Através Dos Sofrimentos

Nada Ocorre Sem Um Propósito

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Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2005, o filme espanhol “Mar Adentro” narra a história do marinheiro espanhol Ramón Sampedro Cameán, que protagonizou um dos episódios mais polêmicos acerca do direito de um cidadão poder dispor de sua própria vida tanto na sua Espanha natal como em todo o mundo.

Definido como “um homem de espírito livre”, Ramón nasceu na região da Galícia, na Espanha, em 5 de janeiro de 1943.
Aos 18 anos, desejoso de conhecer o mundo, alistou-se na Marinha — dizendo a todos os que o conheciam: “Para conhecer o mundo sem gastar dinheiro, seja marinheiro” — e assim permaneceu até os 25 anos, tendo viajado por diversos países do mundo, inclusive já estando noivo.
Porém, no dia 23 de agosto de 1968, sua vida mudou de forma irreversível: estava na praia com alguns amigos e mergulhou de uma falésia sem perceber que a ressaca fazia a água do mar recuar, de modo que a água restante no local do mergulho não foi suficiente para amortecer o impacto e o fez chocar-se violentamente contra o solo, partindo sua medula espinhal e condenando-o à tetraplegia que o imobilizou do pescoço para baixo pelo resto de sua vida.

Ramón, que tanto amava as aventuras e viagens, jamais se conformou em ficar preso a uma cama 24 horas por dia, dependendo dos amigos e parentes para tudo.
Desfez o noivado, dizendo que não tinha o direito de impor uma vida de renúncia à sua parceira e, por décadas, lutou na justiça pela eutanásia, algo proibido pela legislação espanhola na ocasião: para ele, viver daquela forma não valia a pena e, devido à sua condição, era incapaz de cometer suicídio.

Com pedido após pedido sendo negado pela justiça, ele afinal alcançou seu intento em 12 de janeiro de 1998, após quase três décadas de imobilidade, exatamente uma semana depois de completar 55 anos: por meses, conversou com um grupo de amigos e combinou que cada um deles realizaria um ato de seu plano. Com cada um executando uma ação que nada tinha de ilegal, ninguém poderia ser incriminado.
Assim, um amigo cedeu a sua casa, outro o colocou na cama, outro comprou uma dose de cianeto de potássio (um veneno dos mais letais que existem para o ser humano), outro encheu um copo com água, outro misturou o cianeto na mesma, outro colocou uma plataforma de metal na cabeceira da cama, outro colocou o copo sobre ela, outro colocou um canudo dobrável no copo, ao alcance de sua boca e, por fim, o último ligou a câmera, para gravar suas últimas palavras. Ramón as pronunciou e, em seguida ingeriu o veneno, morrendo em poucos minutos.

Para Ramón, aquele sofrimento que o privara do que mais amava — sua liberdade — era maior do que podia suportar.
Mesmo assim, deixou dois livros — escritos com a ajuda de seu sobrinho — contendo diversas poesias de sua autoria como legado: “Cartas Desde El Infierno” (de 1996) e “Cuando Yo Caiga” (lançado postumamente, em 1998).
É neste último que se encontra o poema que dá título ao filme.

Faz-se importante destacar que Ramón era um homem totalmente secularizado e não acreditava em nada que não pudesse ver ou sentir, inclusive a vida após a morte.
Nesta situação, a condição de tetraplégico (que o impedia de realizar seus sonhos) lhe impunha um sofrimento para o qual não via nenhum sentido: sem esperança de nada, apenas podendo recordar de seu passado e imaginar as aventuras com que tanto sonhara e que jamais poderia viver, preferiu pôr fim à própria vida, por vê-la apenas como um sofrimento insuportável e sem nenhum propósito.
De fato, o sofrimento para o qual não se vê propósito é uma fonte de pura degradação e destruição.
Porém, a verdade é que o fato de Ramón ser ateu contribuiu decisivamente para a escolha que fez: a vida sem nenhum tipo de realização se torna uma prisão para quem crê que ela é tudo o que se tem, de modo que não é de se surpreender que muitos prefiram não vivê-la.

