“Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A letra da música “Alagados”, gravada no ano de 1986 pelos Paralamas do Sucesso, soa como uma profecia feita para se cumprir nos tempos atuais: pessoas buscando algo em que acreditar, que lhes dê um sentido, um rumo para sua existência… e isso favorece muito o mercado da fé que existe desde que o mundo é mundo.
Porém, o ponto principal deste artigo não é a exploração da fé ingênua de muita gente, da qual muitos se aproveitam para conquistar poder e enriquecimento: o que propomos aqui é uma exposição do vazio existencial de muitas pessoas, que as leva a buscar algo que preencha este vazio.
Em outras palavras, uma tentativa de se compreender as causas dessa credulidade absoluta, praticamente bovina, em líderes e instituições — inclusive alguns que usam o rótulo de “cristãos” — que leva muitas pessoas a um vazio espiritual ainda maior, escondido pela ilusão de pertencer a um grupo e submeter-se a uma autoridade.
Há algum tempo, muitos católicos exultaram ao ver a entrevista na qual a atriz Cássia Kiss, que era espírita, falava à jornalista Fátima Bernardes sobre sua recente conversão ao catolicismo: Fátima e seu programa são conhecidos por seu aberto apoio à “lacração” progressista dos dias atuais e, por isso, os católicos mais radicais (e mesmo alguns evangélicos) ficaram muito satisfeitos ao ver a indignação mal disfarçada da jornalista diante das declarações de Cássia em defesa de sua fé.
No entanto, para quem conhece a fé bíblica e prestou atenção aos detalhes de forma mais objetiva, duas declarações de Cássia certamente são bem reveladoras: “A fé só existe dentro do catolicismo“ e “a minha prática é rosário todos os dias e missa no domingo“…
Isso demonstra algo bem específico e igualmente preocupante que será mencionado adiante, mas vale lembrar que Cássia era espírita desde 1989 e, antes disso, já era católica. Portanto, ela apenas voltou para o mesmo lugar de onde saiu.
Quem conhece a história de Cássia — com diversos problemas familiares desde a infância (e ela admitiu já ter feito um aborto) — não deve se surpreender com esses pulos de “galho em galho” dados por ela em busca de espiritualidade… a preocupação que foi mencionada antes é exatamente o que diz a letra da música dos Paralamas: fé em quê?
Podemos citar também o exemplo de Andressa Urach, que após ter tido uma EQM, igualmente entrou para uma igreja — no caso, a Universal — e depois viveu inúmeros problemas com a mesma (por questões de dinheiro), vindo a abandoná-la e dizer que passaria a adorar Jesus “mesmo com o bumbum de fora”.
Atualmente, ela tem seu ganha-pão em uma plataforma de conteúdo adulto…
Em que, exatamente, as duas depositaram sua fé?
Será que foi mesmo em seu autor e consumador? Ou será que é nas instituições?
Todas as evidências exteriores apontam para a segunda opção…
Cássia está mesmo crendo no Jesus da Bíblia ou acredita que missas e rosários vão pagar por seus pecados e “abreviar seu tempo no purgatório?
Será que quem realmente crê no que as Escrituras ensinam pode acreditar que só existe fé verdadeira dentro da instituição que frequenta?
E sequer está sendo declarado aqui que a ICAR afirma que não há fé — e, consequentemente, salvação — fora de seu meio, pois também existem igrejas evangélicas com esse mesmo nível de proselitismo!
E Andressa… quantas vezes foi vista falando da salvação e da eternidade com Cristo após a sua declarada conversão?
O que ela geralmente foi vista falando era sobre as bênçãos recebidas em termos de vida terrena, mas não da vida eterna na presença de Cristo!
Por isso a pergunta:
FÉ EM QUÊ?
Pela evidência exterior, não é difícil que todo esse furor de Cássia logo se esfrie e ela deixe de ter tal comprometimento com a prática que tem adotado: em um primeiro momento, esse tipo de submissão a uma instituição parece preencher o vazio e aliviar o peso na consciência por conta de pecados cometidos, mas de forma alguma faz com que a pessoa deixe de cometer novos e novos pecados.
O apóstolo Paulo é claro e explícito ao condenar esse tipo de coisa, o ato de se seguir preceitos puramente humanos acreditando que, dessa forma, se está agradando a Deus:
Considerando que morrestes com Cristo para as tradições humanas e a falsa religiosidade deste mundo,
(Colossenses 2:20-23 – KJA)
por que vos sujeitais ainda a tais ordenanças como se pertencêsseis a este sistema de valores?
Não mais obedeçais a regras como estas: “Não toques!”, “Não proves!”, “Não manuseies!”
Todas essas regras estão destinadas a desaparecer pelo uso, pois se baseiam em ordenanças e ensinos meramente humanos.
Esses regulamentos têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e rígida disciplina para com o corpo, mas não têm valor algum para refrear as paixões da carne.
E o que dizer de Andressa?
Diz ter encontrado Jesus, mas não fala nada da salvação eterna e, ainda por cima, pareceu não se importar em participar de uma “igreja” que defende o aborto.
