A ideia de que todo crente é obrigado a dizimar — dar 10% da sua renda para a obra do Senhor — é largamente difundida nas igrejas evangélicas de hoje. Já bem cedo na vida espiritual, praticamente todo crente é ensinado que tem que dizimar. Algumas igrejas creem tão fortemente em dizimar que seus membros regularmente recitam o CREDO DO DIZIMISTA: “O dízimo é do Senhor. Em a verdade, o aprendemos. Em a fé, o cremos. Em a alegria, o damos. O dízimo!”.
Outros (muitos) pregadores têm clamado que qualquer crente que não dá o dízimo para o trabalho do Senhor está roubando Deus e está sob maldição, de acordo com Malaquias 3:8-10.
Neste estudo, examinaremos o que a própria Bíblia ensina sobre o assunto do dízimo, sendo nosso propósito entendermos — somente pela Bíblia! — qual a real relevância que o dízimo tem para os crentes no Senhor Jesus Cristo, vivendo sob o Novo Pacto.
Faremos isto examinando o que as Escrituras têm a dizer sobre o dízimo:
O DÍZIMO, ANTES DA LEI
Há duas passagens Bíblicas que falam de um dízimo sendo dado antes que a Lei fosse instituída no Sinai. As passagens envolvem Abraão e Jacó, dois dos patriarcas de Israel.
E o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) até ao Vale de Savé, que é o vale do rei.
(Gênesis 14:17-20 – ACF)
E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho;
e era este sacerdote do Deus Altíssimo.
E abençoou-o, e disse:
Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos.
E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.
Nesta passagem, somos ditos que Abraão deu um dízimo a Melquisedeque, presumivelmente como uma expressão de gratidão a Deus por capacitar-lhe e conceder-lhe resgatar seu sobrinho Ló, que tinha sido levado cativo.
Aqueles que creem que o dízimo é obrigatório para os crentes do Novo Testamento argumentam que, uma vez que o dízimo foi praticado antes que a Lei Mosaica fosse dada, ele forçosamente também tem que ser praticado depois da Lei Mosaica que, de acordo com Hebreus 8:13, tornou-se obsoleta mediante o estabelecimento do Novo Pacto1, através do sacrifício de Cristo.
No entanto, antes que cheguemos a qualquer decisão dura e apressada, olhemos de mais perto o texto (acima) e façamos algumas observações pertinentes.
Nesta passagem não há nenhuma evidência de que dizimar foi ordenado por Deus.
De fato, tudo no texto nos leva a crer que dar o dízimo foi uma decisão de completa livre escolha de Abraão, sendo, como tal, totalmente voluntária. Como veremos em breve, o dízimo, na Lei, de modo algum era voluntário, mas sim obrigatório a todo o povo de Deus.
Ademais, este é o único dízimo que as Escrituras mencionam Abraão ter dado em toda a sua vida e não temos nenhuma evidência de que dizimar era sua prática geral, habitual e constante.
Ainda mais, este dízimo proveio do despojo da vitória que Abraão adquiriu por poderio militar: como notaremos depois em nosso estudo, o dízimo exigido sob a Lei Mosaica era sobre o lucro da colheita, dos frutos e dos rebanhos, e para ser dado em uma base anual — não o despojo de uma vitória militar!
E Jacó fez um voto, dizendo:
(Gênesis 28:20-22 – ACF)
Se Deus for comigo,
e me guardar nesta viagem que faço,
e me der pão para comer,
e vestes para vestir;
E eu em paz tornar à casa de meu pai,
o SENHOR me será por Deus;
E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus;
e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.
Jacó, nesta passagem, está fazendo um voto em resposta a uma visitação que recebeu de Deus, em um sonho. Neste sonho, Jacó viu uma escada alcançando o céu, com os anjos de Deus subindo e descendo por ela:
E eis que o SENHOR estava em cima dela, e disse:
(Gênesis 28:13-15 – ACF)
Eu sou o SENHOR Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque;
esta terra, em que estás deitado, darei a ti e à tua descendência;
E a tua descendência será como o pó da terra,
e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul,
e em ti e na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra;
E eis que estou contigo,
e te guardarei por onde quer que fores,
e te farei tornar a esta terra;
porque não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado.
Em resposta, Jacó fez o voto que, se Deus guardasse Sua promessa, ele, por sua vez, daria a Deus um dízimo.
Novamente, em semelhança ao exemplo de Abraão, parece que este dízimo foi voluntário da parte de Jacó e se ele de fato começou a dizimar — coisa que a Bíblia não registra — depois que Deus cumpriu a promessa que lhe fez, Jacó ainda adiou o dizimar por 20 anos, até depois da volta a Canaã!
Estes dois são os únicos exemplos de dizimar que podem ser encontrados no Antigo Testamento antes da Lei ser dada: ambos são exemplos de algo voluntário e nenhum deles foi pedido por Deus.
Em nenhum dos personagens — Abraão e Jacó, que deram estes dois dízimos — vemos um exemplo de dizimar como prática geral, habitual ou constante em suas vidas.
De fato, na vida de Abraão, parece que temos esse dízimo como algo que ele só deu uma única vez em sua vida, e foi apenas UM DÍZIMO, ofertado a partir dos despojos de uma vitória militar e dado a um sacerdote de Deus2.
Se nossa única evidência para obrigar crentes sob o Novo Pacto a dizimarem se apoia nestas duas passagens de Gênesis… parece-me que estamos nos apoiando em um fundamento extremamente inseguro!
DIZIMANDO, SOB A LEI MOSAICA
Que ensina a Bíblia sobre o dízimo sob a Lei Mosaica?
Nesta parte de nosso estudo, examinaremos, nas Escrituras, todas as passagens significantes que descrevam o dízimo sob a Lei.
Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do SENHOR;
(Levítico 27:30-33 – ACF)
santas são ao SENHOR.
Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela.
No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho,
tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR.
Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará;
mas, se de alguma maneira o trocar, tanto um como o outro será santo;
não serão resgatados.
Note que, nesta passagem, o dízimo é descrito como sendo parte do produto da terra, da semente do campo, do fruto das árvores, do gado, e do rebanho: o dízimo não era o dar dinheiro e em local algum das Escrituras você encontrará que dizimar era o dar dinheiro para Deus!
Ademais, provavelmente o dízimo era dado em uma base anual: cada ano, depois que a terra tinha sido colhida, as pessoas traziam para os sacerdotes as décimas partes de suas colheitas e do aumento na manada e no rebanho3.
Daí, penso que podemos imediatamente ver que nossa contribuição semanal (ou mensal) de dez por cento de nossa renda monetária difere muito da prática do dízimo que encontramos na Bíblia.
O DÍZIMO PARA OS LEVITAS
E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação.
(Números 18:21-24 – ACF)
E nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não levem sobre si o pecado e morram.
Mas os levitas executarão o ministério da tenda da congregação, e eles levarão sobre si a sua iniquidade;
pelas vossas gerações estatuto perpétuo será;
e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão,
Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao SENHOR em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas;
porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão.
Note, neste texto, que o dízimo foi planejado para ser o sustento dos levitas.
Uma vez que estes não tinham nenhuma herança — terras para atividade agropastoril — na Terra Prometida, tais como a tinham as outras tribos, Deus fez provisão para o sustento deles através do dízimo das outras famílias de Israel.
E o comereis em todo o lugar, vós e as vossas famílias,
(Números 18:31 – ACF)
porque vosso galardão é pelo vosso ministério na tenda da congregação.
O dízimo foi o pagamento / recompensa4 que Deus supriu para os levitas, pelos seus serviços sacerdotais. Isto é similar ao sustento que os funcionários do governo recebem hoje no nosso país, através dos impostos e taxas pagos pelo trabalhador comum.
O DÍZIMO PARA O FESTIVAL
Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo.
(Deuteronômio 14:22-27 – ACF)
E, perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas;
para que aprendas a temer ao SENHOR teu Deus todos os dias.
E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR teu Deus te tiver abençoado;
Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus;
E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma;
come-o ali perante o SENHOR teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa;
Porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo.
Este texto fala de um dízimo sendo usado para prover para as festas e festivais religiosos de Israel.
Já vimos, em Números 18:21 acima, que Deus deu todo o dízimo em Israel para ser a herança para os Levitas: se todo o dízimo foi dado aos Levitas, então como é que este dízimo de Deuteronômio 14 é ordenado a ser usado para as festas e festivais religiosos de Israel?
A resposta só pode ser que este é um segundo dízimo: o primeiro era usado para o sustento dos Levitas e o segundo para prover para os festivais religiosos, tanto assim que chegou a ser referido como “O Dízimo para o Festival”.
