Esperança Inesperada

Milagre No Deserto

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É inegável a relevância do trabalho realizado pelas empresas eclesiásticas, ou estruturas a elas assemelhadas, em função da Igreja, Corpo de Cristo, nesses últimos (aproximadamente) mil anos: apesar de episódios absolutamente abjetos como, por exemplo, a Inquisição, foram suas ações que mantiveram as pedras caladas e funcionando como instrumento do próprio Senhor Deus para preservar e difundir as Escrituras.
O grande problema de qualquer ciclo milenar é que o ser humano se adapta a ele de tal forma que simplesmente não consegue aceitar o seu término: o paradoxo a destacar surge dos que dizem crer em Deus — tanto judeus quanto cristãos, com destaque aos seus sacerdotes — e simplesmente se recusam a acreditar quando chega a hora de pôr em prática as profecias registradas nas Escrituras!

De fato, é bastante difícil realizar a desassociação entre Igreja e empresas eclesiásticas, inclusive não havendo um termo adequado pelo qual possamos nos referir a estas sem que soe depreciativo como clube social, clube religioso, empreja…
Também não deixa de ser doloroso quando passamos a enxergar a realidade sobre aquele ambiente — outrora considerado sagrado — que, de acordo com os termos comerciais, funciona para gerar lucros, compete direta e acirradamente com outras franquias distribuidoras de produtos equivalentes, altera (ou, algumas vezes, até abandona completamente) a matéria prima para conseguir se adequar às preferências dos consumidores e, mediante a pandemia, está completa e servilmente submisso às ordens de César.

O PASTOR NEO-PENTECOSTAL

Uma década atrás estava vivendo um turbilhão em minha vida pessoal e, mesmo antes de ter meu entendimento sobre a ruptura entre Igreja e empreja plenamente consolidado, recebi a mensagem a seguir de um pastor assumidamente neopentecostal:

Boa noite, amigo!
Visitei seu site e achei muito interessante os temas abordados e os materiais para estudo.
Sou um pastor de uma igreja “neopentecostal”, mas estou aqui para, primeiro, parabenizá-lo pela sua postura firme e direta. Sei que sua opinião a respeito “dessa classe” de igrejas não é favorável.
Saiba que respeito sua opinião e até concordo com muito do seu ponto de vista. Não estou aqui para criticá-lo, mas eu gostaria que me respondesse uma pergunta, se isso não for incômodo. Percebo que você não é um néscio manipulado pelo sistema pseudo-eclesiástico desta era e é por isso que me dirijo à sua pessoa para que me exponha sua ótica espiritual.
Bem, vamos ao que interessa. Me corrija se eu entendi errado; o irmão mencionou que não frequenta nenhuma igreja, não pertence a nenhuma denominação. Se é assim, como você interpreta o texto a seguir?

Não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.

Hebreus 10:25

Por favor, não me interprete mal. Estou sendo sincero, minha intenção é apenas conhecer sua opinião, pois achei interessante ver as coisas por um novo ponto de vista.
Obrigado, Paz.

Como geralmente pinto de vermelho tudo aquilo que é suspeito ou duvidoso, na época, na publicação original, cheguei a fazer isso, mas agora me limitei a lançar um fundo ligeiramente amarelo por questão de diferenciação e para alertar que essas não são minhas próprias palavras.
A verdade é que achei muito estranho o fato de um pastor assumidamente neopentecostal se aproximar com aparente sinceridade e, ainda por cima, apresentar uma questão válida. Bastante incrédulo diante de tamanha simplicidade, decidi responder conforme apresento a seguir:

DESCOBERTAS

Olá, pastor!
Vou apresentar, primeiramente, algo que não é de minha própria autoria, mas que, ao final, farei acréscimos. Veja a explicação de Mário Persona:

Sua pergunta é sobre Hebreus 10:25?
Quando falamos de sair do sistema denominacional, isto não significa sairmos para ficar sozinhos, porém para nos reunirmos da maneira que a Bíblia nos mostra, ou seja, somente ao nome do Senhor e sobre o fundamento de que há um só corpo (e não muitos corpos divididos por diferentes nomes).
Portanto não se trata de deixar de congregar, mas de congregar.

