O Conflito De Asafe

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Há mais de uma forma de traduzir o nome “Asafe”, mas sempre contém referência a “arrebanhar”, “juntar” e “reunir” e, normalmente, entende-se o significado como “aquele que reúne”.
O nome “Asafe” se refere a algumas pessoas mencionadas na Bíblia, na época do reino de Israel, e aqui é destacado especificamente o levita encarregado de ministrar os cânticos diante da arca da Aliança, quando o rei Davi a trouxe para Jerusalém.

Era Asafe, o chefe, e Zacarias o segundo depois dele;
Jeiel, e Semiramote, e Jeiel, e Matitias, e Eliabe, e Benaia, e Obede-Edom, e Jeiel, com alaúdes e com harpas; e Asafe se fazia ouvir com címbalos;
Também Benaia, e Jaaziel, os sacerdotes, continuamente tocavam trombetas, perante a arca da aliança de Deus.
Então naquele mesmo dia Davi, em primeiro lugar, deu o seguinte salmo para que, pelo ministério de Asafe e de seus irmãos, louvassem ao SENHOR.

(1 Crônicas 16:5-7 – ACF)

Apesar de não se saber maiores detalhes sobre sua vida além de sua função no ministério levita, ele é apontado como autor de alguns salmos — 12 no total — o de número 50 e os que correspondem a 73-83 no cânone hebraico.

UM HOMEM ANGUSTIADO

No Salmo 73, este homem de sincera devoção a Deus expressa a amargura de seu conflito ao ver as aparentes vitórias dos ímpios, que pareciam não ter fim, a obtenção de sucesso e satisfação de desejos que alcançavam, ao passo que os justos eram constantemente vistos em pesadas provações e angústias.
Nota-se que, em todas as épocas, os tementes a Deus são ensinados de forma paciente pelo Pai Celestial a não atentar para pequenas partes dos acontecimentos, mas ao ver a história como um todo: tal como Asafe foi ensinado em seu tempo, hoje cada cristão precisa entender o que está por trás de tudo o que Deus permite acontecer.
Asafe reconhece a bondade de Deus para com Israel (verso 1), mas admite que pouco faltou para que desacreditasse dessa bondade, conforme se vê nos versículos seguintes.
No entanto, já no verso 2 ele admite que isso foi por um erro de interpretação, uma falta de entendimento de sua parte, não da parte de Deus: “Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos”.

As razões disso são expostas nos versos 3 a 16, onde ele relata tanto a inveja que tinha dos perversos e arrogantes, cujos propósitos sempre eram alcançados, suas posses eram muito maiores do que necessitavam, e ainda tinham o povo a seus pés (3-12), quanto também a aparente desilusão de ter conservado a sua integridade e fidelidade a Deus, uma vez que era continuamente afligido e castigado, ao mesmo tempo em que via as riquezas dos ímpios aumentarem(12-14).
Sua angústia por tais coisas era tamanha que, como menciona nos versos 15 e 16, ele sequer mencionava aos outros tudo isso que oprimia seu coração, a fim de não ser visto como um traidor, alguém que, com a responsabilidade do serviço do templo, não demonstrava a fé que cantava e enaltecia nas suas tarefas diárias.

Isso tem uma mudança radical na parte final desse Salmo, quando ele afirma que entrou no Santuário de Deus e atinou com o fim dos perversos e ímpios (versos 17-28): na época, o ensino sobre as coisas de Deus era geralmente realizado no templo, e isso indica que durante o ensino ali ministrado, Asafe se deu conta de que essa situação, por mais injusta e dolorosa que fosse para ele ou para qualquer justo, para qualquer pessoa temente a Deus, era algo provisório, e que o fim que aguardava os que não se arrependiam era terrível, podendo ser resumido na rejeição final e definitiva de tais pessoas por parte do Criador.
Por fim, ele reconhece que o melhor era permanecer fiel e dedicado a Deus do que seguir o caminho que os ímpios seguiam, que só o fato de cogitar fazê-lo, como ele, era um ato irracional, coisa de quem estava embrutecido, ou seja, não pensando com clareza (versos 21 e 22).
O fato de esse Salmo estar escrito no tempo pretérito, inclusive a parte final, onde Asafe reconhece o equívoco de seu coração, indica que ele teve o cuidado de só relatar sua experiência após a mesma estar concluída, quando obteve as respostas que tão ansiosamente buscava.