A fé que ambas possuem pode ser absolutamente sincera, mas está fundamentada em algo totalmente errado: a alegada fé está focada NAS INSTITUIÇÕES que frequentam, em vez de estar focada naquele que realmente importa.
A verdade é que ambas não sabem o que de fato é ter fé… ao menos não a fé revelada na Bíblia!
Portanto, também nós, considerando que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas,
(Hebreus 12:1-3 – KJA)
desembaracemo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve,
e corramos com perseverança a corrida que nos está proposta,
olhando fixamente para o Autor e Consumador da fé: Jesus,
o qual, por causa do júbilo que lhe fora proposto, suportou a cruz, desprezando a vergonha,
e assentou-se à direita do trono de Deus.
Refleti profundamente sobre Aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra sua própria pessoa,
para que não vos fatigueis, tampouco desanimeis.
Não sou de colocar a mão no fogo por ninguém, mas até agora, creio que, se podemos citar pessoas que tem sido exemplos de fé verdadeira, estes são dois que também vieram do meio artístico: Felipe Folgosi e Karina Bacchi.
Ambos não fazem alarde sobre denominações e, ao contrário, falam da salvação, da pessoa e da obra de Jesus e como isso mudou suas vidas.
Além disso e, ao menos até o momento, suas condutas refletem exatamente o que pregam, diferente do proselitismo e ritualismo de Cássia e do descompromisso de Andressa.
Em suma, o reflexo no exterior vem daquilo que está em seu interior: a diferença é que Cássia e Andressa entregaram seus corações às instituições, enquanto Felipe e Karina parecem tê-los entregado a Jesus… e isso faz toda a diferença!
Cássia e Andressa não sabem no que de fato creem.
Felipe e Karina sabem.
Ainda que possam ter momentos de aflição — e Karina passou por um divórcio mesmo após ter sido convertida! —, a diferença é que, ao cair, o Espírito Santo lhes dá força para se levantar e seguir em frente.
Por isso, a pergunta “fé em quê?” ainda não foi respondida para as primeiras duas, enquanto o foi para os dois últimos.
E, na realidade, não é “em que”, mas sim “EM QUEM”!
Por essa causa, também sofro, todavia não me envergonho,
(2 Timóteo 1:12 – KJA)
porquanto sei em quem tenho crido
e estou plenamente convicto de que Ele é poderoso para guardar o que lhe confiei até aquele Dia.
Que Cássia e Andressa — tal como tantos outros que ainda depositam suas esperanças onde não há esperança nenhuma — possam receber a iluminação do Espírito Santo e descobrir onde, de fato, está a vitória final: na pessoa e na obra de Jesus, e em nada ou ninguém mais.
Nos Laços do Calvário
Eduardo Pydd
Nascido na Porto Alegre de 1973, exerceu ministério pastoral na IELB — Igreja Evangélica Luterana do Brasil entre 1999 e 2008. Radicado em São Paulo desde o final de 2008.
TÍTULO ORIGINAL: FÉ EM QUÊ?
Coincidências (ou não) à parte, parece que os tempos finais estão se revelando cada vez mais rapidamente e, antes que o Senhor volte como um ladrão na noite, já podemos observar indícios do profetizado reinado do anticristo se consolidando não apenas no Brasil, mas por todo o mundo!
Na fase 2023 d’O Pior evangelho decidi lançar mão de novos formatos na expectativa auxiliar a aumentar o alcance dos conteúdos relacionados às Escrituras — stories, vídeos, textos mais curtos, autores convidados… — e essa publicação, onde tomei a liberdade de realizar revisão e ilustração, é parte desse projeto.
Obrigado por ter lido até aqui.
Continuo necessitando de toda colaboração possível: comentários, compartilhamentos e reações ajudam a divulgar este conteúdo que foi integralmente produzido na intenção de colaborar para a edificação do Corpo de Cristo no mundo.
Tenho vergonha de pedir.
Odeio incomodar os leitores e passei o ano de 2023 inteiro apenas publicando comentários, como os acima, em letras castanhas sem qualquer pretensão de ser incisivo em meus pedidos. Fiz isso porque ainda depositava uma pequena parcela de credibilidade na justiça e aguardava que ela, diante de minha incontestável deficiência, intimasse a seguradora a honrar o seguro funcional que me vendeu.
Só que deu tudo errado e nem os mais altos graus dos juízes deste país recusam suborno!
De súbito, fui lançado numa situação de extrema necessidade financeira e tanto os links imediatamente acima quanto o vídeo ao lado podem esclarecer o nível de desespero que me acomete e me traz a publicar esse apelo ao final da maioria de minhas publicações.
Peço perdão pelo incômodo, mas peço que, por favor, assista e ajude não apenas a manter esse site, mas também o próprio editor e sua família, com vida e saúde: eu realmente sentiria muita vergonha de expor tudo isso se não fosse a mais pura realidade.
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Parafraseando o apóstolo Paulo em Efésios 6:23-24, que a graça e a paz sejam conosco, todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade, hoje e para todo o sempre!