Porém, quando entendemos que o sistema denominacional é uma perversão do plano inicial de Deus para a Igreja, temos a responsabilidade de nos apartar. Na medida em que entendemos que o sistema que os homens criaram divide os crentes por nomes e não reconhece o Cabeça que é Cristo — colocando seus próprios cabeças como papa, presidentes de igreja, etc. — devemos obedecer o que diz em 2 Timóteo 2:19: “qualquer que profere o nome de Cristo aparte‑se da iniquidade”.
O versículo em Hebreus 10:25 deixa claro que não devemos deixar de nos congregar, porém 2 Timóteo 2:19 nos exorta a sairmos do meio daqueles que estão se reunindo em desacordo com a Palavra, porém PARA NOS REUNIRMOS com aqueles que, de coração puro, invocam o Senhor (
1 Timóteo 2:22).
Portanto, não é errado deixarmos uma congregação que esteja em iniquidade. A Palavra de Deus nos mostra isso.

Hoje fala‑se muito: “vá a uma igreja onde a Palavra de Deus seja pregada” e isto é um engano, pois há muitos lugares onde a Palavra de Deus é pregada por servos de Satanás, como acontece entre os Testemunhas de Jeová e os Mórmons, que negam a divindade de Cristo.
Suponhamos que um cristão esteja reunindo‑se em um lugar onde as pessoas clamam “Senhor, Senhor!”, onde profetizam em nome do Senhor Jesus, onde expulsam demônios em nome do Senhor, onde fazem muitas maravilhas em nome do Senhor… será isso suficiente para essa pessoa continuar se reunindo ali? Leia em
Mateus 7:22-23 a resposta a esta pergunta (leia também Apocalipse 18:4).

Mario Persona – É Errado Deixar de Congregar?

Vejamos o exemplo do apóstolo Paulo, cujas cartas e epístolas compõem mais da metade do Novo Testamento e são a melhor base para se estabelecer uma congregação: sem dúvida ele fazia parte de todas as Igrejas às quais escreveu, mas ninguém pode afirmar que ele era “membro” desta ou daquela, pois a verdadeira Igreja é o corpo de Cristo e nunca uma instituição que segue o modelo empresarial secular para se tornar, através do CNPJ, uma espécie de parceira / propriedade submissa a César.
Ao buscar o termo “congregar” na Palavra de Deus, veremos que muitas vezes ocorria de modo prático e, por assim dizer, espontâneo:

E na mesma hora, levantando-se, tornaram para Jerusalém, e acharam congregados os onze, e os que estavam com eles.

(Lucas 24:33 – ACF)

“Acharam congregados”, ali, naquele momento… e faziam parte dessa congregação até mesmo “os que estavam com eles”, ou seja, quem quer que estivesse ali na comunhão (entristecidos pela crucificação, pesarosos, gente dando condolências…).
Isso implica que não temos como considerar aqui a “congregação” formando uma estrutura eclesiástica, mas sim a reunião, em comunhão, dos que amavam ao Senhor Jesus Cristo.

Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto.

(Atos 15:6 – ACF)

Nesse exemplo temos quase uma “reunião da diretoria”, mas ainda assim não se caracteriza uma estrutura eclesiástica da forma que fomos acostumados a ver.

Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?

(1 Coríntios 14:23 – ACF)

A condicional “se” nessa passagem é indicativo de que NEM SEMPRE toda a igreja se congregava em apenas um lugar.
Observemos agora a passagem que citou por um escopo maior:

CONHEÇA A PALAVRA GREGA αλλα EM
ENCERRANDO CICLOS

Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé,
tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa,
Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu.
E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras,
Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns,
antes admoestando-nos uns aos outros;
e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.

(Hebreus 10:22-25 – ACF)

A principal questão aqui, por incrível que pareça, não é exatamente a da congregação em si, mas a da admoestação — “ANTES admoestando-nos…”, ou seja, prioridade — aos irmãos que já não tem mais o coração tão purificado, aos irmãos cuja “confissão da esperança” já não seja mais tão firme, aos irmãos nos quais o amor e as boas obras já não tenham mais seu significado verdadeiro.
Se chegou a ler minha história, viu que lutei enquanto foi possível: cheguei a contatar a convenção batista… mas aí surgem importantíssimas recomendações bíblicas que também não podem ser desprezadas:

Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador;
com o tal nem ainda comais.
(…)
Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o,
Sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado.