ESPERANDO JUSTIÇA

Como foi mencionado, o ser humano tem sido ensinado por Deus desde sempre desde a queda em pecado a esperar pela justiça que vem da parte do Criador.
O próprio Jesus, no sermão do monte, disse que os que tem fome e sede de justiça serão fartos(veja Mateus 5:6). A justiça que vem de Deus não segue o padrão humano, pois ninguém é naturalmente santo diante dele, é antes tornado santo por meio da fé que se apega aos méritos de Jesus. Assim, não compete ao cristão “fazer justiça com as próprias mãos”.

O mais injustiçado de toda a história foi o próprio Jesus, que assumiu uma culpa e um castigo que não eram dele, mas de todos nós (conforme Isaías 53:5) e, mesmo em meio a toda essa injúria e humilhação, ele orou pelos que o estavam crucificando (veja Lucas 23:34) e, como diz Pedro, não revidava aos que o ultrajavam, mas deixava o julgamento de tudo aquilo nas mãos do Pai (conforme 1 Pedro 2:21-24).

Asafe viveu muito antes do cumprimento da obra de Jesus, sendo um daqueles que, como diz a epístola aos Hebreus, morreram na fé, tendo visto as promessas de longe (verifique Hebreus 11:13). Mas foi consolado das injustiças que via por meio da fé, crendo que o juiz de toda a Terra não deixará de fazer justiça, tal como já dizia Abraão (veja Gênesis 18:25).

Hoje, cada cristão é chamado a crer que a justiça de Deus contra toda a impiedade também será feita: com tamanha corrupção na política; a cada vez mais insaciável ganância por dinheiro e poder tomando conta do mundo; a frieza com que as pessoas passam a tratar-se sendo cada vez mais evidente, com a falta de sensibilidade e empatia com a dor alheia sendo cada vez maior, não há mesmo muito o que se esperar da parte do mundo em termos de justiça, especialmente para os cristãos.
Da parte de Deus, no entanto, a justiça é certa.
Pode demorar, mas será feita, e ela habitará para sempre nos Novos céus e na Nova Terra que os salvos herdarão.

Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.

(2 Pedro 3:13 – ACF)

Nos Laços do Calvário

Admito que desde a um mês atrás, quando levei um golpe da seguradora, tenho andado um tanto com Asafe e sem qualquer entusiasmo legítimo para continuar vivendo… mas um verdadeiro servo do Senhor Deus só pode ir a Ele quando for chamado e é essa a lição que tem me ocupado!
Saber que até as mais altas instâncias do que deveriam ser tribunais de justiça foram tornadas em antros de corrupção pode entristecer alguns, mas é apenas mais um indício de que os tempos finais estão se configurando muito rapidamente e, antes que o Senhor volte como um ladrão na noite, é necessário que o profetizado reinado do anticristo se consolide não apenas no Brasil, mas por todo o mundo!
Na fase 2023 d’O Pior evangelho decidi lançar mão de novos formatos na expectativa auxiliar a aumentar o alcance dos conteúdos relacionados às Escrituras — stories, vídeos, textos mais curtos, autores convidados… — e essa publicação, onde tomei a liberdade de realizar revisão e ilustração, é parte desse projeto.
Obrigado por ter lido até aqui.
Continuo necessitando de toda colaboração possível: comentários, compartilhamentos e reações ajudam a divulgar este conteúdo que foi integralmente produzido na intenção de colaborar para a edificação do Corpo de Cristo no mundo.

Tenho vergonha de pedir.
Odeio incomodar os leitores e passei o ano de 2023 inteiro apenas publicando comentários, como os acima, em letras castanhas sem qualquer pretensão de ser incisivo em meus pedidos. Fiz isso porque ainda depositava uma pequena parcela de credibilidade na justiça e aguardava que ela, diante de minha incontestável deficiência, intimasse a seguradora a honrar o seguro funcional que me vendeu.
Só que deu tudo errado e nem os mais altos graus dos juízes deste país recusam suborno!

De súbito, fui lançado numa situação de extrema necessidade financeira e tanto os links imediatamente acima quanto o vídeo ao lado podem esclarecer o nível de desespero que me acomete e me traz a publicar esse apelo ao final da maioria de minhas publicações.

Peço perdão pelo incômodo, mas peço que, por favor, assista e ajude não apenas a manter esse site, mas também o próprio editor e sua família, com vida e saúde: eu realmente sentiria muita vergonha de expor tudo isso se não fosse a mais pura realidade.

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Agradeço pela atenção e rogo a Deus que, independente do valor ofertado, multiplique as bênçãos e livramentos nas vidas daqueles que se se dispuserem a colaborar.

Parafraseando o apóstolo Paulo em Efésios 6:23-24, que a graça e a paz sejam conosco, todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade, hoje e para todo o sempre!

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