Amor, O Verdadeiro

Deus É Amor, Mas O Amor Não É Deus!

Tempo Estimado de Leitura: 6 min

Oriunda do famoso escritor Clive Staples “C. S.” Lewis — de “As Crônicas de Nárnia” — a frase a seguir foi dita há várias décadas, mas nunca se mostrou tão atual quanto agora:
Deus é amor, mas o amor não é Deus e ele se tornará um demônio a partir do momento em que se tornar um deus.
Será que alguém pode questionar a seguinte afirmação do apóstolo João?

Aquele que não ama não conhece a Deus, porquanto Deus é amor.

(1 João 4:8 – KJA)

Diferente dos alegados “deuses” de outras religiões — que exigem mérito humano para obter seu favor — o Deus Cristão sabe tão bem que o ser humano é incapaz de obter mérito diante de seu Criador por suas próprias forças que Ele próprio, na pessoa de seu Filho, se encarnou para conquistar tais méritos e partilhá-los com os que confiam em sua pessoa e obra, dando-lhes a Salvação e o Reino Eternos.

No entanto, o sentido de “amor” tem perdido quase todo o significado no mundo atual.
Em nome de um suposto “amor”, muitas pessoas, mesmo se declarando cristãs, estão, como se diz na gíria, “jogando o bebê fora junto com a água do banho”: “amor” tem se tornado cada vez mais um sinônimo de “permissividade”, de “nunca diga não” ou outras coisas semelhantes.
Em nome desse alegado “amor”, tem se pregado a tolerância ao pecado, a falta de princípios de conduta, de correção, de arrependimento… enfim, uma série de atitudes mais duras — mesmo que plenamente justificadas e necessárias por parte de quem deseja a correção do ser amado — que têm sido associadas a ódio e intolerância.

Isso é mesmo “amor”?

Para algumas pessoas, talvez possa ser encarado dessa forma, mas a verdade é que esse é um “amor” falso, negligente, não é o amor de Deus.
Tal como na frase de C. S. Lewis, eis aí o amor demoníaco, que toma o lugar de Deus na vida de muitas pessoas: contrariar, admoestar, repreender, mesmo que de forma justa, correta e visando o bem, virou “discurso de ódio”!
O amor de Deus não é assim sob nenhum aspecto.
O autor da epístola aos Hebreus, por exemplo, faz uma comparação profunda entre a relação de um pai e seu filho, com a relação que Deus tem com aqueles a quem ama:

“Meu filho, não desprezeis a disciplina do Senhor, nem desanimeis quando por Ele sois repreendido, pois o Senhor disciplina a quem ama, e educa todo aquele a quem recebe como filho”.
Suportai as dificuldades, aceitando-as como disciplina; Deus vos trata como filhos.
Ora, qual o filho que não passa pela correção do seu pai?
Mas, se estais sem orientação, da qual todos se têm tornado participantes, então não sois filhos legítimos, mas bastardos.

(Hebreus 12:5b-8 – KJA)

Um pai humano, ao ver, por exemplo, seu filho se envolvendo em atividades escusas, como o crime, o que fará, caso realmente o ame?
Permitirá que siga esse caminho, sem interferir ou corrigi-lo, porque isso é “amor”?
De forma alguma!
Um pai humano sabe que o final dessa jornada poderá custar a liberdade ou até a vida de seu filho, e fará tudo o que puder para tirá-lo desse caminho, ainda que tenha de ser duro e aplicar punições severas, pois o objetivo é o melhor possível: evitar o desastre final a que isso inevitavelmente levará.

Da mesma forma, Deus corrige o que está errado naqueles a quem ama e isso pode ser, inclusive, por meio de uma severa reprimenda ou grande dor, daí o termo “açoitar” usado na passagem.
Podemos encontrar diversos exemplos disso nas Escrituras, mas há um que merece destaque:

ESPINHOS

E, para impedir que eu me tornasse arrogante por causa da grandeza dessas revelações, foi-me colocado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás para me atormentar.
Por três vezes, roguei ao Senhor que o removesse de mim.
Entretanto, Ele me declarou:
“A minha graça te é suficiente, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.
Sendo assim, de boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que o poder de Cristo repouse sobre mim.
Por esse motivo, por amor de Cristo, posso ser feliz nas fraquezas, nas ofensas, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias.
Porquanto, quando estou enfraquecido é que sou forte!