(1 Coríntios 5:11 / Tito 3:10-11 – ACF)

Ora, se a maior parte dos que estão congregando em uma determinada empresa eclesiástica é composta por pessoas que fingem conhecer a verdade se prendendo à prática de um ritual sem fulcro nas Escrituras — vão à “igreja” apenas por interesse nas vantagens prometidas pelos estelionatários espirituais; ou por medo de ir para o inferno; ou para construir e manter uma aparência de piedade; ou por crer que a frequência em alguma reunião pseudo-espiritual é como a coleção de pedacinhos de um quebra-cabeças a ser completo e utilizado como ingresso, na hora da morte, para entrar no céu… — e alguns destes locais onde até mesmo os líderes / proprietários se colocam inquestionáveis, a despeito de seu envolvimento em corrupção — bíblica, moral, sexual, financeira…
Que comunhão pode ter um genuíno cristão com estes?!
De que adianta participar de cultos cheios de “social” e “psicológico”, mas esvaziados da verdadeira Palavra de Deus?!

No meu caso, a fidelidade à Palavra e o amor ao Senhor Deus sobre TODAS as coisas acabaram me tornando uma pedra muito pesada.
O método empresarial dita que qualquer empregado inconveniente, a despeito de estar certo, seja demitido: como numa empreja não se pode simplesmente fazer isso, o pastor começou a “queimar meu filme” até que em determinado momento passei a ser visto, na própria “família religiosa” que me conhecia desde meu nascimento, como “o rebelde”, “o soberbo”…
Contrariando toda e qualquer suposta ética pastoral, não esqueço da manhã de domingo em que aquele homem se utilizou do púlpito para correlacionar meu comportamento de forma a, no final, me chamar de “anticristo”!!
Ora, contra Cristo estão todos aqueles que deturpam a Palavra de Deus com pretextos como “criar um ambiente social melhor”, “aumentar a autoestima”, “criar um mundo melhor”… ou por qualquer outro motivo pelo qual se passe a lançar fora o trigo para poder abarrotar um templo com joio!

É lamentável ouvir pessoas afirmando ser imprescindível a presença em reuniões promovidas por empresas eclesiásticas para que qualquer um possa “se manter firme com Deus”, principalmente porque estes mesmos são incapazes de desassociar o Senhor Deus e a Verdade das Escrituras dessas empresas e dos rituais — muitas vezes totalmente seculares, cheios de inúteis virtudes politicamente corretas e, eventualmente, até mesmo profanos! — promovidos por elas.

Provavelmente esses são os que, diante de uma situação como a minha, logo se afastariam de tudo e correriam para o “mundão”, pois nunca tiveram verdadeiro conhecimento do Senhor Deus e precisam viver sendo guiados por um caminho de repetidos rituais de falsa edificação, no qual nunca chegam a conhecer por si próprios o real poder da Palavra que liberta!

Que aprendem sempre,
mas nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.

(2 Timóteo 3:7 – ACF)

Confesso que nem eu próprio sei a razão de ser tão cabeça dura, tão chato e não conseguir “relaxar” para me afastar da Verdade: perdi e perco pretensos amigos, assim como poderia ter uma vida social bastante mais ativa se aprendesse a tirar da minha mente e calar da minha boca a Palavra de Deus.
Pela mesma razão sei que perco muitas oportunidades de ganhar dinheiro palestrando pelas diversas franquias eclesiásticas para falar apenas das partes das Escrituras que lhes convém.
Aliás, só após ser escorraçado do meio evangélico e que vim a descobrir que muitos dos com quem imaginava ter laços fraternais só eram “irmãos” da boca para fora e sequer uma visita tiveram a dignidade de realizar… de 2005 até hoje!
Na verdade demorei a entender que esse afastamento pode ser devido ao medo, por não ter argumentação solidamente baseada nas Escrituras para contestar as exposições que realizo, mas… de que adianta esse cristianismo teatral da mais pura falsidade?
De que adianta investir num processo do mais puro “convívio social” se, no momento em que alguém não obedecer às ordens de Faraó — para se curvar perante a estátua de Nabucodonosor ou receber um atestado individual de irracional submissão absoluta ao governo —, os próprios membros dessa comunidade serão os primeiros a denunciar?! Obviamente me seria muito mais confortável estar participando de dancinhas ou sentado num banco de igreja para ficar ouvindo mensagens sem questionar nem comparar com a Bíblia do que ter que meditar nas Escrituras de dia e noite, buscando vivê-las na prática: não sei porque Deus me quis para isso!