O povo de Israel devia usar este dízimo para comer na presença do Senhor em Jerusalém, o local que Ele escolheu para estabelecer seu nome: se fosse demasiadamente incômodo para as pessoas de longe trazerem seus dízimos todo o caminho até Jerusalém, seria permitido que elas o vendessem e trouxessem o dinheiro apurado até Jerusalém, onde poderiam comprar aquilo de necessidade para os festivais.
Deus expressamente encoraja as pessoas a gastarem o dinheiro deles em “tudo o que deseja a tua alma”, inclusive bebida forte5!
O propósito era que o povo de Israel pudesse aprender ambas as coisas: a temer o Senhor e a regozijar diante d’Ele: note que ter um sentimento de temor do Senhor e regozijar ante Ele não são mutuamente exclusivos, mas, na realidade, são complementares, deveriam acompanhar um ao outro!
Este “Dízimo Para o Festival” tornou possível ao povo de Israel ter toda a comida e bebida necessárias para que pudesse usufruir prazerosamente das festas religiosas de Israel, e adorar ante o Senhor.
O DÍZIMO PARA OS POBRES
Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas;
(Deuteronômio 14:28-29 – ACF)
Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão;
para que o SENHOR teu Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem.
Aqui, somos ensinados a respeito de um terceiro dízimo que é coletado a cada terceiro ano.
Os comentaristas Bíblicos estão divididos quanto a se este é realmente um terceiro dízimo, em separado, ou apenas é o segundo dízimo usado de um modo diferente, no terceiro ano: o historiador judeu Josephus apoia o ponto de vista de que este foi um terceiro dízimo, em separado, enquanto outros antigos comentaristas judeus têm escrito em apoio a que é apenas o segundo dízimo que, a cada três anos, era coletado e usado com outro fim.
É impossível se determinar com absoluta certeza quem está certo.
De qualquer modo, o povo judeu tinha sido ordenado a dar pelo menos (10 + 10 =) 20 por cento das suas colheitas e rebanhos, e talvez tanto quanto (10 + 10 + 10/3) = 23.3 por cento!
Este dízimo em particular bem poderia ser chamado “O Dízimo para os Pobres”: não devia ser ajuntado em Jerusalém, mas nas aldeias; as pessoas de cada aldeia deviam trazer uma décima parte de suas colheitas e rebanhos para ajuntar tudo e prover aos pobres da aldeia, incluindo os estrangeiros, os órfãos, e as viúvas.
Em muitos aspectos, parece que o dízimo exigido sob a Lei é hoje similar à taxação que o governo impõe sobre nós: Israel era governado por uma teocracia e, sob ela, o povo era responsável por prover para os trabalhadores do governo (sacerdotes e levitas em geral), para os dias santificados (festas de alegria ao Senhor) e para os pobres (estrangeiros, viúvas e órfãos).
A CASA DO TESOURO E SEUS ROUBADORES
Também no mesmo dia se nomearam homens sobre as câmaras, dos tesouros, das ofertas alçadas, das primícias, dos dízimos, para ajuntarem nelas, dos campos das cidades, as partes da lei para os sacerdotes e para os levitas;
(Neemias 12:44 – ACF)
porque Judá estava alegre por causa dos sacerdotes e dos levitas que assistiam ali.
Note que o texto diz que os dízimos eram exigências “da Lei”.
Estes dízimos não eram voluntários como o foi nas vidas de Abraão e Jacó. Similarmente, lemos:
E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão.
(Hebreus 7:5 – ACF)
Indiscutivelmente o dízimo nunca foi voluntário sob a Lei de Moisés.
Note aqui que, nos dias de Neemias, homens eram indicados para ajuntarem as ofertas e os dízimos em câmaras designadas para aquele propósito particular: estas câmaras eram para os bens armazenados, e depois se tornaram conhecidas como “casas do tesouro”.
Isto se tornará importante quando olharmos para o nosso próximo texto:
Roubará o homem a Deus?
Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos?Nos dízimos e nas ofertas.
Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação.
Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa,
e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos,
se eu não vos abrir as janelas do céu,
e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.
E por causa de vós repreenderei o devorador,
e ele não destruirá os frutos da vossa terra;
e a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.
E todas as nações vos chamarão bem-aventurados;
porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos.
(Malaquias 3:8-12 – ACF)
Examinemos esta passagem verso por verso, para que dela possamos extrair algumas importantes verdades.
3:8
Este verso nos diz que quando um homem retém seus dízimos ele está roubando, na realidade, a Deus. Isto porque ele está retendo algo que não lhe pertence, antes é propriedade de Deus6.
Sob o Velho Pacto, o dízimo era mandatário e, portanto, retê-lo significava tornar-se um ladrão.
Note também que Deus diz que o povo o estava roubando em dízimoS: Ele não disse, no singular, “dízimo”, mas sim nos “dízimoS” — no plural! — e estes são referência aos diferentes dízimos requeridos do povo de Deus: o Dízimo para o Levita, o Dízimo para as Festas ao Senhor, e o Dízimo para os Pobres.
Adicionalmente, observe que Deus não está condenando apenas o reter apenas dos dízimos, mas também das ofertas e estas, sem dúvida, referem-se às ofertas especificadas em Levítico 1-5, tais como a oferta queimada (holocausto), a oferta dos manjares, a oferta de paz, a oferta pelos pecados e a oferta pelas culpas.
Todas estas ofertas eram constituídas, principalmente, de sacrifícios de animais.
O suprimento de comida e mantimento para os Levitas era provido, em grande parte, através destes sacrifícios de animais, dos quais os Levitas eram permitidos participar, comendo-os, em certos casos.
Uma pergunta importante emerge a este ponto: por que reconhecemos que o sacrifício de animais não é coisa para o Novo Pacto, mas dizemos que o dízimo o é?
Se estivéssemos sob a obrigação de pagar dízimos hoje, então, certamente, ainda estaríamos obrigados a oferecer sacrifícios de animais, pois Deus amarrou um ao outro e disse que Seu povo O estava roubando por reter a ambos!
Não podemos decidir “pegar e escolher” qual dos dois ofereceremos a Deus, hoje. Das duas uma:
- Estamos sob a obrigação de oferecer ambos, tanto dízimos como ofertas de animais (sacrifícios), ou
- Ambos — dízimo e sacrifício — têm sido abolidos pela ab-rogação da Lei Mosaica.
3:9
Aqui, somos ditos que, como o povo de Israel estava retendo os dízimos e ofertas, consequentemente estava amaldiçoado com uma maldição.
Note que o verso não diz:
“Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda a humanidade.”
Ao contrário, diz:
“Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação.”
Se dizimar fosse um mandamento moral e eterno para todos os povos de todos os tempos, então todos estes estariam sob maldição, mas nosso texto somente diz que é toda nação de Israel que estava sob a maldição.
É interessante conhecer que, em Deuteronômio 28, somos ditos que se Israel, sob a Lei Judaica, desobedecesse aos mandamentos de Deus, então a nação seria amaldiçoada, entre outras catástrofes, da seguinte forma:
Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e as crias das tuas vacas, e das tuas ovelhas.
(Deuteronômio 28:18 / 23-24 / 38-40 / 45 – ACF)
(…)
E os teus céus, que estão sobre a cabeça, serão de bronze;
e a terra que está debaixo de ti, será de ferro.
O SENHOR dará por chuva sobre a tua terra, pó e poeira;
dos céus descerá sobre ti, até que pereças.
(…)
Lançarás muita semente ao campo; porém colherás pouco, porque o gafanhoto a consumirá.
Plantarás vinhas, e cultivarás; porém não beberás vinho, nem colherás as uvas; porque o bicho as colherá.
Em todos os termos terás oliveiras; porém não te ungirás com azeite; porque a azeitona cairá da tua oliveira.
(…)
E todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas destruído;
porquanto não ouviste à voz do SENHOR teu Deus, para guardares os seus mandamentos, e os seus estatutos, que te tem ordenado.
Nestes versos, Deus adverte que, se o Seu povo desobedecesse a Seus mandamentos e estatutos, então as ceifas dele falhariam, as chuvas não viriam, as colheitas seriam pequenas, a locusta — que é um tipo de grilos ou gafanhotos — consumiria a comida e o fruto das árvores falharia!
3:10
Nesta passagem, Deus fala da “casa do tesouro”.
Com base em Neemias 12:44 acima transcrito, sabemos que isto se refere às câmaras no Templo, postas à parte e designadas para guardar os dízimos dados pelo povo para o sustento dos sacerdotes e todos os demais levitas: não existe sequer um fiapo de evidência de que devemos associar estas “casas do tesouro” aos prédios das empresas eclesiásticas aos quais os crentes do Novo Pacto têm trazido seus dinheiros!
