICIONISMO DISFARÇADO
A “MOEDA ORAÇÃO” PERDE TODO VALOR
SE PUDERMOS VÊ-LA AO SER DEPOSITADA…

Eu leio a passagem acima e minha primeira lembrança é daquele pastor-político que usa cabelos alisados, orando em tom de arrogância e determinando minuciosamente a Deus como posicionar seus anjos ao redor de cada uma das pessoas que estava presente naquele recinto, como se no mundo espiritual fossem válidas as mesmas regras físicas e estratégicas do material…
Também não consigo me esquecer da Sant’Ana Paula com seus gemidos e gritos no estilo “Thundercats” usando seus shows para esfregar sua suposta intimidade com Deus na casa da plateia e, pior que isso, sabendo que será idolatrada e imitada por uma multidão de analfabíblicos submersos e afogados em sua Lagoinha.

Infelizmente não apenas os famosos sucumbem à tentação de demonstrar autoridade, intimidade, humildade ou qualquer outra qualidade que, por mais elogiável que seja, simplesmente tem qualquer galardão apagado imediatamente após ser exibida em forma de oração pública: da próxima vez que for até sua empresa eclesiástica, por favor, lembre disso e saiba que qualquer coisa exposta em oração pública que extrapole os limites do “Pai Nosso”… se torna nula após exibida!
Não estou aqui querendo estabelecer a repetição do “Pai Nosso” palavra por palavra como fazem os católicos, assim como não pretendo ser mais um a explicar frase a frase a oração ensinada por Cristo, mas a oração pública biblicamente amparada é aquela que obedece estritamente os limites de tratamento e petição ali apresentados, o que possivelmente termina não parecendo tão espetacular diante da plateia.

Para ficar babando, gritando, chamando o Criador de “paizinho”, orar por aquele furúnculo no traseiro, aquela hemorroida sanguinolenta, aquela prisão de ventre, aquele relacionamento que não aconteceu, o assédio no ambiente profissional, alguma divergência familiar, assim como todo e qualquer possível detalhe particular, íntimo, subjetivo ou emocional não deve ser exposto em oração pública (como já pude testemunhar tudo o que aqui listei!)… eis aqui a regra:

Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto;
e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.
E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.
Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.

(Mateus 6:6-8 – ACF)
CRISTO CAIU EM CONTRADIÇÃO?

— Mas Teóphilo, por que Cristo disse isso e depois ficou subindo ao monte e, ainda por cima, levando junto discípulos para orar com Ele?

Essa foi a questão sincera que um adepto das desnecessárias “orações no monte” me enviou e, sabendo do grande obstáculo que é a interpretação de texto para algumas pessoas, decidi explicar minuciosamente e com sólida referência nas Escrituras:

E disse Jesus:
As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos,
mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.

(Mateus 8:20 – ACF)

Diante do que já expliquei sobre axiomas, ou você crê em Cristo e no poder das Escrituras ou simplesmente não pode querer se apresentar como cristão!
Se nessa passagem Ele afirma que não tinha onde reclinar a cabeça, em qual quarto poderíamos esperar que entrasse para orar?!?
Ora, sabemos que o Senhor Jesus morou na casa de Pedro, inclusive curando sua sogra, durante o período em que esteve pregando pela Galileia, mas isso não significa que ele tinha um quarto que pudesse chamar de seu, muito menos seria conveniente que se trancasse em algum dos aposentos da residência para orar em secreto… como então o Senhor Jesus Cristo fazia para conversar intimamente com o Pai?
A próxima passagem nos fornece bastante detalhes sobre isso:

E, saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras;
e também os seus discípulos o seguiram.
E quando chegou àquele lugar, disse-lhes:
Orai, para que não entreis em tentação.
E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra;
e, pondo-se de joelhos, orava, Dizendo:
Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.
E apareceu-lhe um anjo do céu, que o fortalecia. E, posto em agonia, orava mais intensamente.
E o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.

E, levantando-se da oração, veio para os seus discípulos, e achou-os dormindo de tristeza.
E disse-lhes:
Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai, para que não entreis em tentação.

(Lucas 22:39-46 – ACF)
O LOCAL

Ora, se Ele não dispunha de aposentos próprios, as circunstâncias o fizeram um buscar um local onde pudesse ter privacidade e, soberano sobre toda a Criação, fez do Monte das Oliveiras o “seu quarto”, sem que isso signifique que a prática de orar no monte possa ser considerada uma doutrina bíblica como, infelizmente, os analfabíblicos vieram a fazer aqui em nossos dias.

EM SECRETO

De fato, os discípulos o acompanharam até o monte, mas em momento algum chegaram a orar junto com o Senhor, pois Cristo só começou a orar após haver se afastado um “tiro de pedra”, ou seja, cerca de 20 ou 30 metros deles: a confirmação de que essa distância foi mantida está no fato de que os discípulos nem tomaram conhecimento do que ocorreu na oração em privado e, inclusive, estavam até dormindo quando Cristo foi buscá-los!
Infelizmente os atuais alpinistas religiosos tanto desprezam o aposentos que Deus lhes proporcionou como local de privacidade quanto, ao chegar no monte, oram em conjunto e praticam toda sorte de misticismo que absolutamente nada tem de respaldo nas Escrituras e, pior que isso, quem precisa ver para crer não é exatamente bem-aventurado

PRIVACIDADE

Conforme vimos, apenas após estar distante de qualquer pessoa, o Senhor abriu o coração e tanto expôs ao Pai o que não diria numa oração pública quanto soltou suas emoções em tal intensidade que suou gotas de sangue! Imagine a tamanha estranheza e até algum possível constrangimento que esse fenômeno causaria caso Ele estivesse usando um aposento emprestado na casa de Pedro?