Acho que já estou falando demais e, sem mentir, me causa estranheza o fato do senhor, um pastor declaradamente neopentecostal, estar questionando tão civilizadamente sobre esse tema: outros que o fizeram já vieram armados com arrogância e atirando com ameaças, me levando a uma reação automaticamente ácida.
Sua educação não me deu motivos para tratá-lo “no limão” e estou te apresentando um ponto de vista que não era bem o que busquei, pois nessa conversa acabei descobrindo que nunca me afastei da Igrejaverdadeiro corpo de Cristo — e continuo buscando cumprir a ordem neotestamentáriaantes admoestando! — por todo esse tempo, fiel primeiramente ao Senhor Deusque Se revela através de Sua Palavra — e disposto a amá-lO sobre todas as outras coisas, quaisquer que sejam, até o fim.

Espero que não se ire contra mim e mantenha um comportamento verdadeiramente cristão, pois ao contrário de muitos outros pastores e líderes falsos que a mim se dirigiram, sua questão foi pertinente e seu tratamento, educado: o fato de ser “neopentecostal” não o desqualifica, pois mesmo que se apresentasse como “batista tradicional”, ainda assim não adiantaria de muita coisa: ser cristão é viver pela Palavra, o resto é tudo representação de franquia… ou bandeira de time!
A graça e a paz sejam para contigo!

TUDO O QUE VAI…

Confesso que enviei estas palavras, mas fiquei aguardando pela decepção de uma resposta contendo algum dos típicos chiliques com os quais acabei me tornando acostumado a receber, mas acabei recebendo uma das mensagens mais sinceras e emocionantes que já recebi, vejam:

A Paz de Cristo, amigo.
Volto a me comunicar com você para agradecê-lo pelo cuidado com que tratou minha pergunta.
Sua resposta é consistente e levou-me a uma reflexão que, até o momento, me deixou pensativo: não há como refutar afirmações que são sustentadas pela própria Palavra de Deus!

Tenho que admitir que há muita ignorância no meio evangélico hoje, assim como não posso fingir que a igreja atual é pura e sem fermento.
No entanto, eu acredito que o próprio Deus, mediante Sua Palavra e Seu Espírito, está arregimentando um exército comprometido com a verdade que irá desmascarar os enganos comerciais que se infiltraram no seio da igreja, afim de que vejamos outra vez a diferença entre aquele que serve a Deus e aquele que não serve.

Bem, o que expus acima é o que eu penso… e longe de mim julgar sua postura, uma vez que suas palavras me fazem repensar todos os meus conceitos.
E não se espante com o fato de um pastor “neopentecostal” dirigir-lhe tal pergunta (a que fiz anteriormente). Acredite: a categoria de pastores que tem menos conhecimento bíblico é justamente esta, isso por que, em sua maioria, os pastores neopentecostais são “feitos à facão”, ou seja, só aprendem a usar técnicas de persuasão e a fazer campanhas para que o povo continue andando em círculos.
Eu mesmo, nunca fiz curso bíblico ou teológico: no ministério onde sou ministro, nenhum aspirante ao ministério recebe treinamento bíblico: recebemos apenas “dicas” espirituais de como abençoar o povo. Se hoje detenho um pequeno conhecimento teológico ou bíblico, é porque me ocupo com a leitura… na verdade, eu sempre desejei crescer no conhecimento de Deus.

Enfim, é isso. Mais uma vez lhe agradeço por sua atenção respeitosa e amável para comigo.
Deus nos abençoe.

Diante de tamanha sinceridade, realmente passei a amar esta pessoa como um verdadeiro irmão… mesmo que nunca venha a encontrá-lo pessoalmente.
Decidi endereçar-lhe mais algumas palavras:

…TEM VOLTA!

Dou glórias ao Senhor Deus por sua vida, por sua humildade e por sua sinceridade!!!
Não é a franquia de sua empresa eclesiástica que vai me fazer descartá-lo como irmão e, ao declarar que busca a sanidade bíblica para sua vida, provou não apenas que é um irmão, mas que o Senhor Deus tem deu a você algo que muitos outros desconhecem completamente: o desejo de conhecê-lO verdadeiramente!

Prepare-se, pois se continuar dessa forma, muito em breve correrá o risco de ser punido por sua liderança: não são poucos os que me contataram para dizer que, ao questionar biblicamente algum conflito entre Escrituras e “visões denominacionais”, simplesmente foram removidos de suas posições… alguns até mesmo foram retirados do púlpito em pleno momento de sua pregação… você está pronto para isso?
Apesar de minha latente felicidade, não sou eu quem vai glorificar ninguém pela fidelidade… será o próprio Senhor Deus!

Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.
Nada temas das coisas que hás de padecer.
Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados;
e tereis uma tribulação de dez dias.
Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas:
O que vencer não receberá o dano da segunda morte.

(Apocalipse 2:9-11 – ACF)

Sempre que sentir necessidade de falar sobre a Palavra de Deus, estarei à sua disposição, assim como pode ter certeza que estarei orando por você.
Que o Senhor Deus te proteja e abençoe!

DENTRO DE UMA DÉCADA

Por incrível que pareça, a razão de ter escolhido revisitar essa publicação foi porque, haja vista a consolidação da apostasia, o tempo não apenas confirmou sua veracidade, mas acabou tornando-a ainda mais relevante e atual do que na ocasião em que foi originalmente produzida: sua releitura me emocionou, pois mesmo meu entendimento tendo sido lapidado através do tempo, vi que — a despeito de todo o mal estar que sentia por confrontar as “autoridades pastorais” — nenhum dos conceitos que apresentei necessita de retificação.
Isso porque naquelas palavras não estão registradas minhas opiniões pessoais, antes é conhecimento solidamente lastreado pelas Escrituras.
Mas… e o pastor?

Decidi revirar minha caixa de mensagens, encontrei seu endereço e, apesar de absolutamente sem jeito, resolvi entrar em contato após todo esse tempo — inclusive considerando, após essa tal pandemia, a possibilidade de não mais encontrá-lo — e perguntar pelo que ocorreu após nossa conversa.
A resposta, que compartilho a seguir com vocês, não poderia ser mais maravilhosa:

Já se passaram seis anos desde que me desvinculei da instituição Igreja Internacional da Graça de Deus: tendo me lançado ao “ministério” em janeiro de 1999, rompi com o mesmo em janeiro de 2016. Ainda lembro claramente de tudo que vivi lá dentro e sou grato à Deus pela vida do Teóphilo Noturno e por sua ousadia em publicar aquilo que abriu meus olhos para a verdade que desconhecia.
Hoje, fevereiro de 2022, vivo uma vida simples, trabalhando para sustentar minha família através de um salário que está longe de ser aquele com qual estava acostumado na instituição, porém não lamento minha atitude radical… pois foi uma das mais acertadas que já tomei: foi uma decisão muito bem pensada e calculada!

É obvio que senti muito medo de abandonar toda uma carreira de 17 anos, à qual me dediquei desde muito jovem, quando ainda nem tinha experiência no mercado de trabalho: temi por minha família, por meus filhos… mas. mesmo assim, não poderia continuar insistindo naquilo que, para mim, se confirmava claramente como um grande engano.
Passei anos conduzindo pessoas numa jornada em círculos, sem rumo nem sentido, de campanhas e mais campanhas, sacrifícios e mais sacrifícios.
Isso precisava parar.
As lideranças não entenderem a razão da mudança em meus pensamentos, mas minha saída da instituição foi pacífica. Até mesmo meus colegas não entenderam, embora alguns deles também já demonstrassem desconfianças quanto àquilo que ensinávamos.

Hoje minha vida de fé está mais sólida e satisfatória do que quando eu tinha o púlpito todo para mim: o peso da cobrança por resultados financeiros não existe mais!
A consciência pesada por estar lesando pessoas não passa de mera lembrança que, algumas vezes, volta para me perturbar porque não posso desfazer tudo o que fiz… mas agora está ao meu alcance fazer tudo diferente e é o que faço!
Há muito tempo que não piso em uma denominação e também não posso dizer que me reúno com frequência com pessoas da mesma fé, mas posso afirmar com toda certeza que não desisti de uma vida com Deus e procuro viver, de modo espontâneo, minha vida espiritual.

O impacto da minha decisão resultou em um despertar de meus familiares — meus irmãos e minha mãe — que não mais frequentam templos, porém estão constantemente buscando mais conhecimento na Palavra.
Agora, olhando para trás, fico espantado ao ver que postagens simples e diretas em um site foram o ponto de partida para toda uma transformação que mudou, para sempre, a percepção espiritual de uma família inteira.
Sou grato, apenas.

