Fuga x Acolhimento

Já Pensou Que Deus Tudo Vê?

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Porém, Jonas se levantou para fugir da presença do SENHOR para Társis.
E descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis;
pagou, pois, a sua passagem, e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do SENHOR.

(Jonas 1:3 – ACF)

Exatamente por não ter sido inteiramente obediente ao chamado de Deus para levar sua mensagem aos ninivitas, um dos profetas mais lembrados do Antigo Testamento tem essa memória junto ao povo de Deus.: Jonas, como israelita, não tinha qualquer simpatia pelo povo de Nínive, capital da Assíria.
O império Assírio, na época, era conhecido por sua extrema crueldade, tendo inventado, inclusive, a empalação — ato de se introduzir uma estaca no abdômen ou no ânus de uma pessoa e colocá-la a seguir na posição vertical, causando uma morte lenta e dolorosa —, que se tornou mundialmente conhecida por causa de Vlad Tepes, que costumava empalar seus prisioneiros de guerra e serviu como inspiração para Bram Stoker na criação do tenebroso Conde Drácula.

Diante disso, Jonas não desejava o arrependimento e a conversão dos ninivitas, antes rogava pelo juízo divino sobre aquele povo (e isso fica explícito no último capítulo do livro). Sabendo, porém, que Deus era misericordioso e não puniria a cidade caso se arrependessem, tentou fazer o impossível: fugir da presença de Deus.
A história é bem conhecida e não creio ser necessário entrar em detalhes sobre ela, mas o que quero destacar nesta reflexão é a tentativa infantil de Jonas, acreditando que lhe era possível fugir da presença de Deus.
Outro famoso profeta — no caso, Jeremias — curiosamente mencionou a impossibilidade de tal atitude, relatando a visão em que Deus lhe afirma:

Porventura sou eu Deus de perto, diz o SENHOR, e não também Deus de longe?
Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? Diz o SENHOR.
Porventura não encho eu os céus e a terra? Diz o SENHOR.

(Jeremias 23:23-24 – ACF)

Não há como saber se Deus disse tal coisa a Jeremias como referência ao caso de Jonas, que morrera cerca de um século antes, mas essa verdade é absoluta e imutável.
Davi foi outro que reconheceu que não há como ocultar-se da presença do Senhor, ao escrever:

Tu me cercaste por detrás e por diante, e puseste sobre mim a tua mão.
Tal conhecimento é para mim maravilhosíssimo; tão alto que não o posso atingir.
Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?
Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também.
Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.
Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim.
Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa.

(Salmos 139:5-12 – ACF)

O fato é que não existe limitação ao poder divino, e tentar ocultar-se dele é uma atitude completamente infantil.
Embora seja motivo de advertência contra a vida pecaminosa — lembrando a todos de que é impossível ocultar suas falhas da onisciência de Deus —, isso também pode ser um motivo de profunda alegria para o cristão sincero.
Uma devoção de um antigo livro de reflexões chamado “Ergue a Tua Vida” narra a história de um menino que, indo à escola bíblica e tomando consciência da que nada pode esconder de Deus, manifestou seu medo de ser castigado à sua professora, por Deus nunca estar desatento a nada do que ele fazia. Perguntou se Deus, mesmo vendo todos os pecados que ele cometia, não deixaria de amá-lo.
E a professora, amavelmente respondeu: “Nunca, meu querido. Deus o ama tanto que não consegue tirar os olhos de você”.

Lutero teria declarado essa professora como doutora em teologia, por saber fazer tão impressionante distinção entre lei e Evangelho(o Reformador dizia que isso é o que mais faz uma pessoa ser merecedora de doutorado: enquanto para o pecador impenitente a onisciência e a impossibilidade de fuga da presença são assustadoras, para o cristão sincero e disposto ao arrependimento, tal situação envolve acolhimento da parte do Pai.
Sabedor de que Deus está sempre ciente de tudo, o cristão sincero não tem necessidade, de, como infantilmente agiu Jonas, buscar fugir de sua presença.
Ao contrário, ele é lembrado de que nada está fora do controle de Deus, que nada do que possa lhe acontecer — mesmo as coisas mais assustadoras ou as provas mais difíceis — estão além do que é dito pelo apóstolo Paulo:

Não veio sobre vós tentação, senão humana;
mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis,
antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.

(1 Coríntios 10:13 – ACF)

Cada um pode, assim, examinando a seu próprio coração, saber se teme ou agradece pela onisciência divina, se teme por Deus ter consciência de seus pecados ou se sente a segurança de ter um Pai Celestial que nunca tira os olhos de si, tendo cuidado do filho que ama em todos os momentos.
Medo e desejo de fuga ou alegria pelo acolhimento divino… a escolha é de cada um.

Nos Laços do Calvário

Coincidências (ou não) à parte, parece que os tempos finais estão se revelando cada vez mais rapidamente e, antes que o Senhor volte como um ladrão na noite, já podemos observar indícios do profetizado reinado do anticristo se consolidando não apenas no Brasil, mas por todo o mundo!
Na fase 2023 d’O Pior evangelho decidi lançar mão de novos formatos na expectativa auxiliar a aumentar o alcance dos conteúdos relacionados às Escrituras — stories, vídeos, textos mais curtos, autores convidados… — e essa publicação, onde tomei a liberdade de realizar revisão e ilustração, é parte desse projeto.
Obrigado por ter lido até aqui.
Continuo necessitando de toda colaboração possível: comentários, compartilhamentos e reações ajudam a divulgar este conteúdo que foi integralmente produzido na intenção de colaborar para a edificação do Corpo de Cristo no mundo.

Tenho vergonha de pedir.
Odeio incomodar os leitores e passei o ano de 2023 inteiro apenas publicando comentários, como os acima, em letras castanhas sem qualquer pretensão de ser incisivo em meus pedidos. Fiz isso porque ainda depositava uma pequena parcela de credibilidade na justiça e aguardava que ela, diante de minha incontestável deficiência, intimasse a seguradora a honrar o seguro funcional que me vendeu.
Só que deu tudo errado e nem os mais altos graus dos juízes deste país recusam suborno!

De súbito, fui lançado numa situação de extrema necessidade financeira e tanto os links imediatamente acima quanto o vídeo ao lado podem esclarecer o nível de desespero que me acomete e me traz a publicar esse apelo ao final da maioria de minhas publicações.

Peço perdão pelo incômodo, mas peço que, por favor, assista e ajude não apenas a manter esse site, mas também o próprio editor e sua família, com vida e saúde: eu realmente sentiria muita vergonha de expor tudo isso se não fosse a mais pura realidade.

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Agradeço pela atenção e rogo a Deus que, independente do valor ofertado, multiplique as bênçãos e livramentos nas vidas daqueles que se se dispuserem a colaborar.

Parafraseando o apóstolo Paulo em Efésios 6:23-24, que a graça e a paz sejam conosco, todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade, hoje e para todo o sempre!

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