Ademais, a razão pela qual Israel devia trazer todos os dízimos para dentro da casa do tesouro era que houvesse alimento suficiente na casa de Deus: o Senhor estava interessado em que os levitas tivessem comida para comer e este era o propósito daqueles dízimos que eram trazidos para o Templo de Deus.
Também nos é dito que, se o povo de Deus fosse fiel em trazer seus dízimos para a casa do tesouro, Deus abriria as janelas do céu e derramaria para eles uma bênção até que transbordasse e isto, sem dúvidas, se refere à promessa de Deus de trazer abundantes chuvas para produzir a bênção de uma transbordante ceifa.
3:11
Neste verso, Deus promete que se Israel trouxer os dízimoS (e as ofertaS), Ele repreenderá o devorador para que não destrua o fruto da terra. Sem dúvidas, o “devorador” é uma referência às locustas que Deus adverte que virão sobre os campos de Israel se o povo falhar em trazer o dízimo (Deuteronômio 28:38; vide acima).
3:12
Neste verso, Deus graciosamente promete que, se Israel for obediente no dar os seus dízimoS e ofertaS, todas as nações a chamarão abençoada.
É interessante que Deus não apenas advertiu Israel de que seria amaldiçoada se desobedecesse a Lei Mosaica, mas também prometeu que seria abençoada se a obedecesse:
E será que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno,
(Deuteronômio 28:1-2 / 4 / 8 / 11-12 – ACF)
o SENHOR teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra.
E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do SENHOR teu Deus.
(…)
Bendito o fruto do teu ventre,
e o fruto da tua terra,
e o fruto dos teus animais;
e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas.
(…)
O SENHOR mandará que a bênção esteja contigo nos teus celeiros, e em tudo o que puseres a tua mão;
e te abençoará na terra que te der o SENHOR teu Deus.
(…)
E o SENHOR te dará abundância de bens no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais, e no fruto do teu solo, sobre a terra que o SENHOR jurou a teus pais te dar.
O SENHOR te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo, e para abençoar toda a obra das tuas mãos;
e emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás emprestado.
Aqui vemos Deus prometendo abençoar materialmente Israel, a nação, se ela fosse obediente. A promessa inclui abundantes colheitas, copiosas chuvas, e grandes aumentos nas manadas e nos rebanhos.
Portanto, fica evidente que as bênçãos e maldições registradas em Malaquias 3:8-12 são referência às bênçãos materiais que Deus prometeu a Israel, a nação, se ela obedecesse a seus mandamentos e estatutos: dizimar foi um destes mandamentos.
AFINAL, O QUE É DÍZIMO?
Logo, o que podemos concluir sobre o dízimo sob a Lei Mosaica?
Com segurança podemos destacar que o dízimo não tinha nada a ver com o dar dinheiro regularmente, numa base semanal ou mensal, mas, ao contrário, tinha a ver com a adoração a Deus conforme ordenada no tempo do Velho Pacto.
O mandamento para dizimar, tal como os mandamentos para não comer camarão nem ostras, tornou-se obsoleto e foi colocado de lado, pela inauguração do Novo Pacto, na morte de Cristo.
O dízimo foi o sistema de impostos e taxas ordenado por Deus sob o sistema teocrático do Antigo Testamento e se alguém deseja dizimar real e literalmente de acordo com as Escrituras, teria que fazer o seguinte:
- Deixar seu trabalho e comprar algumas terras, de modo que pudesse criar seu gado e plantar e colher (grãos, verduras e frutas);
- Encontrar algum descendente de Levi, para sustentá-lo… e este a um descendente do levita Arão (que realmente seja sacerdote, no Templo, em Jerusalém);
- Usar suas colheitas para observar as festas religiosos do Antigo Testamento, tais como: Páscoa, Pães Asmos, Pentecostes, Tabernáculos (quando, como e onde Deus ordenou. Literalmente);
- Começar levando pelo menos 20 por cento de todas as suas colheitas e rebanhos a Deus; e
- Esperar que, com toda certeza, Deus amaldiçoe toda sua nação — e não apenas ao próprio crente — com grande insuficiência material se ela for infiel, ou, se for fiel, a abençoe com grande abundância material.
Creio não ser difícil a qualquer um concluir que isto é completamente absurdo!
Todos reconhecemos que Cristo, em si próprio, tem abolido o sacerdócio levítico, os sacrifícios de animais, e as festas religiosas.
Bem… se isto é verdade, por que estamos tentando “segurar” o dízimo, que foi apenas parte e parcela de todas essas ordenanças do Antigo Testamento?
DIZIMANDO, NO NOVO TESTAMENTO
A coisa mais interessante sobre o conceito de dizimar, debaixo do Novo Testamento, é que é quase que virtualmente ausente.
No Novo Testamento há somente quatro diferentes passagens que fazem alguma menção ao dízimo. Vejamos:
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!
(Mateus 23:23 – ACF)
pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé;
deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.
Esta passagem em Mateus é também repetida de uma forma similar em Lucas 11:42.
Em ambos os casos, é importante notar que o dízimo tinha a ver com ervas que serviam de condimentos e eram cultivadas no quintal — o “produto do campo” —, sem ter nada a ver com dinheiro.
Adicionalmente, Jesus falou estas palavras aos fariseus, que eram profissionais religiosos e — por sua consanguinidade israelita — guardadores da Lei que ainda estaria em vigor até o véu do Templo ser, por ocasião de sua própria morte, rasgado de cima até em baixo: dizer que, uma vez que Jesus falou a estes fariseus que deviam dizimar, isto força que também nós devemos dizimar, ignora o fato que aqueles fariseus viviam sob pacto e leis diferentes daqueles de um salvo do Novo Testamento.
Cristo, através da sua morte, inaugurou o Novo Pacto, assim efetivando uma mudança na Lei:
Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo:
(Lucas 22:20 / Hebreus 7:12 – ACF)
Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós.
(…)
Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.
Finalmente, notemos que o dízimo aqui mencionado não foi voluntário em nenhum sentido da palavra. Jesus lhes diz que “deveis” (tendes o dever de) dizimar: o dízimo era mandamento, ordem para todos os judeus e, assim, era obrigatório.
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
(Lucas 18:12 – ACF)
Jesus, nesta passagem, está ensinando a parábola acerca do fariseu e do cobrador de impostos.
Cristo põe estas palavras na boca do fariseu que se via a si mesmo como justo: “dou os dízimos de tudo quanto possuo!” e está enfatizando não o dever do crente neotestamentário pagar o dízimo mosaico aos levitas, mas que o homem se vê a si mesmo como justo, confia em suas obras para ser aceitável ante Deus, todavia, a despeito do melhor que faça, não é justificado aos olhos de Deus.
Repetimos: Cristo está falando acerca de um fariseu que dá o dízimo, ao tempo em que vivia sob a Lei Mosaica, não de um crente — do Ciclo da Igreja — ou de algum suposto dízimo sob o Novo Pacto.
Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou;
(Hebreus 7:1-10 – ACF)
A quem também Abraão deu o dízimo de tudo,
e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça,
e depois também rei de Salém, que é rei de paz;
Sem pai, sem mãe, sem genealogia,
não tendo princípio de dias nem fim de vida,
mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.
E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão.
Mas aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas.
Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior.
E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem;
ali, porém, aquele de quem se testifica que vive.
E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos.
Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro.
Nesta longa passagem, o objetivo do autor é mostrar a superioridade do sacerdócio de Cristo sobre o sacerdócio levítico e, portanto, exortar seus leitores para não retornarem às suas formas judaicas de adorar, repletas com seus sacerdócio, Templo e sacrifícios.
O autor menciona o relato de Abraão pagando dízimos a Melquisedeque, apenas para mostrar que — desde que Levi estava nos lombos do patriarca Abraão — na realidade Levi pagou dízimos a Melquisedeque e foi abençoado por ele: uma vez estando óbvio que o menor é sempre abençoado pelo maior, Melquisedeque e seu sacerdócio são maiores que os levitas e o sacerdócio deles!
Aqui, o autor de Hebreus não está mais que reafirmando o fato que Abraão pagou dízimos a Melquisedeque, um fato que já temos analisado acima: esta passagem não está exortando os crentes neotestamentários a dizimar como fez Abraão (ainda que apenas dos despojos de guerra e só uma vez na vida), mas, pelo contrário, está instruindo os crentes a perceberem a excelência de Cristo, o qual ministra como um sacerdote muitíssimo superior aos levitas.