CONCLUSÃO

Algumas pessoas se escandalizam, não acreditam ou buscam desqualificar meu trabalho pelo fato de eu não frequentar nenhum dos atuais templos-clube há mais de dezessete anos, porém ninguém nunca conseguiu comprovar biblicamente que as empresas eclesiásticas são o único e eterno formato possível para existência da Igreja. Ao contrário disso, há uma importante profecia registrada sobre o destino dessas estruturas cujo fim da jornada é exatamente do lado oposto do verdadeiro Corpo de Cristo:

Assim como, no passado, surgiram falsos profetas entre o povo, da mesma forma, haverá entre vós falsos mestres,
os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao cúmulo de negarem o Soberano que os resgatou,
atraindo sobre si mesmos repentina destruição.
Muitos seguirão seus falsos ensinos e práticas libertinas,
e por causa dessas pessoas, haverá difamação contra o Caminho da Verdade.
Movidos por sórdida ganância, tais mestres os explorarão com suas lendas e artimanhas.
Todavia, sua condenação desde há muito tempo paira sobre eles, e sua destruição já está em processo.

(2 Pedro 2:1-3 – KJA)

— Muito boa essa passagem, não é, Teóphilo? Certamente ela está se referindo aos pastores neopentecostais e aos estelionatários da fé!
Infelizmente não, caro leitor.
Sinto dor e revisito meu desconforto de uma década atrás — porque há homens que admiro carregando o título de pastor e me seria muito conveniente poder criar exceções às profecias — ao ter a obrigação de registrar que todo e qualquer um que se apresente como estudioso — ou, pior ainda, bastião ou baluarte — da Teologia e não tenha a capacidade de fazer distinção entre a Igreja e as empresas eclesiásticas ou a sinceridade de pregar sobre isso… infelizmente também não é nada além do que um dos falsos mestres mencionados na profecia acima.
O cara fala de predestinação, põe foto ao lado de citações, vende milhares de livros… mas continua pregando o vínculo entre salvação e participação nos eventos de empresas eclesiásticas?!?

Vi uma citação pelas redes sociais — com direito a foto do “pastor-autor” no fundo e tudo! — e tomei a liberdade de trazê-la, sem firulas e “desembrulhada”, para ser analisada aqui:
“SE A Igreja é o Corpo de Cristo, ENTÃO Quem não frequenta uma empresa eclesiástica é um corpo sem cabeça”
Pode ser que na empresa que o autor administra ainda exista um pouco da sã doutrina, mas ao postar na internet coisas estúpidas como essa, simplesmente está enganando, zombando e constrangendo pessoas — como o irmão ex-pastor apresentado aqui — para que retornem às sinagogas de Satanás de onde uma vez já foram libertadas…
O problema é que se qualquer empresário religioso pregar contra as instituições eclesiásticas, mesmo as que sabidamente já deixaram de ser Igreja, estará se arriscando a ser exposto em seus próprios erros e, consequentemente, a perda da renda regular formada pelos frequentadores domesticados e silenciados de sua franquia que, sem declarar abertamente, ele apresenta como a mais correta e perfeita de todas ou, diante do raciocínio aqui desenvolvido, a única “igreja verdadeira”.

Será que os cessacionistas se tornaram tão radicais que não podem mais crer no poder sobrenatural de Deus para salvar as pessoas e passaram a crer que são, eles próprios apenas, os elementos executores da Graça?
Pregar as Escrituras não é suficiente?
A fé não vem pelo ato de ouvir a Palavra de Deus?
Quem convence o pecador do pecado, da justiça e do juízo?
Quem acrescenta à Igreja?
Qualquer cristão pode — e deve! — ser uma semente multiplicadora da Verdade, buscando crescer no entendimento da Verdade, sendo humilde para reconhecer e corrigir seus erros e ousado para compartilhar seus conhecimentos até que todos os irmãos atinjam a maturidade espiritual.
O ato de se colocar numa posição inquestionável e inalcançável, tomando dízimos e ofertas de toda uma comunidade que será mantida submissa e dependente exclusivamente de seu próprio entendimento pelo máximo de tempo possível — geralmente por vidas inteiras — não é amor: é apenas conveniência, covardia e parasitismo!

COMEÇANDO PELO FATO DE QUE
GENTIOS NÃO SÃO AS OVELHAS

Vós, todos os animais do campo, todos os animais dos bosques, vinde comer.
Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem;
todos são cães mudos, não podem ladrar;
andam adormecidos, estão deitados, e gostam do sono.
E estes cães são gulosos, não se podem fartar;
e eles são pastores que nada compreendem;
todos eles se tornam para o seu caminho,
cada um para a sua ganância, cada um por sua parte.
Vinde, dizem, trarei vinho, e beberemos bebida forte;
e o dia de amanhã será como este, e ainda muito mais abundante.

