Negociações Inválidas

Podemos Impor Nossas Condições A Deus?

Tempo Estimado de Leitura: 6 min

Em uma recente entrevista ao “Inteligência Ltda”, o conhecido drag queen Léo Aquilla declarou ter feito um “pacto com Deus”: após ter dito ser fiel ao seu companheiro, afirmou ter prometido a Deus que seria a “melhor pessoa” do mundo, se esforçando ao máximo para ser o melhor em todas as suas realizações (inclusive na política, já que foi nomeado para ser titular da Coordenação de Políticas de LGBTI+ na Prefeitura de São Paulo), tudo para agradá-lO e por amor ao próximo.
“Se mesmo assim” — diz — “o Senhor quiser me mandar para o inferno, mande!”
Podemos perceber, neste episódio, dois equívocos bem comuns entre aqueles que, de fato, não têm a clareza sobre a natureza de Deus e sua relação com o ser humano.

O primeiro e mais “clássico”, por assim dizer, é a ideia de que seja possível alcançar a salvação por meio das obras.
Isso é natural do instinto humano: tentar agradar a divindade na qual se acredita, seguindo normas e preceitos que se julga serem agradáveis a ela… porém, no Cristianismo, tal coisa simplesmente não é possível!
Isso porque a Lei de Deus é tão santa e perfeita que Tiago registrou:

Porquanto, quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas uma das suas ordenanças,
torna-se culpado de quebrá-la integralmente.

(Tiago 2:10 – KJA)

Como se vê, basta UM ÚNICO pecado para toda a Lei de Deus ser quebrada.
E o detalhe é que Tiago diz que BASTA TROPEÇAR, ou seja, sequer sendo necessário que, de fato, se “caia”!
Em outras palavras, não é necessário um pecado deliberado: mesmo um pecado cometido sem que a pessoa saiba se tratar de um pecado… já a torna culpada diante da Lei divina, tornando impossível a sua Salvação por méritos próprios.
Embora esteja diretamente relacionado a este primeiro, o segundo equívoco no discurso de Léo Aquila tem um direcionamento mais específico e vem se tornando um dos mais praticados e aceitos por muitos no mundo atual:

A TENTATIVA DE “COMPENSAÇÃO”

A partir do momento em que a pessoa cai no equívoco de imaginar ser possível agradar a Deus por meio das obras, sem que primeiro tenha ocorrido uma genuína conversão, uma das consequências é exatamente o pensamento de tentar compensar um pecado que não se quer abandonar — aquilo ao que, na gíria, normalmente é chamado de “pecado de estimação” — através da prática de boas obras e do abandono de outros pecados dos quais não se sente falta… ou se sente menos.

Esse pensamento é simplesmente uma autoilusão, nada mais.
Como já foi dito, não há possibilidade de uma pessoa — por melhor e mais íntegra que seja aos olhos das demais — agradar a Deus por meio de suas obras, se não houver nela um coração realmente convertido a Jesus Cristo.
Isaías afirmou:

Ora, todos nós estamos na mesma condição do impuro!
Todos os nossos atos de justiça se tornaram como trapos de imundícia.
Perdemos o viço e murchamos como folhas que morrem,
e como o vento as nossas próprias iniquidades nos empurram para longe.

(Isaías 64:6 – KJA)

Isso significa que, para Deus, têm o mesmo valor das ataduras que os leprosos usavam para esconder suas chagas ou dos panos usados pelas mulheres em seu período menstrual.
E a verdade é que, mesmo que fosse possível compensar pecados com boas obras, isso não daria ao ser humano qualquer “crédito” para continuar na prática de um “pecado de estimação” sem estar sob a ira de Deus e sob o peso de sua justiça… situação da qual apenas Jesus Cristo pode tirá-lo.

Como já foi mencionado: um único tropeço, em um único ponto da Lei divina… já condena a pessoa ao castigo eterno, e apenas a fé em Cristo pode mudar essa situação.
O fato é que renunciar aos pecados que não são apreciados na tentativa de obter um “salvo-conduto” para continuar praticando o “de estimação” é, em última análise, uma autoilusão, pois significa somente a recusa de aceitar ser realmente provado por Deus.
Há pessoas que, por exemplo, não são tentadas na área do dinheiro e esse é o seu “ponto forte”: pode-se entregar uma grande soma em suas mãos e dizer-lhes que não gastem nada e, de fato, elas não o farão… e nem sentirão qualquer ansiedade por isso.
Porém, essas mesmas pessoas podem ter outro ponto fraco como, por exemplo, a questão sexual e, sendo tentadas nessa área, passarão por uma pesada luta interna, sofrerão para resistir e, eventualmente, cairão neste pecado.
Com esse exemplo, como fica a questão da prova real da fé?

É óbvio que a verdadeira provação só acontece quando a pessoa enfrenta a tentação naquilo onde está fraca: um cristão só é realmente provado e fortalecido quando enfrenta alguma situação arriscada… e não aquela que não representa perigo para ele.
Se alguém se recusa a ir consultar um cartomante por já não levar essa crença a sério, isso não é uma provação.
A provação acontecerá quando esse cristão, que pode ser, por exemplo, vulnerável ao pecado da cobiça, for colocado em uma situação na qual poderá ter acesso a dinheiro ilícito.
Essa é a prova real, o exame verdadeiro.