Portanto, esta passagem não pode ser usada para forçar o dízimo sobre os cristãos porque simplesmente ela não foi escrita para tratar deste assunto e não tem nada a ver com cristãos dadivando das suas rendas para Deus e sua obra.
Ao contrário disso, tem tudo a ver com a superioridade de Cristo!
NÃO FOI SUAVE, APESAR DAS PROFECIAS, MUDAR DA LEI PARA A GRAÇA…
AS PROFECIAS SOBRE O FIM DO CICLO DA GRAÇA SE CUMPREM DIANTE DE NÓS,
NESSE EXATO MOMENTO.
OS RELIGIOSOS PROFISSIONAIS SIMPLESMENTE ODEIAM ISSO!
TRANSIÇÃO
Bem, eis a totalidade do ensino do Novo Testamento sobre o dízimo e não há sequer uma — uma só palavra em todo o Novo Testamento! — que ordene ou mesmo sugira que se espera que crentes, dentro do Novo Pacto, dizimem.
Mas, enquanto fica em total silêncio sobre o dever dos cristãos dizimarem, o Novo Testamento fala muito — e bem alto — sobre o assunto de dadivar.
O Novo Testamento nunca estipula um certo valor percentual como um padrão obrigatório e exigido para nossas contribuições.
Ao contrário, as Escrituras declaram:
Cada um contribua segundo propôs no seu coração;
(2 Coríntios 9:7 – ACF)
não com tristeza, ou por necessidade;
porque Deus ama ao que dá com alegria.
O dízimo do Antigo Testamento foi exigência legal e os judeus estavam sob obrigação de dá-lo.
O ensino do Novo Testamento sobre o contribuir focaliza o seu caráter voluntário:
Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente.
(2 Coríntios 8:3 – ACF)
Esta contribuição voluntária é exatamente o que Abraão e Jacó estavam praticando antes da instituição da Lei, e é o que todos os cristãos devem estar praticando hoje.
Os crentes de hoje têm a liberdade de dadivar tanto quanto decidam: se quiserem dar dez por cento como Abraão e Jacó o fizeram (já vimos a ocasião e através de quem o fizeram), eles estão perfeitamente livres para tal.
No entanto, se decidirem dar 9, 11, 20 ou 50 por cento, então podem muito bem fazê-lo! — o padrão de suas contribuições não é uma percentagem fixa, mas o exemplo de um maravilhoso Salvador:
Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre;
(2 Coríntios 8:9 – ACF)
para que pela sua pobreza enriquecêsseis.
Nosso exemplo-padrão de contribuir é o próprio Cristo, o qual não deu 10 nem 20 nem mesmo 50 por cento, mas deu tudo que tinha, inclusive sua própria vida, para redimir homens e mulheres pecadores como eu e como você!
Algumas vezes aqueles que são ricos sentem que, ao pagar apenas seus dez por cento, Deus estará alegre com eles, porém um rico que dê apenas dez por cento de seus rendimentos pode, na verdade, estar desagradando a Deus, particularmente se estiver vivendo uma vida de luxo extravagante enquanto — às vezes até mesmo de má vontade — uma mera “ração de fome” para a obra de Deus e para as necessidades dos outros… a vontade de Deus em relação a este homem pode ser que dadive de 50 a 80 por cento de seus rendimentos, ao invés de 10 por cento.
Cada pessoa deve buscar a Deus sobre o quanto e o como deve dadivar.
Ademais, aqueles que são pobres não devem se sentir culpados se não forem capazes de dar dez por cento de seus rendimentos.
É verdade que Deus honrará o homem que dá sacrificalmente, mas se uma pessoa encontra impedimentos para dar dez por cento dos seus rendimentos e ainda assim satisfazer as necessi4e321’dades — suas e de sua família — mais básicas, aquela liberdade lhe é permitida sem julgamento, pois em lugar nenhum Deus comunicou aos cristãos que é dever deles dar qualquer percentual fixo!
Que o efeito deste estudo seja libertar-nos dos grilhões das tradições dos homens que não possam ser substanciadas pela Palavra de Deus:
Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens.
(Marcos 7:7-9 / 13 – ACF)
Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens;
como o lavar dos jarros e dos copos;
e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas.
E dizia-lhes:
Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição.
(…)
Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes.
E muitas coisas fazeis semelhantes a estas.
Olhemos para Jesus como o padrão e exemplo de nossas contribuições.
Procuremos diligentemente por Deus, sejamos generosos e prontos a compartilhar, para que entesouremos para nós mesmos o tesouro de uma boa fundação para o futuro, de modo que alcancemos aquela que é a verdadeira vida!
Que façam bem,
(1 Timóteo 6:18-19 – ACF)
enriqueçam em boas obras,
repartam de boa mente,
e sejam comunicáveis;
Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro,
para que possam se apoderar da vida eterna.
DADIVANDO, NO NOVO TESTAMENTO
Sabendo que dizimar foi parte da adoração de Israel no Antigo Testamento e que não tem nenhuma injunção prática sobre os crentes do Novo Testamento, então naturalmente vem à tona a pergunta:
“O que o Novo Testamento realmente ensina sobre o dar das nossas rendas a Deus?”
Seguramente, o local de partida para os crentes do Novo Pacto começarem a entender qual é a revelada vontade de Deus para o dadivar deles, está nas Escrituras do Novo Testamento e é exatamente para lá que vamos, para juntos examinarmos a vontade de Deus para o dadivar dos verdadeiros cristãos.
O QUANTO DO NOSSO DADIVAR
Uma vez que já temos estabelecido que o dízimo não é o padrão para crentes na Nova Aliança, como então determinarmos quanto os (verdadeiros) cristãos devem contribuir? Examinemos três diferentes textos, para colhermos, com esforço e cuidado, algum (real e profundo) entendimento sobre este importante assunto.
Uma vez que já temos estabelecido que o dízimo não é o padrão para crentes na Nova Aliança, como então determinarmos quanto os (verdadeiros) cristãos devem contribuir? Examinemos três diferentes textos, para colhermos, com esforço e cuidado, algum (real e profundo) entendimento sobre este importante assunto.
Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia.
(1 Coríntios 16:1-2 – ACF)
No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar.
Nessa passagem o apóstolo Paulo dá direções à igreja de Corinto: na coleta para os santos em Jerusalém — que se encontravam em grande pobreza e passando por enormes aflições — eles devem dar, na coleta, proporcionalmente ao quanto cada um tiver prosperado.
Embora não exista nenhuma menção dos santos em Corinto darem um dízimo ou qualquer outra percentagem imposta, eles são instruídos a dar proporcionalmente à sua prosperidade.
O ponto em foco é simples: aqueles com mais dinheiro deem mais, aqueles com menos dinheiro, podem dar menos.
Nada mais claro nem mais simples.
E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia.
(Atos 11:29 – ACF)
Note, na narrativa de Atos 11:27-30, que foi proporcionalmente aos seus meios que os irmãos em Antioquia dadivaram para os irmãos que sofriam na Judéia.
Em outras palavras, deram de acordo com suas capacidades: aqueles com mais dinheiro deram mais, aqueles com menos dinheiro deram menos.
Nada mais claro nem mais simples.
Cada um contribua segundo propôs no seu coração;
(2 Coríntios 9:7 – ACF)
não com tristeza, ou por necessidade;
porque Deus ama ao que dá com alegria.
Estas são instruções de Paulo à Igreja: para que deem aquilo que têm proposto em seus corações.
Note que o apóstolo não lhes diz quanto dar, nem lhes impõe uma percentagem fixa como padrão: ele simplesmente lhes diz que, a quantia que tenham decidido dadivar, devem ir em frente e efetivar a ação.
Muitas vezes, no instante em que vemos uma necessidade, nos determinamos a dar uma certa quantia, mas, depois, quando o tempo de dar nos alcança, somos tentados a voltar atrás… ou até mesmo ficar aquém: Paulo ensina que devemos ser fiéis em fazer o bem segundo o que já tínhamos proposto em nosso coração.
Mas note igualmente que o apóstolo Paulo deixa o valor a critério dos Coríntios.
Não devemos permitir que outras pessoas, indevidamente, nos manipulem ou nos intimidem psicologicamente ou de qualquer outra forma, levando-nos a dar por um sentimento de culpa ou de pressão: não deve haver nenhuma compulsão externa em nosso dar; o valor tem que ser nossa própria decisão.
Estes textos do Novo Testamento nos ensinam que Deus deixa a nós o decidirmos sobre o valor das nossas contribuições e, sim, devemos dar em proporção aos nossos meios e a como Deus nos tem prosperado… mas, ao final, somos livres para darmos aquilo que temos o desejo de dar.
Quão libertador isto é!