(Isaías 56:9-12 – ACF)

Sei bem que, no meio de tanta apostasia, cabe aos cristãos genuínos priorizar a pregação do verdadeiro evangelho e alcançar aqueles corações prontos para aceitar e se render à Verdade: isso, sem dúvida, é a verdadeira missão!
Não precisamos ficar sonhando com sinalização de virtude das grandes aventuras na África quando aqui mesmo, dentro das emprejas, encontramos até pastores necessitando e pedindo para conhecer mais da Palavra: desses também devemos nos compadecer e, através de nossos esforços — eu, por exemplo, publico na grande rede mundial enquanto for possível — tentar edificar através da exposição das Escrituras.

Todo conteúdo acima é um exemplo real, onde a humildade e a sinceridade do remetente tanto me emocionaram quanto me provaram que ainda resta alguma esperança — nunca para uma “nova reforma”! —, me fazendo refletir seriamente sobre a seguinte passagem:

E João lhe respondeu, dizendo:
Mestre, vimos um que em teu nome expulsava demônios, o qual não nos segue;
e nós lho proibimos, porque não nos segue.
Jesus, porém, disse:
Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim.
Porque quem não é contra nós, é por nós.

(Marcos 9:38-40 – ACF)

De fato, se por mais de um milênio as empresas eclesiásticas foram a melhor representação da Igreja, parece que poucos se prepararam para o tempo em que elas sucumbiriam, contaminadas pela apostasia e difamando o Caminho da Verdade.
Ainda assim, conforme as palavras de Cristo no trecho acima, não ouso conclamar um movimento aspirando seu fim, pois, mal necessário e mesmo com graves deturpações, ainda mencionam o nome de Cristo.
Sem dúvida, no meio desse oceano de joio, é nossa a responsabilidade exercitar a paciência, suportar ataques e — replicando (sem pretensão de domínio) a simplicidade da semente que em nós mesmos foi plantada — abrir espaço para que o trigo possa receber a Luz!

Obrigado por ter lido até aqui e, verdadeiramente, preciso de qualquer colaboração que puder me oferecer: comentários, compartilhamentos e reações ajudam a divulgar este conteúdo que foi produzido com intenção de colaborar para a edificação do Corpo de Cristo no mundo.
Um link encurtado e de fácil memorização para essa postagem é:

https://cutt.ly/inesperada

Desejando colaborar financeiramente com qualquer valor, minha chave PIX principal é teophilonoturno@gmail.com e essa imagem é do meu QR code: meu nome é Geovane Ignácio de Souza, o trecho do CPF a aparecer deve ser o “927.157” e a instituição financeira é o Nubank.

Iniciei um projeto profissional numa empresa recém-inaugurada e, obviamente, ainda não alcancei o sucesso financeiro, por isso peço que considere a possibilidade de, através do Paypal, colaborar mensalmente com, pelo menos, R$ 30,00.
Atualmente tenho apenas um colaborador (ao qual sou extremamente grato), mas se 40 pessoas se propusessem a ajudar com esse valor mínimo, ao menos os gastos com energia elétrica e internet seriam cobertos.

Por mais que queira, destaco que não tenho em mim mesmo a menor capacidade de forçar o Pai a te abençoar por causa disso, mas oro a Ele pedindo para que, no tempo correto e na medida multiplicada, retribua a bondade realizada da forma mais adequada: seja através de livramentos ou de diversas bênçãos possíveis.

Aqui quem escreve é o velho Teóphilo Noturno e prossigo, contra todas as adversidades, com meus informes atualizados e consolidados, tentando alcançar unidades desorientadas e até, talvez, atualmente sob domínio do inimigo.
Ao conteúdo que produzo chamo d’O Pior Evangelho do Mundo e, sempre que possível, tento lançar novidades às 19:00h de terças e quintas: sei bem que em mim não há valor algum, por isso dedico meu tempo a pesquisar e escrever, sempre tentando comparar tudo às Escrituras: o que de graça recebi, de graça também compartilho…

Parafraseando o apóstolo Paulo em Efésios 6:23-24, que a graça e a paz sejam conosco, todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade, hoje e para todo o sempre!

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