Oriunda do famoso escritor Clive Staples “C. S.” Lewis — de “As Crônicas de Nárnia” — a frase a seguir foi dita há várias décadas, mas nunca se mostrou tão atual quanto agora:
“Deus é amor, mas o amor não é Deus e ele se tornará um demônio a partir do momento em que se tornar um deus.“
Será que alguém pode questionar a seguinte afirmação do apóstolo João?
Aquele que não ama não conhece a Deus, porquanto Deus é amor.
(1 João 4:8 – KJA)
Diferente dos alegados “deuses” de outras religiões — que exigem mérito humano para obter seu favor — o Deus Cristão sabe tão bem que o ser humano é incapaz de obter mérito diante de seu Criador por suas próprias forças que Ele próprio, na pessoa de seu Filho, se encarnou para conquistar tais méritos e partilhá-los com os que confiam em sua pessoa e obra, dando-lhes a Salvação e o Reino Eternos.
No entanto, o sentido de “amor” tem perdido quase todo o significado no mundo atual.
Em nome de um suposto “amor”, muitas pessoas, mesmo se declarando cristãs, estão, como se diz na gíria, “jogando o bebê fora junto com a água do banho”: “amor” tem se tornado cada vez mais um sinônimo de “permissividade”, de “nunca diga não” ou outras coisas semelhantes.
Em nome desse alegado “amor”, tem se pregado a tolerância ao pecado, a falta de princípios de conduta, de correção, de arrependimento… enfim, uma série de atitudes mais duras — mesmo que plenamente justificadas e necessárias por parte de quem deseja a correção do ser amado — que têm sido associadas a ódio e intolerância.
Isso é mesmo “amor”?
Para algumas pessoas, talvez possa ser encarado dessa forma, mas a verdade é que esse é um “amor” falso, negligente, não é o amor de Deus.
Tal como na frase de C. S. Lewis, eis aí o amor demoníaco, que toma o lugar de Deus na vida de muitas pessoas: contrariar, admoestar, repreender, mesmo que de forma justa, correta e visando o bem, virou “discurso de ódio”!
O amor de Deus não é assim sob nenhum aspecto.
O autor da epístola aos Hebreus, por exemplo, faz uma comparação profunda entre a relação de um pai e seu filho, com a relação que Deus tem com aqueles a quem ama:
“Meu filho, não desprezeis a disciplina do Senhor, nem desanimeis quando por Ele sois repreendido, pois o Senhor disciplina a quem ama, e educa todo aquele a quem recebe como filho”.
(Hebreus 12:5b-8 – KJA)
Suportai as dificuldades, aceitando-as como disciplina; Deus vos trata como filhos.
Ora, qual o filho que não passa pela correção do seu pai?
Mas, se estais sem orientação, da qual todos se têm tornado participantes, então não sois filhos legítimos, mas bastardos.
Um pai humano, ao ver, por exemplo, seu filho se envolvendo em atividades escusas, como o crime, o que fará, caso realmente o ame?
Permitirá que siga esse caminho, sem interferir ou corrigi-lo, porque isso é “amor”?
De forma alguma!
Um pai humano sabe que o final dessa jornada poderá custar a liberdade ou até a vida de seu filho, e fará tudo o que puder para tirá-lo desse caminho, ainda que tenha de ser duro e aplicar punições severas, pois o objetivo é o melhor possível: evitar o desastre final a que isso inevitavelmente levará.
Da mesma forma, Deus corrige o que está errado naqueles a quem ama e isso pode ser, inclusive, por meio de uma severa reprimenda ou grande dor, daí o termo “açoitar” usado na passagem.
Podemos encontrar diversos exemplos disso nas Escrituras, mas há um que merece destaque:
ESPINHOS
E, para impedir que eu me tornasse arrogante por causa da grandeza dessas revelações, foi-me colocado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás para me atormentar.
(2 Coríntios 12:7-10 – KJA)
Por três vezes, roguei ao Senhor que o removesse de mim.
Entretanto, Ele me declarou:
“A minha graça te é suficiente, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.
Sendo assim, de boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que o poder de Cristo repouse sobre mim.
Por esse motivo, por amor de Cristo, posso ser feliz nas fraquezas, nas ofensas, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias.
Porquanto, quando estou enfraquecido é que sou forte!
Paulo não especifica o que era esse “espinho na carne”, por isso muitas especulações têm sido feitas: alguns sugerem que poderiam ser adversários que perturbavam seu ministério, outros que ele poderia sofrer de epilepsia, mas a passagem a seguir pode ser um provável indício de que Paulo tivesse mesmo era algum problema de visão:
Ora, onde está aquele vosso júbilo?
(Gálatas 4:15 – KJA)
Porquanto, eu mesmo sou testemunha de que, se fosse possível, teríeis arrancado os próprios olhos para oferecê-los a mim.
É bem provável que Deus tenha inspirado Paulo a não declarar o que era o “espinho” para que cada cristão pudesse se identificar com a situação que ele vivia, pois é algo que cada cristão sincero conhece, a cruz que é obrigado a carregar, que pode ser diferente caso a caso, mas que não poupa a nenhum cristão.
