Contemos Nossos Dias

Só Podemos Saber Quantos Já Foram…

Tempo Estimado de Leitura: 5 min

Bem conhecida por aparecer em muitas camisetas, uma estampa que acabou dando nome até a algumas empresas e marcas apresenta a expressão “CARPE DIEM”, frase que muitos usam sem sequer saber o que significa ou a razão pela qual, no passado, era pronunciada.
Sua origem remonta aos mosteiros medievais, onde era utilizada como cumprimento e obtinha, como resposta, outra fase em Latim: quando um monge encontrava o outro, cumprimentava-o dizendo “CARPE DIEM” e o outro, por sua vez, respondia “MEMENTO MORI”.
Vamos apresentar (ou relembrar) o significado literal desse breve diálogo:
— Carpe Diem! (Aproveite o dia!)
— Memento Mori. (Lembre-se de que vai morrer).

Embora tal cumprimento e sua resposta possam, para a nossa cultura atual, parecer um tanto mórbidos, apenas expressam uma verdade a qual poucos se atentam: a vida neste mundo NÃO É ETERNA.
“Aproveitar o dia”, no contexto dos monges, seria meditar, fazer suas rezas… enfim, tudo o que acreditavam ser importante para ter uma espiritualidade viva, uma relação com Deus. Biblicamente falando, tal pensamento é equivocado, mas isso não vem ao caso agora, pois o ponto central desta reflexão é algo que pode ser visto em um dos Salmos mais conhecidos, o único atribuído a Moisés no Saltério:

Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando.
Quem conhece o poder da tua ira?
Segundo és tremendo, assim é o teu furor.
Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.

(Salmos 90:10-12 – ACF)

Apesar de parecer muito, especialmente na infância e na adolescência, os setenta ou oitenta anos que, de fato, são a média da vida de grande parte das pessoas — e, curiosamente, quem escreveu essas palavras chegou a 120 anos de vida (conforme Deuteronômio 34:7) — a verdade é que isso, na perspectiva divina, é o mesmo que nada.

Há alguns anos, o conhecido pregador Paul Washer, em um sermão dirigido aos estudantes da Universidade Mackenzie, iniciou o assunto com as seguintes palavras:
“Dentro de 4 ou 5 anos a maioria de vocês estará se formando. Dentro de 15 anos você verá que a maioria dos seus sonhos, das suas expectativas, não se tornaram e nem se tornarão realidade. Dentro de 20 anos você sentirá a sua beleza e a sua força sendo consumidas. Dentro de 30 anos você vai estar começando a pensar na morte. Dentro de 100 anos todos vocês estarão mortos. E aqueles que os tinham em suas memórias também vão morrer.”
Embora pareça que Paul Wahser estava sendo um tremendo desmancha-prazeres ao dizer isso a centenas de jovens na casa dos 20 anos, ele não disse nenhuma mentira.
Na juventude, realmente temos a tendência de nos sentirmos invencíveis e capazes de tudo, de alcançar qualquer coisa que desejemos, nos esquecendo facilmente de olhar para os mais velhos e ver que, entre eles, os que realizaram seus sonhos são a exceção, e não a regra… e, pior ainda, não costumamos pensar muito na realidade do envelhecimento e da morte.
Houve um caso, bem conhecido em minha igreja de origem, que ilustra muito bem a precipitação e impetuosidade características da juventude:

Quando se discutia o projeto para a contrução de um templo, isso nos idos da década de 1950, com a maioria dos membros sendo pessoas na casa dos 20 ou 30 anos, foi aprovada a planta que previa uma escada de 30 degraus como acesso, para o culto, à nave do templo.
A alegação era de que, com o templo mais alto, seria visto de mais longe, como um tipo de “convite” à vizinhança para visitá-lo. Os mais velhos reclamaram, dizendo que isso dificultaria sua locomoção, mas foram votos vencidos e o templo foi construído com a enorme escadaria.
Nos anos 90, porém, com todos os mais velhos votantes da década de 1950 já tendo partido deste mundo, a reclamação do tamanho da escadaria passou a partir dos que, na época da construção, eram jovens, devido ao esforço necessário para se entrar no templo…
Qual foi o equívoco cometido?
Simples: os jovens dos anos 50 esqueceram que ELES PRÓPRIOS TAMBÉM FICARIAM VELHOS no futuro!

Paul Washer não errou ao lembrar os jovens universitários de que a vida é passageira e se isso mudou algo na vida deles, só o Espírito Santo sabe.
Moisés, por sua vez, ressalta essa realidade de forma muito clara e faz a melhor recomendação possível neste caso: QUE DEUS NOS ENSINE A CONTAR OS NOSSOS DIAS!

“Contar os dias” é uma referência a lembrar de tudo o que já vivemos e o tempo que já se passou, tempo esse que não vai mais voltar e nunca mais viveremos outra vez.
Com essa “contagem”, somos lembrados tanto de que o tempo que nos resta neste mundo diminui a cada momento que passa quanto de que a existência terrena não permanece para sempre.
O livro de Eclesiastes mostra, de forma muito clara, a futilidade de se passar a existência concentrado nas coisas da Terra: o rei Salomão — após ter satisfeito todos os desejos de seu coração e, inclusive, haver se afastado momentaneamente de Deus ao adorar ídolos — reconhece, no fim de sua vida, que tudo neste mundo é “vaidade”, ou, na tradução literal, “Bolha de Sabão”.

Tal como uma bolha — que é colorida e bela por fora, mas vazia por dentro e estoura com um simploes toque — as alegrias da Terra podem acabar de forma repentina e instantânea: quem não conta seus dias, não se apercebe que o fim chega para todos. O sábio, por isso, os conta.
E isso é consequência da verdadeira sabedoria, que é o temor de Deus, algo dito também pelo próprio Salomão:

O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria,
e o conhecimento do Santo a prudência.

(Provérbios 9:10 – ACF)

Sabendo que o encontro com Deus é algo de que ninguém poderá fugir, o verdadeiro sábio procura se preparar para esse encontro, não focando sua existência em coisas que ficarão na Terra quando ele partir, porém, tal como o apóstolo Paulo, considerando tudo que ocasionalmente seja deixado para trás como “refugo”, para não perder a comunhão com Cristo (veja Filipenses 3:8).

As perdas podem e certamente irão ocorrer, mas àqueles que contam seus dias… o principal estará garantido: o reino eterno junto a Cristo.
Assim, sendo, que a brevidade da vida terrena não seja esquecida por aqueles que desejam a plena comunhão com Deus na Nova Jerusalém, onde a morte, a dor, a tristeza e o choro nunca mais existirão.

E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima;
e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor;
porque já as primeiras coisas são passadas.

(Apocalipse 21:4 – ACF)

Portanto, contemos os nossos dias.
Nos Laços do Calvário

Até a criação tem seu “Memento Mori” e ele parece estar se aproximando rapidamente.
Então, antes que o Senhor volte como um ladrão na noite, já podemos observar indícios do profetizado reinado do anticristo se consolidando não apenas no Brasil, mas por todo o mundo!
Na fase 2023 d’O Pior evangelho decidi lançar mão de novos formatos na expectativa auxiliar a aumentar o alcance dos conteúdos relacionados às Escrituras — stories, vídeos, textos mais curtos, autores convidados… — e essa publicação, onde tomei a liberdade de realizar revisão e ilustração, é parte desse projeto.
Obrigado por ter lido até aqui.
Continuo necessitando de toda colaboração possível: comentários, compartilhamentos e reações ajudam a divulgar este conteúdo que foi integralmente produzido na intenção de colaborar para a edificação do Corpo de Cristo no mundo.

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