Principalmente quando consideramos as táticas manipuladoras de arrancar dinheiro que muitas igrejas de hoje tão frequentemente usam.
Tenho estado em igrejas onde os líderes são induzidos a tomar empréstimos de mil ou dois mil dólares — 22 a 44 salários mínimos brasileiros, cada líder — para dar oferta extra à igreja, em certas campanhas.
Foram ditos que, se não derem o estipulado, “a obra de Deus fracassará”…
Então os membros da congregação são pressionados a escrever e telefonar para parentes, pedindo dinheiro e até há campanhas pressionando para promessas — assinaturas de carnês, notas promissórias e outros documentos morais e legais — e para o fundo de construção, com grandes gráficos coloridos.
À medida que o tempo passa, todos são pressionados a dar mais e mais.
Na realidade, tudo isto vai em direção oposta aos ensinos do Apóstolo em 2 Coríntios 9:7, transcrito acima: a vontade de Deus é que, quando vemos uma necessidade, oremos fervorosamente por direção sobre como podemos satisfazer aquela necessidade e então, com base na nossa situação financeira, dadivarmos com um coração satisfeito e alegre.
O PROPÓSITO DO NOSSO DADIVAR
A quais tipos de necessidades devemos usar nosso dinheiro para satisfazer?
Será que o Novo Testamento nos dá alguma luz sobre este importante assunto?
Na verdade, as Escrituras são muito claras nesta área e o Novo Testamento ensina que há três propósitos para nosso dadivar:
SATISFAZER AS NECESSIDADES DOS SANTOS
Este tema é como um fio que vai através de toda a Escritura. Consideremos alguns textos:
E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.
(Atos 2:44-45 – ACF)
E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.
O espírito de amor e generosidade era tão grande, na igreja primitiva, que os crentes, de própria vontade e alegremente, renunciaram a suas próprias propriedades e possessões, para ministrarem às necessidades dos outros santos, tendo chegado até mesmo ao ponto de — conforme registrado em Atos 4:34 — vender suas terras e casas para tomarem conta um do outro!
E não nos cansemos de fazer bem,
(Gálatas 6:9-10 / 1 João 3:17 – ACF)
porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.
Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos,
mas principalmente aos domésticos da fé.
(…)
Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus?
Embora o “façamos bem” não seja claramente definido, seguramente incluiria o dadivar para satisfazer as necessidades dos que — sem nenhuma inferência aos restritos clubes formados no interior das empresas eclesiásticas — são domésticos da fé.
Em adição a estes claros textos, lemos também, em Mateus 25:31-40, que, quando Cristo voltar, separará as ovelhas dos bodes: as ovelhas são descritas como aqueles que alimentaram Cristo quando ele estava faminto, deram-lhe de beber quando estava sedento, vestiram-no quando estava nu.
Quando as ovelhas replicam “Senhor, quando … e te demos de comer? … e te demos de beber? … e te hospedamos? … e te vestimos?… e fomos ver-te?”, Cristo responde “Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.
Aqui, Jesus nos diz claramente que quando usamos nosso dinheiro para vestir e alimentar os irmãos de Cristo — cristãos de acordo com Mateus 12:50: “… qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe” —, estamos ministrando a Ele.
Ademais, 1 Timóteo 5:16 — “… para que se possam sustentar as que deveras são viúvas” — dá instruções sobre como a igreja deve sustentar viúvas desvalidas.
Enfim, temos visto nos textos já citados as muitas exortações do apóstolo Paulo para dadivar aos santos pobres em Jerusalém, portanto se torna bastante claro que uma das prioridades do dadivar no Novo Testamento é satisfazer as necessidades dos santos.
SATISFAZER AS NECESSIDADES DOS OBREIROS CRISTÃOS
Além de usarmos nosso dinheiro para satisfazer as necessidades dos nossos irmãos e irmãs em Cristo, as Escrituras também nos levam a usar nosso dinheiro para sustentar os que trabalham na obra do Senhor.
Consideremos as seguintes passagens:
Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra,
(1 Timóteo 5:17-18 – ACF)
principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina;
Porque diz a Escritura:
Não ligarás a boca ao boi que debulha.
E:
Digno é o obreiro do seu salário.
Neste texto, “honra” tem que significar mais que meras estima e respeito, pois, no verso 3 do mesmo capítulo, Paulo manda a Timóteo “Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas”: honrar estas viúvas é prover para elas (verso 8) e assisti-las (verso16).
Portanto, quando Paulo menciona “honrar os anciãos” que trabalham duramente na pregação e no ensino da Palavra e, imediatamente depois, menciona “honrar as viúvas”, Paulo tem que ter a mesma coisa em mente: prover e assistir aos anciãos financeiramente, de modo que possam se dedicar ao trabalho de labutarem na Palavra.
Um ancião que ensina é como um boi que deve ser permitido comer enquanto está debulhando e, em outras palavras, deve ser sustentado e cuidado enquanto está trabalhando com todo esforço.
Ele também é como um operário, sendo digno de seu salário: a uniforme prática apostólica do Novo Testamento foi a de apontar anciãos para superintenderem as igrejas que os apóstolos plantavam e Paulo simplesmente está dirigindo as igrejas a proverem e assistirem financeiramente estes anciãos, de modo que possam dar seu tempo à tarefa de ministrarem ao rebanho.
Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar?
(1 Coríntios 9:6-14 – ACF)
Quem jamais milita à sua própria custa?
Quem planta a vinha e não come do seu fruto?
Ou quem apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado?
Digo eu isto segundo os homens?
Ou não diz a lei também o mesmo?
Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão.
Porventura tem Deus cuidado dos bois?
Ou não o diz certamente por nós?
Certamente que por nós está escrito;
porque o que lavra deve lavrar com esperança e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante.
Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais?
Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, nós?
Mas nós não usamos deste direito;
antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo.
Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo?
E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar?
Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.
Nesta passagem Paulo está clamando que os apóstolos tinham todo o direito de abster-se de viverem dos trabalhos seculares e todo o direito de receberem o sustento material daqueles a quem serviam.
De fato, Paulo assevera que o Senhor mandou àqueles que proclamam o evangelho que obtenham seu viver do evangelho.
E bem sabeis também, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente;
(Filipenses 4:15-18 – ACF)
Porque também uma e outra vez me mandastes o necessário a Tessalônica.
Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa conta.
Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância.
Cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus.
Neste texto o apóstolo declara expressamente que a dádiva que os filipenses lhe haviam enviado foi um fragrante aroma, um sacrifício aceitável, e foi agradável a Deus.
O próprio Deus nos tem dado sua aprovação para usarmos nosso dinheiro para sustento de fiéis obreiros cristãos, portanto, é importante que o povo de Deus utilize seus recursos financeiros para sustentar obreiros cristãos, quer sejam anciãos da Igreja, evangelistas itinerantes ou missionários.
SATISFAZER AS NECESSIDADES DOS POBRES
Em adição ao uso do nosso dinheiro para satisfazer às necessidades dos santos e dos obreiros cristãos, as Escrituras também nos mandam usar nosso dinheiro na satisfação das necessidades dos pobres.
Considere os seguintes textos:
Vendei o que tendes, e dai esmolas.
(Lucas 12:33-34 / Efésios 4:28 – ACF)
Fazei para vós bolsas que não se envelheçam;
tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói.
Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.
(…)
Aquele que furtava, não furte mais;
antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom,
para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.
Aqui a pessoa que sofre a necessidade não é identificada como crente, mas presumivelmente pode ser qualquer um padecendo privação.
A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta:
(Tiago 1:27 – ACF)
Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações,
e guardar-se da corrupção do mundo.
Visitar órfãos e viúvas em suas necessidades tem que significar mais que fazer-lhes uma mera visitinha social: nessa declaração está implícita a ideia de ajudar estes órfãos e viúvas, o que, sem dúvidas, requereria dadivar sacrificalmente.
Como temos visto, podemos desta maneira sumariar o ensino do Novo Testamento sobre o propósito do dadivar:
- Satisfazer as necessidades dos santos;
- Satisfazer as necessidades dos obreiros cristãos; e
- Satisfazer as necessidades dos pobres.
Note que o dadivar, no Novo Testamento, é sempre para satisfazer as necessidades das pessoas.
É interessante que a coisa na qual as empresas eclesiásticas na América gastam a maior parte do seu dinheiro — depois de pagar o salário de seus profissionais — não é de modo algum mencionada no Novo Testamento: prédios da “igreja”!
A Bíblia simplesmente não fala de nenhuma igreja entrando em débito para comprar ou construir caros prédios porque simplesmente a igreja primitiva não se reunia em prédios especiais: a Igreja original se reunia em casas!