(2 Coríntios 12:7-10 – KJA)

Paulo não especifica o que era esse “espinho na carne”, por isso muitas especulações têm sido feitas: alguns sugerem que poderiam ser adversários que perturbavam seu ministério, outros que ele poderia sofrer de epilepsia, mas a passagem a seguir pode ser um provável indício de que Paulo tivesse mesmo era algum problema de visão:

Ora, onde está aquele vosso júbilo?
Porquanto, eu mesmo sou testemunha de que, se fosse possível, teríeis arrancado os próprios olhos para oferecê-los a mim.

(Gálatas 4:15 – KJA)

É bem provável que Deus tenha inspirado Paulo a não declarar o que era o “espinho” para que cada cristão pudesse se identificar com a situação que ele vivia, pois é algo que cada cristão sincero conhece, a cruz que é obrigado a carregar, que pode ser diferente caso a caso, mas que não poupa a nenhum cristão.

Porém, o que tem de ser destacado é que Paulo, ao relatar o caso, admite que havia uma razão para Deus ter permitido que acontecesse: o apóstolo corria o risco de se exaltar, tornar-se arrogante, especialmente por causa das revelações que recebera.
Uma delas, como fica claro nos versos anteriores (de 1 a 6), foi ter visto o próprio paraíso ainda em vida — embora diga que “conhecia um homem arrebatado ao paraíso”, ele acaba por, de certa forma, admitir que era ele mesmo ao afirmar que corria o risco de se ensoberbecer com a grandeza das revelações.
Assim, Deus não só fez Paulo carregar esse “espinho”, como lhe disse que confiasse em Sua graça, e não que o removeria dele.

Como se vê, Deus já sabia de antemão que Paulo se ensoberbeceria, e já o disciplinou de modo preventivo, mantendo-o humilde e com a consciência de que toda a obra que realizava vinha de seu Senhor, não dele próprio.
Esse é o amor verdadeiro, o amor de Deus que trata seus filhos exatamente como os filhos que são, corrigindo e acertando seu rumo para que não venham a desviar-se do caminho da salvação.

Diferente do mundo, que busca o prazer imediato e não aceita ser corrigido ou disciplinado, alegando — como muito se vê atualmente — que “qualquer ‘não’ significa ódio” ou que qualquer repreensão é intolerância, o cristão tem em Deus um pai que o ama, que não é negligente e, ao contrário disso, o quer junto a si por toda a eternidade:

Toda correção, de fato, no momento em que ocorre não nos parece ser motivo de contentamento, mas de frustração;
mais tarde, no entanto, produz fruto de justiça e paz para todos aqueles que por ela foram disciplinados.

(Hebreus 12:11 – KJA)

Desse modo e assim como o apóstolo Paulo, o cristão pode encarar a correção vinda de Deus como algo que até pode causar tristeza no momento em que é aplicado, mas que servirá para mantê-lo junto a Deus, prevenindo que a sua natureza pecadora e as tentações do mundo e do diabo o privem da presença do Pai e acabem por lançá-lo na condenação eterna.

Tais correções e disciplinas, porém, acontecerão apenas enquanto o cristão estiver na Terra: na Nova Jerusalém nunca mais serão necessárias, pois estaremos totalmente aperfeiçoados, moldados à perfeita imagem de Deus e sem nada em que seja necessário nos corrigir.

Até lá, que cada cristão possa compreender que Deus nos corrige por amor, nunca por sadismo.
E tudo terá seus frutos eternos, com a semelhança perfeita do pai na eternidade.

Nos Laços do Calvário

TÍTULO ORIGINAL: O AMOR NÃO É DEUS

Houve um ponto em minha adolescência no qual pude compreender o absurdo que criaram ao tornar a expressão “fazer amor” como sinônimo para a prática do ato sexual, mas naquela época estavam apenas construindo esse “monstro” obsceno e perverso manifestado pelo progressismo da atualidade que, na verdade, é apenas mais um indício de que os tempos finais estão se configurando muito rapidamente e, antes que o Senhor volte como um ladrão na noite, é necessário que o profetizado reinado do anticristo se consolide não apenas no Brasil, mas por todo o mundo!
Na fase 2023 d’O Pior evangelho decidi lançar mão de novos formatos na expectativa auxiliar a aumentar o alcance dos conteúdos relacionados às Escrituras — stories, vídeos, textos mais curtos, autores convidados… — e essa publicação, onde tomei a liberdade de realizar revisão e ilustração, é parte desse projeto.
Obrigado por ter lido até aqui.
Continuo necessitando de toda colaboração possível: comentários, compartilhamentos e reações ajudam a divulgar este conteúdo que foi integralmente produzido na intenção de colaborar para a edificação do Corpo de Cristo no mundo.

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