TODAS AS COISAS

No entanto, nem todo sofrimento é sem propósito e, no caso de um cristão que realmente entende a mensagem do Evangelho, não existe absolutamente nenhum sofrimento que não tenha um objetivo. O apóstolo Paulo escreve aos Romanos, dizendo:

E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

(Romanos 8:28 – ACF)

E, se são “todas as coisas”, isso também inclui as ruins, as sofridas, as desagradáveis…
É claro que ninguém gosta de sofrer, mas isso não impede que Deus use os sofrimentos para um propósito maior!
A vida do próprio Paulo é um exemplo disso: de seus (aproximadamente) 30 anos de ministério após a sua conversão, Paulo passou cerca de 5 na prisão, exatamente por ser pregador de uma fé tida como ilícita tanto pelos judeus como pelos romanos.
No entanto, mesmo nesta situação, foram escritas nada menos do que 4 epístolas carregadas de esperança, a saber: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon. Além disso e cronologicamente falando, sua última epístola — a de 2 Timóteo — foi escrita enquanto estava em prisão domiciliar, aguardando sua execução.
Se Paulo não tivesse passado por tudo isso, a cristandade hoje não teria essas verdadeiras preciosidades na Bíblia.

SÓ JÓ

Jó foi outro que, aparentemente, recebeu sofrimentos que não lhe trouxeram qualquer proveito pessoal imediato, mas que deram origem a um dos livros que mais versa sobre a justiça de Deus, que é muito superior e mais sublime do que a humana: tendo perdido tudo — seus bens, seus filhos e sua saúde — e ainda recriminado por sua esposa, ele simplesmente se recusou a amaldiçoar ou rebelar-se contra Deus, tendo permanecido em silêncio ao lado de seus três amigos por sete dias (vide Jó 1 e 2), quando então ao quatro passaram a discutir sobre o que havia, da parte de Deus, para ser realizado por meio de tantas desgraças na vida de Jó (conforme capítulos 3 a 31).

No capítulo 32, estendendo-se até o 37, um jovem chamado Eliú entra na conversa e chama a atenção para o fato de que ninguém, nem mesmo o íntegro Jó, é santo aos olhos de Deus, e que ele não deveria considerar-se sábio ou justo, pois não existe nenhum homem assim perante o Criador.
O curioso é que Eliú não é mais mencionado após o fim do capítulo 38, de modo que, se não foi elogiado, tampouco foi repreendido quando Deus se manifestou, com sérias críticas a Jó e seus três amigos (capítulo 38 até o final do livro).
Pessoalmente, acredito que Eliú era um profeta enviado àquele grupo para prepará-los para a repreensão que ouviriam do Senhor nos capítulos seguintes, que foi algo que os deixou totalmente prostrados, incapazes de responder.

Por fim, tudo o que Jó havia perdido lhe é restituído em dobro e ele ainda vive mais 140 anos desfrutando da prosperidade concedida por Deus.
Sem que Jó tivesse passado por tudo aquilo, também não haveria uma joia como o livro que leva seu nome na Escritura, que mostra que a justiça de Deus é algo muito sublime, elevado, complexo demais para ser entendido pelo ser humano e que, mesmo que o propósito não seja para o sofredor em si, sempre haverá um motivo para Deus permitir que o sofrimento ocorra.

O MAIOR DE TODOS

Jesus foi bem claro a esse respeito quando, na véspera da crucificação, declarou aos discípulos:

Eu vos preveni sobre esses acontecimentos para que em mim tenhais paz.
Neste mundo sofrereis tribulações; mas tende fé e coragem!
Eu venci o mundo.

(João 16:33 – KJA)

Nosso Senhor não escondeu que os que o seguem passarão por tribulações, mas que isso é algo passageiro, pois o mundo que as impõe já está derrotado. De fato, tal como Paulo, inúmeros seguidores de Cristo foram perseguidos, presos e executados de forma cruel.
Porém o propósito divino estava claro: o sangue dos mártires era o que selava seu testemunho, mostrando que a fé cristã não era mero delírio ou ilusão, afinal, quem se disporia a morrer para defender uma mentira?

O próprio Jesus não sofreu sem propósito!
A Bíblia nos ensina que Jesus é 100% Deus e 100% Homem e, diante disso, o maior de todos os sofrimentos já vividos por um ser humano neste mundo foi fruto de uma tremenda injustiça cometida pelos que o odiavam e, ainda assim, nem esse sofrimento foi sem propósito: embora tenha sido o único que nunca mereceria nada daquilo (porque simplesmente não tinha nem nunca teve pecado), Ele o aceitou, a fim de que a sua vida — a qual entregou voluntariamente (vide João 10:17-18) — fosse dada em resgate por muitos (conforme João 20:28).
Jesus entregou sua vida por vontade própria, submetendo-se a toda a ira da justiça divina para que os que nele creem tivessem acesso ao Pai, por causa de seus méritos.
O maior dos sofrimentos suportados neste mundo teve o maior dos propósitos, propósito esse que foi alcançado.

