Pagando Pela Salvação?

A Fiança Impagável da Condenação Eterna Foi Quitada!

Tempo Estimado de Leitura: 5 min

Suponhamos que um grupo de crianças resolveu sair para pescar e acabou invadindo uma lagoa considerada como zona restrita: foram pegos em flagrante e levaram uma multa muito alta, pela qual não têm dinheiro para pagar.
Diante disso, o pai de uma delas se dispõe a fazê-lo e salda a dívida de todas.
Sob a perspectiva da lei, o que consta é que as crianças pagaram a multa, porém, na prática, não foi isso que aconteceu: ainda que o efeito tenha sido a quitação da dívida, ela não foi paga pelos infratores — pois nem mesmo teriam como fazê-lo —, mas assumida por alguém que tinha condições de pagá-la, ainda que sequer tenha infringido a lei.
Embora seja um exemplo bem simples, essa história ilustra perfeitamente o que Cristo Jesus fez pela humanidade decaída em pecado.

Porém, o que deve ser enfatizado nesta reflexão não é o pagamento da dívida em si, mas a absoluta impossibilidade de que o ser humano seja capaz de pagá-la por si mesmo.
Ainda que determinadas crenças promovam a doutrina do Karma — na qual o ser humano morre e reencarna diversas vezes, a fim de pagar em vidas posteriores as faltas cometidas na atual, bem como pagar na atual as faltas cometidas em anteriores — a verdade é que tal ideia não se aplica ao cristianismo bíblico, pois a Escritura não deixa margem para dúvidas a respeito de que só existe uma vida terrena para ser vivida, e o julgamento vem logo ao seu término:

E, assim como aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo, depois disso o Juízo.

(Hebreus 9:27 – KJA)

A dívida não pode ser paga pelo próprio devedor porque ela é infinita, uma vez que é cometida contra o Deus que é infinito.
Tendo sido antecipadamente proibido por Deus, o simples e aparentemente inocente ato de comer uma fruta tornou-se em pecado para Adão e Eva, assim como, conforme podemos ver em Gênesis 3, trouxe consequências terríveis: a vida terrena tornou-se um constante sofrimento e a morte, inevitável… isso sem mencionar a separação eterna de Deus, cujo resultado é a condenação ao sofrimento eterno.
Esse é o resultado pecado e é por isso que o salmista afirma:

Ninguém é capaz de redimir seu próprio irmão, ou pagar a Deus o valor de sua vida,
porquanto o resgate de uma vida não tem preço.
Não há pagamento que o livre.

(Salmos 49:7-8 – KJA)

Não existe possibilidade de se pagar o preço do pecado pelas próprias forças, por mais sinceros e abnegados que sejamos!
Acreditar em tal possibilidade, como fazem os adeptos do Karma, não passa de uma autoilusão que terá um desfecho terrível na hora do juízo.

Alcançando tal entendimento a respeito da gravidade do pecado, pode-se compreender — ainda que de forma superficial, na limitada capacidade humana — o porte da dívida que o ser humano tem com Deus… e é por isso que só mesmo o próprio Deus, na pessoa de Jesus, poderia pagar tal dívida!
E, em sua onisciência, é claro que Ele já sabia o que aconteceria após concluir a obra da criação: Deus sempre teve plena consciência de que o ser humano cairia em pecado, tanto que o plano da Salvação já estava traçado, pois o Cordeiro (Jesus Cristo), conforme Apocalipse 13:8, “foi morto desde ANTES da fundação do mundo”!

Apenas alguém infinito poderia pagar essa dívida infinita… e foi o que Ele fez.
Não por que tivesse qualquer obrigação, mas unicamente por amar o ser humano a ponto de desejar, voluntariamente, fazê-lo.
Dessa forma, sofreu um castigo que nunca mereceu, mas que poderia pagar, a fim de que os reais merecedores, que nunca poderiam tê-lo pagado, fossem libertados do mesmo.

Neste ponto, há algo a destacar: o autor da epístola aos Hebreus escreve aos mesmos em uma situação bem específica: o judaísmo, na ocasião, não era perseguido pelo Império Romano, que tinha por costume não interferir nas religiões dos povos conquistados, mas não permitia o surgimento de novas religiões, com o objetivo de que todos, com o tempo, acabassem por aceitar a religião romana.
Quando Israel caiu sob o domínio Romano, o judaísmo já era praticado há séculos, mas o cristianismo só surgiu depois da dominação.
A princípio, os romanos achavam que o cristianismo era apenas uma “nova versão” do judaísmo, mas quando perceberam que era uma fé inteiramente diversa, aí — devidamente apoiados pelas autoridades judaicas, que, inclusive, incitavam — a perseguição, da qual Paulo foi um expoente antes de sua conversão, começou.

Muitos judeus convertidos — a fim de evitar a prisão, tortura e morte — estavam voltando a praticar o judaísmo e, ao menos publicamente, negando serem cristãos por causa dessa situação difícil.
E é por isso que o autor destaca tanto a superioridade da Nova Aliança em relação à Antiga (especialmente entre os capítulos 7 a 10) como, já de imediato, exorta os leitores a não deixarem de lado a salvação pelo que quer que fosse, pois não haveria escapatória para o que a desprezassem:

Por isso, é fundamental prestarmos atenção, mais ainda, às verdades que temos ouvido, para que jamais nos desviemos delas.
Pois, se a mensagem proferida por anjos provou sua firmeza, e toda transgressão e desobediência recebeu a devida punição, como nos livraremos se desconsiderarmos tão grande salvação?
Esta salvação, tendo sido proclamada pelo Senhor, foi depois confirmada a nós pelos que a ouviram.
E, juntamente com eles, por intermédio de sinais, Deus testemunhou feitos portentosos, diversos milagres e dons do Espírito Santo, distribuídos conforme sua vontade.

(Hebreus 2:1-4 – KJA)

É por isso que a Salvação, embora seja de graça para o ser humano, custou um alto preço para Deus: a morte de seu Filho, que ressuscitou no terceiro dia, a fim de proclamar a vitória final sobre o pecado, a morte e o diabo, dando a reconciliação com o Pai a todos os que nele creem.

Vivamos nós, portanto, de acordo com a graça que recebemos, mas sempre tendo em mente que ela nunca foi de graça.

Nos Laços do Calvário

TÍTULO ORIGINAL: A SALVAÇÃO É PELA GRAÇA, MAS NÃO É DE GRAÇA

Cada vez menos pessoas têm sido capazes de reconhecer seus pecados, uma vez que chamá-los por seus verdadeiros nomes é uma atitude politicamente incorreta, porém isso é apenas mais um indício de que os tempos finais estão se configurando muito rapidamente e, antes que o Senhor volte como um ladrão na noite, é necessário que o profetizado reinado do anticristo se consolide não apenas no Brasil, mas por todo o mundo!
Na fase 2023 d’O Pior evangelho decidi lançar mão de novos formatos na expectativa auxiliar a aumentar o alcance dos conteúdos relacionados às Escrituras — stories, vídeos, textos mais curtos, autores convidados… — e essa publicação, onde tomei a liberdade de realizar revisão e ilustração, é parte desse projeto.
Obrigado por ter lido até aqui.
Continuo necessitando de toda colaboração possível: comentários, compartilhamentos e reações ajudam a divulgar este conteúdo que foi integralmente produzido na intenção de colaborar para a edificação do Corpo de Cristo no mundo.

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