Desse modo, não havia despesa “não estrita e diretamente com o evangelho e com pessoas” porque tal despesa só faria drenar a energia e as finanças da igreja!
Desta maneira, todas as dádivas do povo de Deus podiam ir diretamente para satisfazer as necessidades de pessoas.
De igual forma, não há nas Escrituras nada estabelecendo que todo nosso dadivar ao Senhor deva ser primeiramente entregue aos líderes para que, depois, sejam distribuídos por eles conforme suas preferências.
De fato, creio que algumas das nossas dádivas devem ser feitas diretamente de pessoa para pessoa, para — de acordo com Mateus 6:1-4 — preservarmos o anonimato.
É, razoável, portanto, reservar — em casa ou numa conta bancária separada e especial — parte da sua dádiva total, de modo que, quando uma necessidade especial ou uma emergência surgir, tenhamos alguns recursos financeiros de que possamos sacar para satisfazer aquela necessidade.
O MODO DO NOSSO DADIVAR
Além de nos iluminar sobre o valor total e sobre o propósito do nosso dadivar, as Escrituras nos ensinam diversas coisas sobre como devemos dadivar.
DEVEMOS DADIVAR ANONIMAMENTE
Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles;
(Mateus 6:1-4 – ACF)
aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus.
Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens.
Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita;
Para que a tua esmola seja dada em secreto;
e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente.
Jesus nos ensina a dadivar em segredo, para que aquele que vê em segredo nos recompense.
Este tipo de dadivar é preferível pois protege aquele que oferece a dádiva do orgulho espiritual: sempre quando você quiser dar uma dádiva a alguém, procure maneiras de satisfazer a necessidade que você percebeu, sem que o beneficiário, se possível, jamais saiba quem deu o dinheiro7.
DEVEMOS DADIVAR VOLUNTARIAMENTE (POR NOSSA VONTADE, COM AMOR)
Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente.
(2 Coríntios 8:3-4 – ACF)
Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos.
Somos aqui ensinados que as igrejas da Macedônia deram de suas próprias vontades. Ninguém os estava manipulando emocional e psicologicamente, nem lhes torcendo o braço (obrigando-os).
Cada um contribua segundo propôs no seu coração;
(2 Coríntios 9:7 – ACF)
não com tristeza, ou por necessidade;
porque Deus ama ao que dá com alegria.
Se não devemos dadivar com tristeza ou sob compulsão externa, então devemos dadivar voluntariamente — de ânimo pronto, com prazer e alegria: Deus quer que nosso dadivar provenha do nosso coração e que dadivemos porque temos todo o desejo de fazê-lo.
DEVEMOS DADIVAR EXPECTATIVAMENTE
Quando dadivamos, devemos esperar que Deus nos abençoe nesta presente vida. Consideremos os ensinos do apóstolo Paulo.
E digo isto:
(2 Coríntios 9:6 – ACF)
Que o que semeia pouco, pouco também ceifará;
e o que semeia em abundância, em abundância ceifará.
Quando alguém semeia por girar seu braço, espalhando abundantemente as sementes com a mão aberta, parece que está apenas jogando fora bom grão, mas, se não deixasse nenhuma escapar por prendê-las firmemente em sua mão ou se apenas jogasse uma ou duas sementes, teria uma ceifa muito pequena.
Assim também é semelhante o dadivar do crente: se não dermos nada ou se dermos muito pouco, só podemos esperar pouquíssimas bênçãos… mas, se dermos com uma mão aberta e generosa, podemos esperar que colhamos abundantemente.
Muitos têm torcido 2 Coríntios 9:9 como se ensinasse que Deus quer que dadivemos tendo, dentro de nós mesmos, o objetivo de recebermos: este tipo de ensino apela para a carne e só faz crescer um espírito de avareza e cobiça nos crentes!
Mas, ao contrário disto, Paulo nesta passagem está ensinando que devemos dadivar com o objetivo de recebermos mais para podermos dadivar (ainda) mais!
Vejamos como Paulo realmente expressa isto:
E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça,
(2 Coríntios 9:8-11 – ACF)
a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra;
Conforme está escrito:
Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre.
Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer,
e multiplique a vossa sementeira,
e aumente os frutos da vossa justiça;
Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se deem graças a Deus.
Notemos, nesta passagem, que Paulo está asseverando que Deus abençoará àquele que oferece dádivas com generosidade fazendo toda a graça abundar sobre ele, para que, em consequência, este tenha uma abundância para toda boa obra.
Ademais, Deus promete multiplicar a semente do dadivador para semear e aumentar a colheita de sua retidão.
Estas passagens, sem dúvida alguma, apontam para o fato de que Deus abençoa aqueles que dadivam, de modo que possam dar ainda mais.
Uma vez que Deus é o maior dadivador de todos, devemos nos esforçar para sermos na semelhança dele, sendo que a única maneira de podermos ser maiores dadivadores no futuro é começarmos a dar generosamente agora!
É muito interessante que isto seja exatamente o que os Provérbios de Salomão nos ensinam, embora tenham sido escritos centenas de anos antes.
Ao que distribui mais se lhe acrescenta,
(Provérbios 11:24-25 / 19:17 – ACF)
e ao que retém mais do que é justo, é para a sua perda.
A alma generosa prosperará
e aquele que atende também será atendido.
(…)
Ao SENHOR empresta o que se compadece do pobre,
ele lhe pagará o seu benefício.
Em adição, também devemos esperar que Deus nos abençoará na vida futura.
Se há uma coisa que a Bíblia deixa muito clara é que, quando dadivamos, estamos entesourando para nós mesmos tesouros no céu. Note a ênfase nos tesouros celestiais, futuros, nas seguintes passagens:
Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
(Mateus 6:19-21 – ACF)
Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
Vendei o que tendes, e dai esmolas.
(Lucas 12:33 – ACF)
Fazei para vós bolsas que não se envelheçam;
tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói.
Que façam bem,
(1 Timóteo 6:18-19 – ACF)
enriqueçam em boas obras,
repartam de boa mente,
e sejam comunicáveis;
Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro,
para que possam se apoderar da vida eterna.
Em todas estas passagens — quer dirigidas aos discípulos, ao rico jovem proprietário ou aos opulentos crentes de Éfeso — a mensagem é a mesma: o generoso dadivar será recompensado por tesouros celestiais.
Você prefere ter seu tesouro na terra, onde perecerá, ou no céu, onde o desfrutará eternamente?
Sua resposta a esta pergunta terá muito a ver com o como verá e usará suas riquezas.
DEVEMOS DADIVAR ANIMADAMENTE (COM ÂNIMO, ALEGRIA)
Cada um contribua segundo propôs no seu coração;
(2 Coríntios 9:7 – ACF)
não com tristeza, ou por necessidade;
porque Deus ama ao que dá com alegria.
Eis, nessa passagem, o sentimento que devemos ter ao dadivar!
Se cada crente soubesse quão grande chuva de bênçãos gozaríamos através do dadivar, seríamos como os crentes da Macedônia, que — de acordo com 2 Coríntios 8:3-4 — imploraram a Paulo para terem a oportunidade de dadivar, ato cuja realização sempre deveria ser vista como um grande privilégio, não como uma pesada carga ou um doloroso dever.
Deus não deseja que seu povo dadive movido por um sentimento de compulsão, como se empurrados à força e contra a vontade, mas sim movido por uma atitude de alegria e animação.
A suprema e definitiva passagem no Novo Testamento que declara a atitude com a qual devemos dadivar, descreve-a como “com alegria”.
Que Deus nos ajude a dadivar em um espírito que O honre!
DEVEMOS DADIVAR SACRIFICIALMENTE
Nas Escrituras temos vários exemplos onde Deus olha com aprovação para o nosso dadivar sacrificial:
Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia;
(2 Coríntios 8:1-5 – ACF)
Como em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo,
e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade.
Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente.
Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos.
E não somente fizeram como nós esperávamos,
mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor,
e depois a nós, pela vontade de Deus.
A primeira informação a ser destacada é que os crentes macedônicos tinham pouquíssimos dinheiro e bens, sendo descritos como estando suportando muita aflição e experimentando profunda pobreza.
E, apesar de tudo isso, também é dito que tinham dadivado além das suas possibilidades!
Que Deus nos habilite a imitá-los em nossas próprias vidas!
E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro,
(Marcos 12:41-44 – ACF)
observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro;
e muitos ricos deitavam muito.
Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo.
E, chamando os seus discípulos, disse-lhes:
Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro;
Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento.