Desse modo, que cada um dos que verdadeiramente crê no Evangelho tenha sempre esta certeza em seu coração: tudo o que possa acontecer — ainda que pareçam ser as piores coisas! — tem um objetivo da parte de Deus… às vezes para si mesmo, às vezes para outros, mas nada é sem propósito, mesmo que o próprio sofredor não saiba qual.
E, acima de tudo, que nos corações de todos também esteja a certeza de que esses sofrimentos são passageiros, pois Jesus conquistou para os que creem a Nova Jerusalém, onde não haverá mais morte, nem luto, nem pranto e nem dor (Apocalipse 21:4).

Nos Laços do Calvário

TÍTULO ORIGINAL: SOFRIMENTO SEM E COM PROPÓSITO

Todas as coisas que vêm ocorrendo nesse mundo e, particularmente, nesse país chamado Brasil não podem ser consideradas exatamente como “boas” ou, sequer, “normais” até mesmo para pessoas com a mínima noção de real justiça, quanto mais para verdadeiros servos de Deus.
Eventualmente eu, através dos anos, acabava me deparando com gente que citava uma profecia sobre o importante papel do Brasil nos tempos finais e, cético, nunca perdi tempo propagando tais bravatas triunfalistas, porém, dados os recentes eventos celebrados pelos governantes, estou sendo obrigado a desconfiar que ela esteja se cumprindo: assim como o Espírito Santo parece estar sendo gradualmente removido do mundo, desconfio que foi permitido a Satanás experimentar “pedaços” da tribulação em diversos lugares.
Em alguns países há terremotos (naturais ou não), noutros há guerras (forjadas ou não) e, ainda em outros, há fome… há vários indícios de que os tempos finais estão se configurando muito rapidamente e, no Brasil, parece que estamos sendo pioneiros do regime que será imposto pela Besta e isso vai nos tornar, conforme a profecia, um celeiro… celeiro de mártires para o mundo!

Nesse 8 de janeiro de 2024, Satanás, o pai da mentira, está de parabéns: um ano de total sucesso!
Como editor d’O Pior Evangelho, decidi lançar mão de novos formatos na expectativa auxiliar a aumentar o alcance dos conteúdos relacionados às Escrituras — stories, vídeos, textos mais curtos, autores convidados… — e essa publicação, onde tomei a liberdade de realizar revisão e ilustração, é parte desse projeto.
Obrigado por ter lido até aqui.
Continuo necessitando de toda colaboração possível: comentários, compartilhamentos e reações ajudam a divulgar este conteúdo que foi integralmente produzido na intenção de colaborar para a edificação do Corpo de Cristo no mundo.

Tenho vergonha de pedir.
Odeio incomodar os leitores e passei o ano de 2023 inteiro apenas publicando comentários, como os acima, em letras castanhas sem qualquer pretensão de ser incisivo em meus pedidos. Fiz isso porque ainda depositava uma pequena parcela de credibilidade na justiça e aguardava que ela, diante de minha incontestável deficiência, intimasse a seguradora a honrar o seguro funcional que me vendeu.
Só que deu tudo errado e nem os mais altos graus dos juízes deste país recusam suborno!

De súbito, fui lançado numa situação de extrema necessidade financeira e tanto os links imediatamente acima quanto o vídeo ao lado podem esclarecer o nível de desespero que me acomete e me traz a publicar esse apelo ao final da maioria de minhas publicações.

Peço perdão pelo incômodo, mas peço que, por favor, assista e ajude não apenas a manter esse site, mas também o próprio editor e sua família, com vida e saúde: eu realmente sentiria muita vergonha de expor tudo isso se não fosse a mais pura realidade.

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Agradeço pela atenção e rogo a Deus que, independente do valor ofertado, multiplique as bênçãos e livramentos nas vidas daqueles que se se dispuserem a colaborar.

Parafraseando o apóstolo Paulo em Efésios 6:23-24, que a graça e a paz sejam conosco, todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade, hoje e para todo o sempre!

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