Segundo Mateus 4:1-11, Jesus foi tentando pelo diabo exatamente nos pontos nos quais estaria mais vulnerável:
1º – Após passar 40 dias em jejum, o diabo o desafia a transformar pedras em pães;
2º – Com a missão de salvar o mundo, o diabo o desafia a ganhar a atenção do povo para a sua mensagem com sensacionalismo, saltando do alto do templo;
3º – Tendo o objetivo de estabelecer o Reino Eterno de Deus, o diabo o desafia a adorá-lo e receber os reinos que ele afirma serem seus;
Sabemos que Jesus não cedeu a nenhuma destas tentações, porque, se caísse em qualquer uma delas, estaria desqualificado como Salvador, não cumprindo a vontade do Pai.
É interessante notar que Adão e Eva falharam ao — no Paraíso e com toda a fartura — cair em uma só tentação, ao passo que Jesus — no deserto e após ter passado vários dias sem comer — venceu, suportando três tentações de naturezas diferentes. Assim sendo, cabe a pergunta: qual deve ser o padrão do Cristão, Adão ou Cristo?
A resposta é óbvia.

Desse modo, tal como Jesus não cedeu a uma tentação pensando que resistiu às outras duas, o cristão não pode partir do pensamento que ele pode manter um pecado de estimação e evitar os demais, valendo-se dessa ilusão da compensação: a Lei de Deus é santa, perfeita e não permite brechas para o pecado, seja o de estimação ou os que não fazem falta ao ego humano.
A resistência ao pecado de estimação é uma das possibilidades da “Cruz” que o próprio Jesus disse ser necessário que cada cristão carregue ao segui-lo, negando-se a si mesmo, ou seja, renunciando aos próprios desejos para não se afastar d’Ele (veja Mateus 16:24).
Embora tal situação possa ser terrivelmente pesada e até mesmo impossível para nós, pecadores decaídos, não é o que acontece quando se tem a presença de Deus em nossas vidas.

Deus pode tirar o desejo pecaminoso do coração do seu filho convertido?
Sim, porém Ele também pode não o retirar e determinar que seu filho tenha de lutar constantemente contra ele, sendo essa a cruz que deverá tomar e carregar.
E, somente com a bênção de Deus e o selo do Espírito Santo, essa não será uma tarefa impossível.
Portanto não fiquemos — como fez Léo Aquila naquele Podcast — imaginando que o pensamento da “compensação” tem alguma validade diante de Deus: é imprescindível iluminação e esclarecimento sobre quem, de fato, é Deus também em sua vida… caso contrário, no dia do juízo, ouvirá exatamente o que não quer: que seu destino eterno é a condenação.
Que possa existir alguém quem lhe testemunhe e ensine a Verdade, mesmo que sua reação inicial seja de hostilidade.

E que cada um de nós, cristãos, estejamos sempre conscientes da necessidade de total dependência de Jesus Cristo para a salvação.
Que a luta de cada um seja contra TODOS os pecados e não apenas contra aqueles que não nos fazem falta, nos autoiludindo e esquecendo da absoluta santidade da Lei de Deus: nunca atingiremos o padrão de Jesus Cristo nesta vida, mas a luta contra o pecado e a busca constante por nos amoldarmos a Ele tem de ser um desafio diário e constante em nossa existência, sabendo que somente Ele é capaz de nos purificar de todo pecado.

Nos Laços do Calvário

TÍTULO ORIGINAL: A ILUSÃO DA COMPENSAÇÂO

Sou grato a Deus por haver encontrado um colaborador com entendimento tão harmonioso: há algum tempo abordei a questão das Ofertas Indesejadas e o presente artigo expande e complementa perfeitamente o conceito lá apresentado.
Tudo parece indicar que os tempos finais estão se revelando cada vez mais rapidamente e, antes que o Senhor volte como um ladrão na noite, já podemos observar indícios do profetizado reinado do anticristo se consolidando não apenas no Brasil, mas por todo o mundo!
Na fase 2023 d’O Pior evangelho decidi lançar mão de novos formatos na expectativa auxiliar a aumentar o alcance dos conteúdos relacionados às Escrituras — stories, vídeos, textos mais curtos, autores convidados… — e essa publicação, onde tomei a liberdade de realizar revisão e ilustração, é parte desse projeto.
Obrigado por ter lido até aqui.
Continuo necessitando de toda colaboração possível: comentários, compartilhamentos e reações ajudam a divulgar este conteúdo que foi integralmente produzido na intenção de colaborar para a edificação do Corpo de Cristo no mundo.

Tenho vergonha de pedir.
Odeio incomodar os leitores e passei o ano de 2023 inteiro apenas publicando comentários, como os acima, em letras castanhas sem qualquer pretensão de ser incisivo em meus pedidos. Fiz isso porque ainda depositava uma pequena parcela de credibilidade na justiça e aguardava que ela, diante de minha incontestável deficiência, intimasse a seguradora a honrar o seguro funcional que me vendeu.
Só que deu tudo errado e nem os mais altos graus dos juízes deste país recusam suborno!

De súbito, fui lançado numa situação de extrema necessidade financeira e tanto os links imediatamente acima quanto o vídeo ao lado podem esclarecer o nível de desespero que me acomete e me traz a publicar esse apelo ao final da maioria de minhas publicações.

Peço perdão pelo incômodo, mas peço que, por favor, assista e ajude não apenas a manter esse site, mas também o próprio editor e sua família, com vida e saúde: eu realmente sentiria muita vergonha de expor tudo isso se não fosse a mais pura realidade.

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Agradeço pela atenção e rogo a Deus que, independente do valor ofertado, multiplique as bênçãos e livramentos nas vidas daqueles que se se dispuserem a colaborar.

Parafraseando o apóstolo Paulo em Efésios 6:23-24, que a graça e a paz sejam conosco, todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade, hoje e para todo o sempre!

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