Jesus escolheu esta mulher para servir de maravilhoso exemplo do dadivar aos seus discípulos: ao identificar nela o espírito sacrificial (amoroso e de vontade livre e boa), chamou os Seus discípulos para se aproximarem, observarem, e aprenderem uma lição, através da vida dela.
Que também aprendamos, saiamos, e façamos da mesma forma!
Você é capaz de afirmar que seu dadivar é caracterizado por um espírito de sacrifício (com felicidade)?
Seu dadivar realmente tem algum custo em sua vida?
Realmente representa um sacrifício?
Na realidade, não é quanto dadivamos que é tão importante, mas sim quanto resta e guardamos para nós mesmos após dadivarmos.
Que nosso grande e glorioso Deus nos habilite a praticarmos um prazeroso e sacrificial dadivar!
A MOTIVAÇÃO DO NOSSO DADIVAR
Agora que já vimos o que as Escrituras nos ensinam com referência ao total, ao propósito e à maneira de dadivarmos, vamos examinar o que a Bíblia nos ensina sobre qual deve ser a motivação do nosso dadivar.
O EXEMPLO DE CRISTO
Justo na metade da mais extensa exposição do Novo Testamento sobre o dadivar, o apóstolo Paulo lança mão do exemplo de Jesus Cristo para estabelecer qual deve ser nossa maior motivação:
Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre;
(2 Coríntios 8:9 – ACF)
para que pela sua pobreza enriquecêsseis.
Cristo era infinitamente rico em sua existência pré-encarnação, no céu.
Sendo Deus, exercia onipotência, onisciência e onipotência; Juntamente com o Pai e o Espírito Santo, reinava sobre todo o universo que tinham criado e era incessantemente adorado por uma grande hoste de seres angelicais.
Todavia, Cristo, de livre vontade, escolheu se tornar pobre: jogou no chão seu direito ao exercício independente de seus atributos.
Nasceu em um estábulo e foi criado por pais muito pobres, viveu uma vida obscura e simples, dependendo de Deus-Pai para toda a sua sobrevivência.
Nunca acumulou possessões durante todo o tempo de sua vida, parecendo, na verdade, que as únicas possessões que Ele podia chamar de suas foram as roupas sobre suas costas.
Ao final e por Sua própria vontade, entregou a única coisa que ainda lhe restava: sua própria vida.
Ao depor sua vida, Jesus estava dando absolutamente tudo… para nos livrar dos nossos pecados.
Embora fosse rico, tornou-se pobre.
E qual foi o propósito deste grande ato de sacrifício?
Foi que, através de sua pobreza, nós nos tornássemos ricos.
Nós, aqueles que cremos nele, temos herdado grandes riquezas: perdão, adoção, justificação, Deus o Espírito Santo habitando em nós, paz com Deus, acesso a Deus, santificação, e a glória eterna que em breve virá!
Note que Cristo não nos deu apenas dez por cento dos seus recursos ao nos comprar e presentear tamanhos tesouros: Ele deu 100%!
Um discípulo naturalmente deseja ser como seu senhor, portanto nos empenhemos com esforço para imitar nosso Senhor!
Que não nos contentemos em dar apenas uma pequena fração de nossa renda, mas oremos para que Deus nos habilite a dar mais e mais, ajudando pessoas que sofrem e expandindo o reino de Deus através do mundo!
A ORDEM DE CRISTO
Não temos apenas o exemplo de Cristo para nos motivar, mas temos também sua ordem muito claramente registrada:
O meu mandamento é este:
(João 15:12-13 – ACF)
Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.
Nesta passagem Jesus está ordenando aos seus seguidores que amem um ao outro de modo idêntico àquele com que Ele os amou, a saber, sendo totalmente dedicado a eles: este tipo de dedicação, pela própria natureza do caso, tem que incluir a vontade de darmos dos nossos recursos para ajudarmos um ao outro.
Jesus deu tudo, inclusive sua própria vida, por nós e é deste modo que somos ordenados amar um ao outro.
Saberemos se realmente amamos nossos irmãos e irmãs quando estivermos desejosos de — através de nossas carteiras ou, em 2021, recursos digitais — satisfazer suas reais necessidades.
Que Deus nos habilite a seguirmos seu Filho em obediência!
CONCLUSÃO
As Escrituras não ensinam que o dízimo é obrigatório sobre os crentes durante a dispensação do Novo Testamento.
As mesmas Escrituras, no entanto, e decididamente ensinam que os crentes devem ser dadivadores generosos, sacrificiais, expectantes, e prazerosamente animados!
Será que isto descreve você?
É minha sincera oração que o Espírito Santo use este escrito para desafiá-los tanto a repensar seus padrões de dadivar quanto a verificar se eles estão de acordo com a vontade de Deus, conforme expressa no Novo Testamento.
Se não estiverem, vá ao Senhor em oração e peça-lhe o poder e a graça para lhe obedecer plenamente em todas as coisas.
COMPLEMENTO INFORMATIVO
Este estudo foi originalmente elaborado em inglês por Brian Anderson; traduzido ao português por Hélio de Menezes Silva e, em outubro de 2005, republicado em meu antigo (e perdido para os orientais) domínio.
Na época causou grande impacto, trazendo sobre Teóphilo Noturno as reações de pessoas iradas e até ameaças pessoais: sou extremamente grato a Deus por isso, pois desde então tem sido replicado — na íntegra ou em partes — por diversos sites e ajudado a abrir os olhos de muitas pessoas para o engano ao qual estiveram submetidas… algumas até pela vida inteira.
O teor aqui presente é tão marcante e libertador que decidi, diante de uma geração preguiçosa que só quer assistir vídeos, revisá-lo — atualizando alguns termos e inserindo ilustrações — na expectativa de que possa, com a leitura facilitada, alcançar e libertar ainda mais alguns através da criteriosa pesquisa e exposição da Verdade encontrada nas Escrituras.
Obrigado por ter lido até aqui e, verdadeiramente, preciso de qualquer colaboração que puder me oferecer: comentários, compartilhamentos e reações ajudam a divulgar este conteúdo que foi produzido com intenção de colaborar para a edificação do Corpo de Cristo no mundo.
Um link encurtado e de fácil memorização para essa postagem é:
https://cutt.ly/dizimos
Aqui quem escreve é o velho Teóphilo Noturno e prossigo, contra todas as adversidades, com meus informes atualizados e consolidados, tentando alcançar unidades desorientadas e até, talvez, atualmente sob domínio do inimigo.
Ao conteúdo que produzo chamo d’O Pior Evangelho do Mundo e, sempre que possível, tento lançar novidades às 19:00h de terças e quintas. Espero sinceramente que essas publicações promovam reflexão e colaborem para sua edificação: me esforço para sempre apontar as Escrituras, sem vínculos ideológicos ou com as doutrinas de qualquer franquia ou empresa eclesiásticas em particular.
Sei bem que em mim não há valor algum, por isso dedico meu tempo a pesquisar e escrever, sempre tentando comparar tudo às Escrituras: o que de graça recebi, de graça também compartilho…
Com a permissão do Senhor fui tocado pela surdez em 2018 e, a despeito de minha fé e meus muitos esforços pessoais, posso dizer que os últimos 5 anos foram os mais difíceis da minha vida, tendo dependido do auxílio dos irmãos leitores — aos quais sou profundamente grato — para, em várias ocasiões, suprir até mesmo simples necessidades cotidianas.
Em junho de 2023 o Senhor me permitiu encontrar uma oportunidade de negócio única e extraordinária, através da qual posso auxiliar todos, inclusive eu próprio, a obter uma vida melhor pelo aumento da saúde e dos rendimentos: não me estenderei aqui sobre esse tema, mas destaco que me sinto bastante mais honrado por obter renda auxiliando pessoas do que implorando, desesperado, por colaborações… às quais não recuso, porém prefiro que, ao menos, os doadores dediquem um pouco de tempo a conhecer o projeto que estou desenvolvendo e através do qual espero, muito em breve, ter condições não só de sustentar minha família, mas arcar com todos os custos envolvidos na crianção, manutenção e hospedagem desse site com tranquilidade.
Por estar no início dessa atividade e, ainda por cima, numa empresa que inaugurou apenas recentemente, ainda não obtive o sucesso financeiro e peço que considere a possibilidade de, através do Paypal, colaborar mensalmente com, pelo menos, R$ 30,00.
Atualmente tenho apenas um colaborador (ao qual sou extremamente grato), mas se 40 pessoas se propusessem a ajudar com esse valor mínimo, ao menos os gastos com energia elétrica e internet seriam cobertos.