Enfim, ao analisarmos essa passagem vamos descobrir que o Senhor conseguiu uma solução absolutamente não ortodoxa, porém perfeitamente cabível para cumprir o que havia estabelecido quanto à privacidade da oração: se até Ele foi diretamente tentado por Satanás, o que não sofremos nós quando abrimos nossas bocas grandes para falar sobre o que deveria estar oculto em nossos corações e acessível apenas ao Senhor Deus?

O LOCAL MAIS SECRETO
DE TODA CRIAÇÃO:

ENTIDADE

E não há criatura alguma encoberta diante dele;
antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.
(…)
Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar.

(Hebreus 4:13 / 1 Pedro 5:8 – ACF)

CONCLUSÃO

Por favor, não sejamos tolos imaginando que Satanás vai atrapalhar nossos planos ao tomar conhecimento deles: pelo contrário, ele pode usar o poder do engano para concretizá-los de uma forma tão opulenta que acabará nos distanciando dos verdadeiros propósitos de Deus para nossa existência — muitas biografias e epitáfios de celebridades são provas inquestionáveis disso.
Não se iluda pensando ser o novo Jó, pois atualmente têm sido os imitadores de Salomão que mais facilmente se afastam do Senhor para deturpar Sua Verdade.

Tendo consciência de que o Senhor Deus é Todo-Poderoso e presciente de todas as coisas, devemos estar prontos para receber qualquer uma das três possíveis respostas ao que pedirmos em oração: o “sim”, o “espera” e o “não”.
Acabamos de ver que o próprio Senhor Jesus Cristo recebeu um “não” ao questionar a possibilidade de ter o amargo cálice de sua crucificação afastado; da mesma forma o apóstolo Paulo, em 2 Coríntios 12, rogou por três vezes que lhe fosse retirado um tal “espinho na carne” e teve que se resolver com um “não”… quem são essas pessoas de nossos dias que se vendem como possuidores de “orações poderosas” para atender pedidos normalmente afetivos, financeiros ou de saúde senão fraudulentos discípulos de Simão, O Mago?
O “não” pode não parecer inicialmente, mas também é bênção e as Escrituras nos apresentam o exemplo de Ezequias, cuja oração atendida acabou proporcionando uma série de enganos e até um Manasses de brinde…

Enfim, a proposta da presente publicação é apresentar, de acordo com as Escrituras, a forma correta de orar e praticar boas ações de modo a alcançar os galardões provenientes do Pai que vê em secreto, sobre os quais inicialmente é dito que serão recompensas visíveis publicamente.
Porém, ao prosseguirmos na leitura do episódio, vamos nos deparar com a melhor parte, imediatamente emendada pelo próprio Senhor Jesus Cristo ao contexto da conversa:

Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.

(Mateus 6:19-21 – ACF)

Ora se esta não acaba sendo uma promessa real de duplo investimento?!
Soa tão bem e de forma tão promissora que chega a ser constrangedor dizer que basta apenas agir de acordo com as regras, sem inventar, sem se exibir, sem competir… sempre em secreto, sempre estendendo uma mão sem que a outra saiba, sempre e sempre buscando conhecer e viver a Verdade.
Só registro uma nota de lamento pela quantidade de tempo desperdiçado por participantes de empresas eclesiásticas que, por arrogância ou ignorância, tornam longas e públicas muitas orações que deveriam ser absolutamente privadas.
Que o Senhor Deus possa nos manter cativos às suas instruções.

Obrigado por ter lido até aqui e eu, sinceramente, não escreveria aqui se não estivesse necessitando de toda colaboração que puder ser oferecida: comentários, compartilhamentos e reações ajudam a divulgar este conteúdo que foi produzido com intenção de colaborar para a edificação do Corpo de Cristo no mundo.
Um link encurtado e de fácil memorização para essa postagem é:

https://cutt.ly/atosdiscretos

Desejando colaborar financeiramente com qualquer valor, minha chave PIX principal é teophilonoturno@gmail.com e essa imagem é do meu QR code: meu nome é Geovane Ignácio de Souza, o trecho do CPF a aparecer deve ser o “927.157” e a instituição financeira é o Nubank.

Iniciei um projeto profissional numa empresa recém-inaugurada e, obviamente, ainda não alcancei o sucesso financeiro, por isso peço que considere a possibilidade de, através do Paypal, colaborar mensalmente com, pelo menos, R$ 30,00.
Atualmente tenho apenas um colaborador (ao qual sou extremamente grato), mas se 40 pessoas se propusessem a ajudar com esse valor mínimo, ao menos os gastos com energia elétrica e internet seriam cobertos.

Por mais que queira, destaco que não tenho em mim mesmo a menor capacidade de forçar o Pai a te abençoar por causa disso, mas oro a Ele pedindo para que, no tempo correto e na medida multiplicada, retribua a bondade realizada da forma mais adequada: seja através de livramentos ou de diversas bênçãos possíveis.

Aqui quem escreve é o velho Teóphilo Noturno e prossigo, contra todas as adversidades, com meus informes atualizados e consolidados, tentando alcançar unidades desorientadas e até, talvez, atualmente sob domínio do inimigo.
Ao conteúdo que produzo chamo d’O Pior Evangelho do Mundo e, sempre que possível, tento lançar novidades às 19:00h de terças e quintas: sei bem que em mim não há valor algum, por isso dedico meu tempo a pesquisar e escrever, sempre tentando comparar tudo às Escrituras: o que de graça recebi, de graça também compartilho…

Parafraseando o apóstolo Paulo em Efésios 6:23-24, que a graça e a paz sejam conosco, todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade, hoje e para todo o sempre!

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