Porém, o que tem de ser destacado é que Paulo, ao relatar o caso, admite que havia uma razão para Deus ter permitido que acontecesse: o apóstolo corria o risco de se exaltar, tornar-se arrogante, especialmente por causa das revelações que recebera.
Uma delas, como fica claro nos versos anteriores (de 1 a 6), foi ter visto o próprio paraíso ainda em vida — embora diga que “conhecia um homem arrebatado ao paraíso”, ele acaba por, de certa forma, admitir que era ele mesmo ao afirmar que corria o risco de se ensoberbecer com a grandeza das revelações.
Assim, Deus não só fez Paulo carregar esse “espinho”, como lhe disse que confiasse em Sua graça, e não que o removeria dele.
Como se vê, Deus já sabia de antemão que Paulo se ensoberbeceria, e já o disciplinou de modo preventivo, mantendo-o humilde e com a consciência de que toda a obra que realizava vinha de seu Senhor, não dele próprio.
Esse é o amor verdadeiro, o amor de Deus que trata seus filhos exatamente como os filhos que são, corrigindo e acertando seu rumo para que não venham a desviar-se do caminho da salvação.
Diferente do mundo, que busca o prazer imediato e não aceita ser corrigido ou disciplinado, alegando — como muito se vê atualmente — que “qualquer ‘não’ significa ódio” ou que qualquer repreensão é intolerância, o cristão tem em Deus um pai que o ama, que não é negligente e, ao contrário disso, o quer junto a si por toda a eternidade:
Toda correção, de fato, no momento em que ocorre não nos parece ser motivo de contentamento, mas de frustração;
(Hebreus 12:11 – KJA)
mais tarde, no entanto, produz fruto de justiça e paz para todos aqueles que por ela foram disciplinados.
Desse modo e assim como o apóstolo Paulo, o cristão pode encarar a correção vinda de Deus como algo que até pode causar tristeza no momento em que é aplicado, mas que servirá para mantê-lo junto a Deus, prevenindo que a sua natureza pecadora e as tentações do mundo e do diabo o privem da presença do Pai e acabem por lançá-lo na condenação eterna.
Tais correções e disciplinas, porém, acontecerão apenas enquanto o cristão estiver na Terra: na Nova Jerusalém nunca mais serão necessárias, pois estaremos totalmente aperfeiçoados, moldados à perfeita imagem de Deus e sem nada em que seja necessário nos corrigir.
Até lá, que cada cristão possa compreender que Deus nos corrige por amor, nunca por sadismo.
E tudo terá seus frutos eternos, com a semelhança perfeita do pai na eternidade.
Nos Laços do Calvário
Eduardo Pydd
Nascido na Porto Alegre de 1973, exerceu ministério pastoral na IELB — Igreja Evangélica Luterana do Brasil entre 1999 e 2008. Radicado em São Paulo desde o final de 2008.
TÍTULO ORIGINAL: O AMOR NÃO É DEUS
Houve um ponto em minha adolescência no qual pude compreender o absurdo que criaram ao tornar a expressão “fazer amor” como sinônimo para a prática do ato sexual, mas naquela época estavam apenas construindo esse “monstro” obsceno e perverso manifestado pelo progressismo da atualidade que, na verdade, é apenas mais um indício de que os tempos finais estão se configurando muito rapidamente e, antes que o Senhor volte como um ladrão na noite, é necessário que o profetizado reinado do anticristo se consolide não apenas no Brasil, mas por todo o mundo!
Na fase 2023 d’O Pior evangelho decidi lançar mão de novos formatos na expectativa auxiliar a aumentar o alcance dos conteúdos relacionados às Escrituras — stories, vídeos, textos mais curtos, autores convidados… — e essa publicação, onde tomei a liberdade de realizar revisão e ilustração, é parte desse projeto.
Obrigado por ter lido até aqui.
Continuo necessitando de toda colaboração possível: comentários, compartilhamentos e reações ajudam a divulgar este conteúdo que foi integralmente produzido na intenção de colaborar para a edificação do Corpo de Cristo no mundo.
Tenho vergonha de pedir.
Odeio incomodar os leitores e passei o ano de 2023 inteiro apenas publicando comentários, como os acima, em letras castanhas sem qualquer pretensão de ser incisivo em meus pedidos. Fiz isso porque ainda depositava uma pequena parcela de credibilidade na justiça e aguardava que ela, diante de minha incontestável deficiência, intimasse a seguradora a honrar o seguro funcional que me vendeu.
Só que deu tudo errado e nem os mais altos graus dos juízes deste país recusam suborno!
De súbito, fui lançado numa situação de extrema necessidade financeira e tanto os links imediatamente acima quanto o vídeo ao lado podem esclarecer o nível de desespero que me acomete e me traz a publicar esse apelo ao final da maioria de minhas publicações.
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Parafraseando o apóstolo Paulo em Efésios 6:23-24, que a graça e a paz sejam conosco, todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade, hoje e para todo o sempre!