Compartilhar as publicações já ajuda, mas tendo recursos e desejando colaborar financeiramente — com qualquer valor! — minha chave PIX principal é teophilonoturno@gmail.com e essa imagem é meu QR code: o nome de confirmação é Geovane Ignácio de Souza e o trecho do CPF a aparecer deve ser o “927.157“, sendo realizada uma movimentação destinada ao Nubank
Destaco que, por mais que queira, não tenho em mim mesmo a menor capacidade de forçar o Pai a te abençoar por sua generosidade, mas oro a Ele pedindo que, no tempo certo e na medida multiplicada, retribua a bondade realizada da maneira mais adequada: não apenas na restituição multiplicada do valor doado, mas também através dos mais diversos livramentos e bênçãos que, em minha limitação humana, sequer posso imaginar antecipadamente, mas que já estavam nos planos do Todo-Poderoso Deus desde antes da fundação do mundo.
Tenho vergonha de pedir.
Odeio incomodar os leitores e passei o ano de 2023 inteiro apenas publicando comentários, como os acima, em letras castanhas sem qualquer pretensão de ser incisivo em meus pedidos. Fiz isso porque ainda depositava uma pequena parcela de credibilidade na justiça e aguardava que ela, diante de minha incontestável deficiência, intimasse a seguradora a honrar o seguro funcional que me vendeu.
Só que deu tudo errado e nem os mais altos graus dos juízes deste país recusam suborno!
De súbito, fui lançado numa situação de extrema necessidade financeira e tanto os links imediatamente acima quanto o vídeo ao lado podem esclarecer o nível de desespero que me acomete e me traz a publicar esse apelo ao final da maioria de minhas publicações.
Peço perdão pelo incômodo, mas peço que, por favor, assista e ajude não apenas a manter esse site, mas também o próprio editor e sua família, com vida e saúde: eu realmente sentiria muita vergonha de expor tudo isso se não fosse a mais pura realidade.
Colabore via Paypal:
https://www.paypal.com/donate/?hosted_button_id=HAHGBQDAEUTCJ
Colabore com um PIX:
Agradeço pela atenção e rogo a Deus que, independente do valor ofertado, multiplique as bênçãos e livramentos nas vidas daqueles que se se dispuserem a colaborar.
Parafraseando o apóstolo Paulo em Efésios 6:23-24, que a graça e a paz sejam conosco, todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade, hoje e para todo o sempre!
- Nota do Tradutor – Ninguém pode deixar de se impressionar com a total semelhança entre os argumentos dos maiores defensores (e rebatedores) da extensão da obrigatoriedade da guarda do sétimo dia para os crentes da dispensação da igreja — tão literalmente como se estivéssemos sob a Lei — e os argumentos dos maiores defensores (e rebatedores) da obrigatoriedade dos 10% para os crentes da dispensação da igreja — tão literalmente como se estivéssemos sob a Lei!
↩︎ - Nota do Tradutor – Melquisedeque foi especialíssimo e nenhum outro sacerdote pode ser comparado a ele: parece ter sido uma Cristofania, ou seja, uma manifestação do Verbo antes de Sua encarnação.
Já no Novo Testamento, todos os crentes são sacerdotes.
↩︎ - Nota do Tradutor – A perspectiva não seria bem esta: se, no contexto tecnológico e econômico de hoje, fôssemos o mesmo povo — israelitas — sob a mesma dispensação — da Lei — em que viveu Davi, então o mesmo princípio que vigorava quando quase todos viviam da agricultura, com renda anual, estender-se-ia a nós, quando quase todos têm renda em períodos menores que anuais e não oriundas do praticarem a agricultura…
↩︎ - NOTA DO REVISOR – Eis aqui um procedimento matematicamente genial!
→ 11 dentre as 12 tribos receberam herança de terra: trabalhavam e, de seus 100% colhidos, tributavam o dízimo e subsistiam com 90%;
→ A única tribo sem herança passava seu tempo integralmente dedicada ao serviço do Senhor e, por isso, recebia 10% do total de cada uma das outras onze tribos, subsistindo então com 110%!
Eis aí uma clara razão para os sacerdotes nunca terem aceito o fim da Lei!
↩︎ - Nota do Tradutor – Lembremos que:
a) Nós, os crentes desta dispensação, somos sacerdotes e reis;
b) Estes não podiam beber nada alcoólico;
c) Deus — talvez por ironia, ou com desgosto, ou para nos testar — às vezes, por certo tempo, expressou TOLERAR-nos certos erros (esta é Sua vontade PERMISSIVA), mas, depois, ORDENOU-nos Sua vontade PERFEITA. Compare com o divórcio, a poligamia, etc.
↩︎ - Nota do Tradutor – Sejamos repetitivos para que ninguém perca algum aspecto da verdade, pois o Antigo Testamento fala de vários tipos de dízimos:
→ Todos os israelitas davam um dízimo de suas rendas anuais, aos levitas (Levítico 27:30-33; Números 18:21-24; 2 Crônicas 31:4-12; Neemias 10:37; 12:44; 13:5; Malaquias 3:8-12), para alimentação e sustento deles (e não para o Templo!);
davam a si mesmos outro dízimo das suas rendas anuais, deleitando-se ao comerem e descansarem e alegrarem-se, em gozoso “acampamento / férias / festa / adoração”, que só podia ser em Jerusalém (Deuteronômio 12:6-7,11-21; 14:22-27);
e, a cada 3 anos, davam aos pobres outro dízimo das suas rendas, para que se deleitassem ao comerem e descansarem e alegrarem-se onde quer que morassem (Deuteronômio 14:28-29; 26:12).
→ Os levitas davam aos sacerdotes — que eram levitas descendentes de Arão — o dízimo do dízimo que tinham recebido (Números 18:26-29; Neemias 10:38-39; 12:44; 13:5,12; Malaquias 3:8-12).
→ Ageu 2:9-11 não tem nada a ver com nenhum destes tipos de dízimo e sim com ofertas para a reconstrução do Templo.
Apesar de haver analogia entre cada crente neotestamentário e o Templo, não há nenhuma analogia entre o Templo e os prédios de uma EMPRESA ECLESIÁSTICA OU igreja local.
↩︎ - Nota do Tradutor – Muito mais importante é que ninguém mais o saiba! Para ajudar um irmão em necessidade:
1) Pôr um envelope com dinheiro e anônimo por baixo da porta dele (0 pessoas lhe glorificarão) é melhor que;
2) Dar-lhe pessoalmente, pedindo-lhe segredo (1 pessoa glorificará a você) é melhor que;
3) Pedir a um irmão (de outra igreja?) que leve sua oferta a ele, sem lhe revelar a fonte (1 pessoa glorificará a você) é melhor que;
4) Pedir seu pastor ou 1 oficial que leve sua oferta a ele, sem lhe revelar a fonte (1 pessoa glorificará a você) é melhor que;
5) Pedir a todo o corpo de oficiais que leve sua oferta a ele, sem lhe revelar a fonte (8 pessoas glorificarão a você) é melhor que;
6) Dar-lhe ante toda a igreja, fazendo-o anunciar pelo microfone (1000 pessoas glorificarão a você — Que coisa horrível! Até mesmo alguns descrentes dadivam anonimamente!)
↩︎
De fato quando as Escrituras são estudadas dentro do contexto as coisas ficam mais esclarecidas. Parabéns pelo texto.
O dízimo e a igreja são de fato coisas distintas.
Já fui até seu texto, li e curti, porém e infelizmente meu comentário está tendo a publicação impedida por erro em um tal de “nonce”…
Se possível, inclua meu link como conteúdo complementar a este seu que indicou.
O Senhor seja contigo!
Esta questão dos dizimos é interessante: se Jesus nos comprou, logo ele é dono de 100% daquilo que chamamos “nosso”, não faz nem sentido achar que “damos” algo a Ele… Qualquer porcentagem já é Dele. E deveria estar disponível a Ele, a qualquer tempo. Como faziam os cristãos em Atos.
Na verdade, como todas as coisas, a questão das ofertas é mais radical no NT, porque além de dispor tudo a Jesus, ainda devemos fazê-lo com alegria.
Mas como nós nos apegamos aos bens materiais, acalmamos nossa consciência materialista que estará tudo bem se “dermos” 10%.
Só Jesus para ter paciência com a gente mesmo.
Perdoe-me se estou divagando, e até mesmo compartilhando minhas heresias pessoais que, contudo, creio que não são para morte. Às vezes encontro um site como o seu e sinto que não estou só, visto que concordo com quase tudo que li até aqui.
1 João 3:17 diz: se alguém, tendo bens deste mundo, vir seu irmão necessitado e lhe cerrar as entranhas, o amor de Deus não está nele.
Já parou para pensar nas consequências desse único versículo sobre a forma com que lidamos com dinheiro?